quinta-feira, 29 de setembro de 2011

México: Sobrevivência e morte nas redes sociais


Matéria completa em: observatorio da imprensa

“A mídia social está preenchendo uma lacuna deixada pela imprensa”, diz Andrés Monroy-Hernández, aluno de doutorado no M.I.T. Media Lab. “Em diferentes regiões do México, tanto o estado quanto a imprensa são fracos, enquanto o crime organizado se torna mais forte e, em alguns lugares, substitui o estado”. Hoje, o México é um país extremamente perigoso. Nos últimos cinco anos, cerca de 40 mil pessoas foram mortas na guerra do narcotráfico. Ao mesmo tempo, o país observa o crescimento da classe média, acuada pela violência e “armada” com computadores e telefones celulares. Há mais de 30 milhões de internautas (com acesso regular à web) no México – 95% destas pessoas têm perfil no Facebook. O Twitter tem mais de quatro milhões de usuários. Há ainda diversos blogs e sites dedicados a cobrir, com a colaboração de leitores, a violência espalhada pelo país.


Mas a situação não é tão simples. À medida que passaram a prestar um serviço de utilidade pública, os internautas também se expuseram àqueles que mais temem. Há pouco mais de duas semanas, um homem e uma mulher na faixa dos 20 anos foram encontrados mortos, pendurados em uma ponte na cidade de Nuevo Laredo, com um aviso preso a seus corpos: “Isso vai acontecer a todos os traidores da internet”. Uma terceira pessoa foi encontrada dias depois com uma nota que afirmava que havia sido morta por causa de postagens nas redes sociais.

E assim, os carteis de drogas, que tanto intimidaram e silenciaram a imprensa e a polícia, agora ameaçam a liberdade na internet. Diante do novo risco que correm, estes internautas já começaram a tomar cuidados. “As pessoas estão se unindo e expondo a verdade”, diz um deles. “Uns cuidam dos outros”.

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