quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Longe da periferia e da renovação



O filme já foi visto antes. Ao fim da campanha, após um resultado adverso nas urnas, toma forma no PSDB o discurso pela renovação de seus quadros. Foi o que aconteceu em 2006, quando o tucano Geraldo Alckmin, hoje governador de São Paulo, foi derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial. Desde então, afirma Celso Roma, cientista político pela USP e especialista em partidos políticos e eleições, o processo de renovação foi colocado na geladeira para ser repetido, seis anos depois, após o revés sofrido agora por José Serra na corrida pela prefeitura de São Paulo. “As palavras não se transformaram em ações”, diz Roma.

Serra rejuvenesce a cada derrota eleitoral




terça-feira, 30 de outubro de 2012

Reprovado por 69% do eleitorado, o rejeitado vai dividir o ostracismo com seu amigão FHC



Com rejeição recorde do eleitorado, de mais de 50%, o tucano foi abatido e nem julgamento do STF e baixarias lhe ajudaram 


O segundo turno das eleições municipais teve seu fim com o golpismo privatista comendo grama, isto é, com Serra disputando com as abstenções mais votos brancos e nulos, quem seria o segundo lugar na maior cidade do país - na qual os tucanos (diretamente ou através do operoso Kassab) detinham a Prefeitura há oito anos. Não adiantou o esforço dos institutos de pesquisa, e a mídia, para escalarem os participantes do segundo turno e facilitar a vitória do seu candidato.

Para que não haja dúvida sobre os fatos, é forçoso ressaltar que, por pouco, Serra não perde também para esse adversário: aqueles que não foram votar, ou votaram em branco, ou votaram nulo, em São Paulo, foram 29,27% do eleitorado (em termos absolutos: 2 milhões, 522 mil e 682 eleitores). A votação de Serra foi 31,43% do eleitorado (2 milhões, 708 mil e 768 votos). Quase um empate, em que o último candidato ficou acima das abstenções, votos em branco ou nulos, apenas 2,16% (uma diferença de 186.086 votos, num eleitorado total de 8.619.170) e 69% (em termos mais exatos, 68,57%) do eleitorado – 30 pontos mais que a votação de Haddad, ou seja, 6 milhões de eleitores – rejeitaram Serra.

É justo, também, observar que a votação de Serra no domingo significa uma queda de 718.903 votos em relação à votação que ele teve, na cidade de São Paulo, no segundo turno das eleições de 2010 para presidente (enfrentando, portanto, uma candidata mais forte que Haddad: a presidente Dilma Rousseff). Essa queda é, também, equivalente a 12% dos votos válidos apurados no domingo.

A que se deve esse desempenho sofrível – mais medíocre do que sofrível – de um candidato que era, desde o retiro asilar de Fernando Henrique, a principal figura do principal partido da oposição, duas vezes candidato a presidente, e, antes, senador, ministro, prefeito e governador do Estado economicamente mais importante do país, cargos que, invariavelmente, deslustrou?

Serra demonstrou, nessa eleição, sobretudo no fim, uma quase total falta de controle – exibindo seu autoritarismo mussoliniano, sem travas, na TV e na rua. Mas não foi por isso que perdeu a eleição; ao contrário, não conseguia se controlar porque sabia que estava perdendo.

Talvez o sujeito tenha de ser maluco para ser candidato logo depois de lançada, e ainda sendo best-seller, uma arrasadora consolidação dos seus malfeitos, tão insofismável quanto o livro de Amaury Ribeiro Jr., "A Privataria Tucana". Publicamos, há alguns meses, vários trechos do livro, embora, com exceção de uma, todas as denúncias, fatos e demonstrações ali expostos já tivessem aparecido anteriormente aqui no HP. Mas isso nada tira do mérito e da força do livro, que está, além da consolidação em si (ou seja, em reunir num único local um vasto material disperso, o que não é nada fácil), precisamente, em abordar os atos de Serra, durante o niágara de privatizações do governo Fernando Henrique, sob um ângulo mais policial do que político. O resultado é politicamente – e policialmente - devastador.

Dito de outra forma: é preciso uma dose de cinismo razoável para se lançar candidato, depois de aparecer um livro com esse grau de clareza e profundidade, indicando os crimes, os criminosos e o criminoso. Maior dose ainda é preciso, com esse telhado de vidro, para atacar o governo e os candidatos da base do governo com a farsa do "mensalão". E nem vamos falar de suas explicações sobre o por quê de ter abandonado a Prefeitura em 2006, depois de jurar, e até passar papel em cartório, que de lá não sairia, nem se o Pacaembu voasse em direção ao mar.

Não é uma boa coisa que Haddad tenha passado ao largo dos fatos, agora de amplo conhecimento público, que estão no livro de Amaury Ribeiro Jr., preferindo opor ao suposto – e falso - "mensalão do PT", levantado por Serra, o dinheiroduto de Azeredo em Minas, do qual o primeiro seria apenas uma "cópia" (sic) do segundo.

Não é uma boa coisa porque não é verdade.

A drenagem de dinheiro público no governo tucano de Azeredo é um fato; no caso das acusações contra dirigentes do PT, exceto o corriqueiro caixa dois de campanha, nada há que não seja uma impostura. Portanto, não houve "cópia" alguma – e nada poderá apagar ou pintar de dourado a injustiça flagrante perpetrada contra José Dirceu, José Genoino e outros cidadãos, sem que prova alguma tenha aparecido contra eles. O que o caso demanda é a correção do esbulho, não o seu embelezamento.

A questão é que o único tema de campanha da reação, nessas eleições - com o prestimoso auxílio de alguns pequenos dinossauros ideológicos que, sabe-se lá como, chegaram a ministros do STF - era essa armação fraudulenta, que, realmente, lembra os nazistas (deve ser por isso que a maioria do STF seguiu uma teoria nazista para condenar os acusados: para que serviria uma teoria jurídica nazista, senão para coonestar armações fraudulentas nazistas?).

No entanto, não deu certo. Como poderia dar, se a mídia golpista só consegue mostrar a borduna para o povo – de forma tão escancarada, tão grosseira, tão estúpida, que logo qualquer sujeito mais ou menos normal percebe que há algo estranho? Ocupar 18 minutos do Jornal Nacional com ataques ao PT, logo antes do horário eleitoral do partido, não é a forma mais sutil de fazer propaganda ilegal, insidiosa e difamatória. Já se sabe que o povo não é besta – e somente cretinos como o sr. Ali Kamel, promovido a diretor de jornalismo da Globo no último dia 19 de setembro, acham que podem provocá-lo sem consequências. Com isso – a ostensiva manipulação da farsa do mensalão, tão ostensiva a ponto de quase ninguém, mesmo aqueles que erradamente acreditaram na farsa, ter dúvida de que se trata de uma manipulação eleitoreira – ajudaram Serra a se afundar em seu mangue político. Quem é que gosta de perceber que estão tentando manipulá-lo?

O golpe da farsa do "mensalão", agora em fase jurídica, fracassou outra vez: conseguiram condenar alguns inocentes, mas ao preço de revelar que aqueles que no STF foram cúmplices, estavam interessados em banhar-se na luz dos refletores dessa mídia, não em fazer justiça. Talvez por perceber confusamente o quanto estavam expostos, acabaram induzidos a exibir sua truculência na TV, e nenhuma encenação é mais ridícula na TV, ou mais indignante, que a da truculência, sobretudo quando ela não tem força para ser sustentada - é, quase apenas que tão somente, desejo.

Pior ainda foi a própria mídia – da "Veja" até a Globo, passando pela "Folha" e outras piranhas que seguem os tubarões. Sim, leitor, nós sabemos: peixes de rio não seguem peixes do mar; é que a outra imagem que nos passou pela cabeça era demasiado pouco familiar...

CARLOS LOPES

Milícia da Zona Oeste proíbe vans de circularem




A população da Zona Oeste está sofrendo cada vez mais com o poder nefasto das milícias. Agora a milícia Liga da Justiça, aquela que Beltrame já foi para a televisão duas vezes anunciar que foi dizimada, mostra que está mais viva e ousada do que nunca. 

Isso aí é acerto de contas eleitoral. As milícias apoiaram Paes, que não estaria cumprindo um dos acordos. Para pressionar eles proibiram as vans de circular 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O pensamento da Massa Cheirosa



O que a "massa cheirosa" pensa sobre PROUNI, ENEM e Política de Cotas

Obs: Não querem e nem sabem repartir o pão, não querem que seus privilégios sejam ameaçados.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ex-presidente do BNDES revela conexão de Serra com fraudes




A "ponta do iceberg" da corrupção capitaneada por Serra surgiu no escândalo dos grampos do gabinete de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então presidente do BNDES. Numa das conversas Barros revela as fraudes nas privatizações: “O negócio tá na nossa mão, sabe por quê? Se controla o dinheiro, o consórcio. Se faz aqui esses consórcios borocoxôs”.

A conexão com Serra surge numa ligação entre Barros e o ex-tesoureiro de campanha do tucano, Ricardo Sérgio de Oliveira, na qual acertam que o Banco do Brasil será fiador de outro banco, o Opportunity, para este participar do leilão das teles: “Estamos no limite de nossa irresponsabilidade”, disse Ricardo Sérgio na gravação.






quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Organizações pedem nova lei para comunicação brasileira


Carta Maior

Para marcar o dia nacional de luta pela democratização da comunicação, 18 de outubro, organizações lançaram no Congresso Nacional a campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”. Objetivo é pressionar o governo para, a exemplo dos países vizinhos, impulsionar nova legislação para combater o oligopólio midiático e impulsionar a liberdade de expressão e a pluralidade.
Vinicius Mansur


Brasília - Para marcar o dia nacional de luta pela democratização da comunicação, 18 de outubro, a campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo” foi lançada no Congresso Nacional nesta quinta-feira (18) em audiência pública promovida pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom) e pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Rosane Bertotti, presidenta do FNDC, considerou que legislação brasileira para as comunicações é incompatível com a história recente do Brasil, de aprofundamento da democracia e de conquistas sociais. “Tivemos diversos avanços na democracia, com um operário e uma mulher chegando à presidência, tiramos milhões da pobreza, mas a comunicação desse país ainda continua arcaica”.

Este ano, o Código Brasileiro de Telecomunicações, que rege o funcionamento de rádios e TVs, completou 50 anos, apesar de todas as mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas vividas pela sociedade brasileira nas últimas cinco décadas.

O clima da audiência foi de cobrança. “Esse debate tem sido feito pelo movimento social e por poucas vozes dentro do governo federal. São muito poucos, acho que podemos contar em uma mão”, criticou Bertotti, que também cobrou o Marco Regulatório das Comunicações, cujo projeto de lei foi deixado pelo governo Lula e para o qual o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já prometeu diversas vezes submeter à consulta pública.

“O Congresso que tem que responder por isso. Precisa ser pressionado e sensibilizado para que assuma a sua parte da responsabilidade”, acrescentou a deputa Luiza Erundina (PSB-SP).

O dirigente do MST, Alexandre Conceição, classificou como “inadmissível” o fato da presidência da República, além de não combater a concentração dos veículos de comunicação, ainda destinar com 70% de sua verba publicitária aos maiores grupos de mídia e maiores responsáveis pela criminalização dos movimentos sociais perante a opinião pública.

O diretor do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Jonas Valente, destacou que o famoso slogan de Lula, “a esperança venceu o medo”, não chegou às políticas públicas de comunicação. “Ainda estamos numa batalha para o governo soltar uma consulta pública para que, talvez um dia, possa virar um projeto de lei que, talvez um dia, possa ser aprovado por essa casa” protestou, acrescentando que, enquanto ministro Paulo Bernardo é eleito homem do ano pelas empresas de telecomunicações, o seu ministério não enviou ninguém para acompanhar a audiência.

Diversas intervenções lembraram que a atuação nociva do oligopólio midiático na cobertura julgamento do chamado “mensalão”. “Estamos num caso patente onde os meios não tentam só agendar os governos ou parlamentos, mas o judiciário” disse Valente. “A gente fica tão refém dessas forças como a pauta do STF que se submete totalmente a uma agenda de uma mídia dominada por interesses que não são os reais do povo brasileiro. Não que não haja um clamor para que nosso governo e instituições tenham cada vez mais transparência e lisura, mas pelo processo de carnavalização e espetacularização que assumiu a cobertura, com propósitos absolutamente eleitorais”, acrescentou Sergio Mamberti, secretário de políticas culturais do Ministério da Cultura.

O deputado Jean Willys (PSOL-RJ) acentuou que a atual falta de controle sobre a mídia dá espaço para, por exemplo, a sublocação de espaços nas TVs para religiões atacarem outras crenças e ainda difundirem mentiras. “E a ideia de controle social das mídias é censura tem sido usada [pelos grandes veículos] para gerar um pânico. Nada mais é do que uma estratégia de impedir o debate”, disse.

Com esse discurso, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) tem se articulado para evitar a ascensão de legislações mais rígidas e descentralizadoras para o setor, como é o caso recente da Argentina.

Reunidos em congresso esta semana em São Paulo, Judith Brito, presidenta da Associação Nacional de Jornais, disse que “democratização da comunicação é eufemismo para censura”. “Aquela entidade conservadora que deu sustentação as ditaduras do continente agora vem atacando a democratização”, disse Erundina, que também saudou Dilma Rousseff por ter se recusado a participar do evento.

A representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, Eliana Magalhães, afirmou que todo o trabalho pela reforma política não pode estar dissociado da democratização da comunicação. “É a questão do poder, estamos batalhando para democratizar o poder nesse país (...)A concepção da plataforma vai além do sistema eleitoral para democratizar todos os processos e espaços de decisão, onde se exerce o poder nesse país”, concluiu.

Ao final da audiência pública, os presentes foram convocados pelo FDNC para se dirigir até o Ministério das Comunicações e fincarem cartazes da campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”.





Depois do fiasco eleitoral, Patrícia Amorim pede colo a Eduardo Paes




A presidente do Flamengo e dublê de vereadora Patrícia Amorim amargou uma derrota acachapante nas eleições obtendo apenas 11 mil votos. Caiu no conto do vigário como se dizia antigamente. Estava no PSDB, mas deixou-se seduzir e enganar com a proposta de Paes e Cabral de mudar para o PMDB e ser candidata a vice na chapa do prefeito. Acreditou e seu deu mal. Até o ex-jogador do Flamengo, Andrade teve mais votos que ela, 16 mil.

Patrícia Amorim ainda sonha que Paes vai lhe estender a mão. Para ser vereadora, como ficou na 4ª suplência, seria necessário Paes chamar 4 vereadores do PMDB para serem seus secretários municipais. É difícil, muito difícil. O outro prêmio de consolação que ela pediu ao prefeito e que poucos acreditam que vá levar, ainda mais que sua representatividade eleitoral se resume a 11 mil votos, é a secretaria municipal de Esportes. Alguém acredita que ela leva ou Paes vai abandoná-la sozinha no meio da estrada? Façam suas apostas!


Em tempo: A ironia do destino é que quando Patrícia Amorim se elegeu presidente do Flamengo chegou a dizer a algumas pessoas que com o clube na mão podia sonhar com vôos eleitorais mais altos. Deu no que deu.



Paes vai aplicar o "golpe da pacificação" para aumentar IPTU




Pasmem, mas Paes entre outras mexidas no IPTU, contrariando o que prometeu na campanha, pretende aplicar um golpe que é um verdadeiro estelionato contra milhares de proprietários de imóveis em bairros próximos a comunidades com UPP. Sob a falsa alegação de que as regiões estão pacificadas, vai aumentar a planta de valores dos bairros. O próprio Sindicato dos Corretores diz que se isso acontecer é um absurdo porque os imóveis não têm a valorização que se imagina porque a violência continua nos bairros. Mas Paes não quer saber. Pretende arrecadar mais com esse golpe.

Ator José de Abreu: “para ser condenado no Brasil tem que ser preto, pobre, puta e petista”



Pragmatismo Político

José De Abreu fala de política e história em entrevista: “Fernando Henrique Cardoso era meu ídolo na época da faculadde, não o Lula”. Sobre partidos políticos, revela: “o DEM acabou e o PSDB está acabando”

José de Abreu, 66, acompanha com a mesma intensidade o desfecho de “Avenida Brasil” e a conclusão do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

Mensalão e o PT

“Eu nunca conversei com o Zé [José Dirceu] a respeito das denúncias. Acho que o PT fez o que sempre se fez. É errado? Sim! Mas fez o que sempre se fez”.
“Por que o PPS apoia o Serra em São Paulo e o Paes/Lula/Dilma no Rio? Qual o sentido disso? Roberto Freire [presidente do PPS] passa 24 horas por dia no Twitter metendo o pau no Lula, chamando de ladrão e de corrupto, e fecha com o Paes aqui, com um vice-candidato a prefeito do PT? É venda de espaço, venda de horário, venda da sigla. Vou ser processado. Já estou sendo processado pelo Gilmar Mendes [ministro do STF, por chamá-lo de corrupto no Twitter]]. Agora, talvez seja processado pelo Freire.” –procurado pela reportagem, Roberto Freire declarou: “Esse ator tem uma ética política que orbitava ao redor do PCB [Partido Comunista Brasileiro]. Agora, ele não tem mais nada disso. Não merece meu respeito nem a minha resposta.”
“O Supremo quer mudar a maneira de fazer política no Brasil. Ótimo, maravilha! Óbvio que tinha que começar com o PT. Então, agora para ser condenado no Brasil basta ser preto, puta, pobre e petista.”
“O grande organizador da base foi o Zé Dirceu. Eu não tenho informação de cocheira para falar. Lendo a imprensa, deu para notar o seguinte. Antes do Lula ser eleito, houve uma reunião dele com o Zé Dirceu dizendo que ele não queria mais concorrer, né? E o Zé o convenceu com a ideia do José de Alencar [ex-vice-presidente] ser vice, de abrir um pouco mais o PT, de fazer coligação etc. Isso tudo foi o Dirceu quem fez não o Lula. Mas se for a história do domínio do fato, tem que prender o Fernando Henrique por comprar a eleição dele, porque tem provas. Agora se fala, eu sei que houve, mas não sei quem fez. O deputado Ronnie Von Santiago [que era do PFL-AC] falou eu ganhou R$ 200 mil para votar a favor da reeleição do Fernando Henrique. Ah, o FHC não sabia? Mas pelo domínio do fato, não saber é como saber. Então se pode enquadrar qualquer um, até o Lula, que sem dúvida nenhuma é o grande objetivo…”
“O PT está virando o Brasil de cabeça para baixo, está colocando uma mulher na presidência, um negro na presidência do STF, tirando 40 milhões da pobreza, fazendo um cara que sai do Bolsa Família, do ProUni, fazer mestrado em Harvard, ter os primeiros lugares do Enem.”
“Como é que um operário sem dedo, semianalfabeto faz isso que nunca fizeram? O nosso querido Fernando Henrique Cardoso, que era a minha literatura de axila na faculdade, que era meu ídolo. Não o Lula. O Lula era da minha geração, o FHC de uma anterior. Fernando Henrique, Florestan Fernandes eram os caras que queria mudar o Brasil. Aí o Fernando Henrique tem a oportunidade e não faz? Vai para a direita? É uma coisa louca. O que aconteceu? O PT e o PSDB nasceram da mesma vértebra. Era para ser um partido só. O que acontece é que chegam ao poder e vendem a alma ao diabo. Fica igual ao que foi feito nos 500 anos. O PT teve o peito de tentar romper, rompeu e está pagando por isso.”
“Eu votei no Fernando Henrique na primeira vez [na eleição de 1993]. Achava que ele era melhor do que o Lula naquela oportunidade. E foi mesmo. O Lula foi melhor depois.”

José Dirceu e a Ditadura Militar

“Conheci o Dirceu quando entrei na faculdade [no curso de direito da PUC-SP], na década de 1960. Eu entrei na faculdade já no pau, tem uma piadinha que eu faço, que quem não era de esquerda não comia ninguém. Porque ser de direita naquela época era ou ser extremamente mau-caráter ou alienado. Alienado era bobão, não sabia nem que existia a ditadura. Eu fui um dos representantes da faculdade na UNE [União Nacional dos Estudantes]. Foi nessa época que eu fiquei mais próximo do Dirceu.”
“Não fui torturado durante a ditadura. Fui preso junto com o Zé Dirceu em Ibiúna, no congresso da UNE,e m 1968. Eu fiquei preso uns dois meses, levei uns tapas na cabeça, quando ia para o Dops [Departamento de Ordem Política e Social] prestar depoimento.”
“A coisa ficou pesada depois do AI-5 [ato institucional que restringiu mais as liberdades civis], eu fui solto dois dias antes, foi a maior sorte. No dia 13 de dezembro, fui na faculdade, no Tuca e o porteiro disse que a polícia tinha ido atrás de mim, de armas. Nunca peguei em armas, fui embora para o Rio, e fiquei prestando apoio logístico para uma organização de esquerda. A única ação que eu fiquei sabendo depois e eu participei foi transportar o dinheiro tirado de um cofre do governador Adhemar de Barros [1901-1969].”
“O meu contato com a organização era um concunhado que foi preso junto com a Dilma, na rua da Consolação. Só tinha duas atitudes, ou entrar na luta armada ou deixar a organização. Minha companheira estava grávida do meu primeiro filho. Conversamos. Eu nunca pensei que poderíamos derrotar as forças armadas. Éramos 500 mil, 600 mil estudantes, tinha operário e militar, mas a grande maioria era estudante classe média.”
“Foi quando eu fui para a Europa, em 1972, para Londres, Amsterdã. Virei místico, fui estudar hinduísmo, filosofia oriental. Fiz ioga, meditação, macrobiótica, fui vegetariano, meditava quatro vezes por dia, vivia numa ilha grega, comendo frugal. Lá tomei ácidos. Muitos com orientação, para fazer pesquisa. Tinha um livro que ensinava. Tinha uma pessoa que brincava com o incenso. O contato foi maravilhoso. Era algo cósmico. No Brasil, enquanto a gente estava gritando paz no Vietnã, nos EUA eles gritavam ‘make love’ [faça amor]. Era a mesma coisa, mas um tinha um lado hippie, lisérgico. A minha geração, alguns amigos ficaram na esquerda, outros fizeram a revolução já hippie. Eu tive o privilégio de fazer parte dos dois lados.”
“Quando voltei ao Brasil anos depois, fui dar aulas em Pelotas, me desliguei dessa parte política e me foquei na arte. Me meti na profissão, fui ter filho e cuidar deles como o John Lennon fez. Limpando a bunda, acordando de madrugada para dar de mamar. Sendo um pai e mãe. Dividindo igualmente tudo e foi lindo.Depois fui para Porto Alegre, comecei a produzir música, levei Gilberto Gil, Rita Lee, Novos Baianos. Montei uma peça do Chico Buarque, ‘Saltimbancos’. Acabei fazendo um filme muito louco, ‘A Intrusa’, ganhei um prêmio em Gramado e a Globo estava lá e me chamou.”

Internet

“Na segunda eleição do Lula, eu tinha um blog e fui muito atacado. Eu estava no Acre, fazendo a minissérie ‘Amazônia’. Aquela eleição já foi muito radicalizada. Eu sou viciado em internet há muito tempo. Fui um dos primeiros atores a ter uma senha do Ministérios das Comunicações. Em 1994, 1995, já usava internet num provedor que o Betinho [Hebert de Souza] tinha por causa do Ibase [Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas]. Eu, o Paulo Betti, o Pedro Paulo Rangel fomos os primeiros atores a usar internet. Eu fiz muito ator comprar computador e ter internet. O mais comum era ouvir ‘não gosto de internet’. Mas no futuro ia ser algo como não gostar de telefone, de liquidificador. O José Mayer me apelidou de Zé Windows.”
“Sou geminiano, gosto de comunicação e cai no Twitter com a história da campanha da Dilma, que foi a primeira campanha em que as redes sociais foram muito usadas.”

Dilma Rousseff

“Não tive contato com a Dilma durante a ditadura. A gente era da mesma organização [VAR-Palmares]. Só se for fazer muita ilação. Não vou dar uma de Joaquim Barbosa…”
“Lula é Dilma e Dilma é Lula. Isso é um mantra, a cumplicidade dos dois é total. Quando o Lula começou com essa história de ter Dilma como candidato, todo mundo assustou. O pessoal do PT mesmo, o Lula pirou, como faz? Nunca tinha acontecido isso, uma pessoa que não tinha ganhado nenhuma eleição ser candidata a presidente.”

Ministério da Cultura e a Política de Cotas

“Eu não sei o que foi aquilo [Ana de Hollanda]. Um dia a gente ainda vai saber o que aconteceu. Depois ferrou, a Dilma é teimosa, não ia tirá-la na pressão. Ela esperou acabar tudo para trocar o ministério. A Ana é esquisita, uma pessoa difícil. Eu fui falar com ela uma vez, foi muito difícil. Quando entrou, batia de frente com o PT inteiro, com os deputados todos que cuidavam da cultura. Achei uma desfaçatez com o ministério da Cultura.”
“Agora precisa um levantamento para saber o deve ser feito. Mas a chegada da Marta [Suplicy] foi muito boa.”
“Sou a favorzaço de cota em tudo. Nós temos uma dívida. Há quantos anos um negro não podia entrar na faculdade? Podia pela lei, mas não entrava. Não tinha oportunidade igual. Na minha classe, tinha um negro em 50 alunos. Os ricos têm a impressão de que vão roubar deles. Mas o Lula conseguiu mostrar que dá para dividir e eles ganharam mais dinheiro ainda porque entrou muita gente no mercado para comprar coisas. Por mais que a Dilma dê porrada nas montadoras, elas estão amando a presidente.”
“Foi uma surpresa [cota para negros em edital do MinC], eu não li o projeto, mas a rigor, eu acho que o Brasil tem um débito muito grande e se for contar a escravatura, o débito não se paga nunca.”
“Não esperava que o Brasil fosse dar esse salto de assumir que é racista, de o governo assumir que existe racismo, de que existem problemas sérios, de que o brasileiro não é cordial com os seus. O brasileiro sabe explorar seus empregados. Hoje em dia, ter empregada doméstica está cada vez mais difícil. É claro! Quem quer lavar a cueca de um marido que não seja seu. É degradante.”

Futuro do PT e Presidência em 2014 e 2018

“Vou chutar aqui. Se o Eduardo Paes [prefeito do Rio] fizer um puta governo, agora com a Olimpíada, com a Copa, vai ganhar uma visibilidade absurda, pode enlouquecer e querer ser presidente pelo PMDB, sem ter sido governador. Obviamente, o Eduardo Campos [governador de Pernambuco, pelo PSB] é uma coisa natural, neto do Miguel Arraes.”
“O PSDB está acabando, o DEM acabou, o partido do Kassab [PSD] conseguiu algumas coisas, mas ele tomou o partido e agora está perdendo força. Kassab quis ser o Lula. Se o Haddad fizer um bom governo, se for eleito prefeito e ficar quatro, depois mais quatro pode ser um candidato em 2018. Daqui a seis anos o Lula ainda tem idade para tentar a presidência, mas se eu fosse ele, ia ser governador de São Paulo, só para acabar com a brincadeira [do PSDB]. Aí ficava Lula, Dilma e Haddad. São Paulo ia ser capital do mundo.”
Entrevista concedida a Alberto Pereira Jr. (RJ), Folha

Mais um aumento das passagens de ônibus. Beneficiando os usuários ou as empresas?




O DIA


Dessa vez a desculpa é a instalação de ar-condicionado na frota. Então uma empresa LICITADA que presta serviços públicos e que nos seus contratos são estabelecidos que devem ter manutenção e melhorias para o bem estar da população, deve repassar o reajuste ao consumidor / usuário ?

A prefeitura reduz impostos para empresas e ainda permite que em determinados horários e trajetos o ônibus circule com apenas o motorista desempenhando duas funções, ou seja, aumentando ainda mais a margem de lucro da empresa.

RIO - O paraíso das concessionárias de transporte público e o pesadelo dos usuários



domingo, 14 de outubro de 2012

Leandro Fortes: A direita que ri extasiada



Viomundo

Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, seis foram indicados por Lula, dois por Dilma Rousseff. A condenação de José Dirceu e demais acusados emanou da maioria destes ministros. Lula poderia, mas não quis, ter feito do STF um aparelho petista de alto nível, imensamente manipulável e pronto para absolver qualquer um ligado à máquina do partido. Podia, como FHC, ter deixado ao País uma triste herança como a da nomeação de Gilmar Mendes. Mas não fez. Indicou, por um misto de retidão e ingenuidade, os algozes de seus companheiros. Joaquim Barbosa, o irascível relator do mensalão, o “menino pobre que mudou o Brasil”, não teria chegado a lugar nenhum, muito menos, alegremente, à capa de um panfleto de subjornalismo de extrema-direita, se não fosse Lula, o único e verdadeiro menino pobre que mudou a realidade brasileira.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A justiça é mesmo igual para todos?






Por quê o mensalão petista, apesar de ter acontecido depois, foi julgado antes do mensalão tucano, quando, segundo a legislação, deveria ser julgado depois? Por quê tantos pauzinhos foram mexidos para que o julgamento coincidisse com as eleições? Por quê a mídia só dá importância ao mensalão e sequer uma coluna aos diversos acontecimentos muito mais escandalosos que estão vindo à tona, todos ligados ao PSDB, como a privataria tucana, a lista de furnas e a compra de votos para a reeleição de FHC? Por quê nenhum dos ministros que votaram pela condenação argumentaram através de provas, sempre resumindo esta argumentação à subjetividades, achismos, presunções e frases que giravam sempre em torno de "não é possível que ele não tenha participado d
isto"? Por quê eles utilizaram nas argumentações de condenação o relato de um co-réu (feito antes das investigações, durante entrevistas a Veja), sendo que tudo que é feito fora dos autos não pode ser considerado no julgamento? Por quê utilizaram nas argumentações o depoimento de um co-réu como suficiente para uma condenação, algo que, além de não pode ser utilizado para condenação caso não esteja ligado a uma prova factual, é considerado insuficiente por ser de uma pessoa que não tem a obrigação de dizer a verdade? Por quê estes ministros ignoraram provas factuais em suas argumentações, principalmente no caso Genuíno e Dirceu, e deram valor a indícios que nem sequer são considerados provas para realizar a condenação? Por quê estes ministros basearam suas condenações na presunção de culpa, invertendo os valores básicos da Justiça, norteados na presunção de inocência? Respondam-me todas estas perguntas e eu posso até concordar com as suas declarações. Por enquanto, na minha opinião, se não fosse alguns réus que foram condenados de forma correta no início do julgamento, este teria sido exclusivamente político, pois não ocorreu qualquer relação com justiça ou imparcialidade, sendo que, no que se trata do caso Genuíno e Dirceu, foi, exclusiva e definitivamente, político.


Igor Patrico Manetti Benedito



Imprensa tem dois pesos e duas medidas sobre mensalões, diz Barsosa: Carta Capital

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Folha e a prova do crime dos tucanos


Altamiro Borges

Taí a prova do crime, a capa da Folha do dia 13 de maio de 1997, com a manchete destacando a compra de votos para a emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, crime até hoje impune.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

LEWANDOWSKI DESMONTA BARBOSA E GILMAR


Lewandowski teve a oportunidade de dizer claramente: cadê as provas ?


Conversa Afiada


Lewandowski teve a oportunidade de dizer claramente: cadê as provas ?

Não há provas de compra de votos.

E se há compra de votos de deputados, por que não há de senadores ?

E se houve fraude na reforma tributária e previdenciária, então, essas leis nao valem.

Quem é o alguem que dirigiu o processo ?

Mas, não há provas de que haja um mandante.

No debate que se seguiu, ficou claro que Gilmar Dantas (**), Celso de Mello e Marco Aurélio (Collor de ) Mello
vão degolar Dirceu.

As “provas” de que houve “compra de votos” são “lotéricas” e justificam qualquer votação.

No caso da “lei de falências”, a proposta era da oposição, logo, Dirceu ‘teria comprado” a oposição para fazer projeto contra o Governo.




BBB STF



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ordem de Choque




Guarda municipal ataca o comercio informal no centro da cidade e trabalhadores reagem. No confronto, mercadoria foram tomadas, pessoas presas e agredida em mais uma ato de opressão da prefeitura e seu choque de ordem contra os trabalhadores.





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

RIOCard – Cobrança Abusiva e moleza para as empresas




A mesma prefeitura e o corpo legislativo da cidade do Rio de Janeiro que votam para baixar a alíquota de 2% sobre a cobrança de Impostos Sobre Serviços (ISS) para 0,01%, só não zeraram para não haver renúncia fiscal, são os mesmos que no ano de 2010 implementaram sobre a sociedade a Taxa de Iluminação Pública!

Ora, por que esse benefício de poucos empresários em detrimento de toda uma população do munícipio? Se ainda o serviço prestado fosse de excelente qualidade, vivemos numa cidade onde o calor impera durante quase todos os meses do ano e temos ônibus sem ar condicionado e quando o tem, a tarifa é absurda ao bolso do trabalhador. Em áreas menos privilegiadas este mesmo ônibus nos horários de pico são lotados fazendo com que a prestação desse serviço, quase isento de imposto, seja prestado de forma ultrajante.

Vamos refletir se esses mesmos representantes merecem a CONFIANÇA do seu voto para mais QUATRO ANOS das mesmas covardias.

Taxa de Iluminação Pública: APAGUE ESSA IDÉIA!




Daqui a pouco a prefeitura vai inventar a taxa tapa-buraco, pra fechar os buracos da cidade e a taxa da vassoura, para a compra de novas vassouras pra limpar a cidade.

Na imagem abaixo, os 34 vereadores que votaram a favor da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública).




Abusivo: A cobrança da taxa, que é pública, virá embutida na conta de luz, feita por uma empresa privada (Light). A taxa pública também não poderá ser paga separada do recibo da luz, o que na prática significa que se o consumidor não pagá-la, terá a luz de casa cortada.