segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cuidado que a “Vejite” pega

O Provocador
frameCivita Cuidado que a “Vejite” pega

Existe uma patologia no jornalismo que se chama Vejite. Essa nomenclatura foi criada especificamente para definir o que a revista Veja faz. É um caso único. E sem cura.

A anomalia consiste em interpretar a realidade de forma distorcida, sem nenhum constrangimento. Mesmo que todas as evidências comprovem o contrário, o "vejismo" repete compulsivamente as mentiras que lhe convém.

Em seres humanos, a psiquiatria considera esse tipo de atitude um desvio de caráter. Mas como a Veja há tempos abdicou de qualquer resquício ético, essa comparação não procede. Não há caráter, todas as maldades que ela pratica são deliberadas e conscientes.

Em rigorosos intervalos de uma semana, ocorrem surtos que se caracterizam por uma patética tentativa de proteger aliados e perseguir desafetos. É muito fácil diagnosticar essa doença terrível.

Nas páginas da última edição, por exemplo, num claro sintoma de bipolaridade, a Veja, em sua coluninha Sobe e Desce,  inventa números e delira em praça pública, como um cão danado espumando sobre uma calculadora quebrada.

Do nada, diz que a Rede Globo “fechou agosto com 30,8 pontos de Ibope no horário nobre na Grande SP, um crescimento de 12% em relação a 2010”.

Ao lado, manda uma mensagem cifrada, comum em dementes e alucinados: “O diabo esbraveja e espuma de raiva, mas os espetáculos televisivos protagonizados pelo canhoto e seus possuídos não estão colando – e rendendo – como antes”. Hã?

Não é o caso de internar? Os dados não correspondem à verdade, estão inflados, absurdos, nunca houve esse percentual de audiência.

O correto seria 28,5 pontos. Parece pouco, mas considerando só a Grande São Paulo, trata-se de 138 mil residências a mais na contabilidade doentia. É um delírio.

Quanto à frase indecifrável, mal escrita e desengonçada, cabe solicitar providências na esfera do exorcismo, já que nada tem a ver com um texto jornalístico. É possessão, estágio final desse tipo de loucura. Vade retro.

É muito desagradável ficar observando esse tipo de decomposição. Cheira mal, ofende os sentidos e não desperta compaixão. É cruel falar assim, mas é caso de isolamento. A sociedade não pode conviver com isso.

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