quinta-feira, 31 de março de 2011

Sem esquecimento, sem temor, sem perdão


O golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi só obra de generais hoje aposentados e mortos. Quando um deputado diz ter saudade da ditadura, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar.

Valter Pomar

Barcas não vão mais fazer travessia Rio-Niterói-Rio durante a madrugada. O que a população ganha com isso?

A partir de 26 de abril, as barcas que fazem a travessia Rio-Niterói-Rio não vão funcionar de madrugada.

Entrando no site das Barcas S/A encontrei o seguinte aviso:





Já foi definida a data para o fim da circulação durante a madrugada das barcas: 26 de abril. Em nota, a concessionária Barcas S/A afirma que o serviço será encerrado por determinação do governo. Eles afirmam ainda que os usuários poderão contar com o serviço da linha de ônibus 100D, que faz o trajeto Praça XV-Araribóia. Leia a íntegra da nota:

"A concessionária Barcas S/A informa que o serviço de transporte da linha Praça XV-Niterói, do período da madrugada (compreendido entre meia-noite e 5 horas), será suprimido por determinação do Governo do Estado.

"Tal medida decorreu da verificação da baixa demanda, que não alcança uma quantidade mínima de passageiros para justificar a utilização do transporte de massa.

"É importante destacar que o interesse das pessoas que utilizam o transporte durante esse período está garantido. A linha de ônibus 100D, que faz o trajeto Praça XV-Araribóia, opera 24h em todos os dias da semana.

"Durante os próximos 30 dias, a concessionária vai comunicar aos usuários a data de paralisação do serviço, que será em 26 de abril de 2011".

A empresa Barcas S.A. recebeu uma concessão do estado para operar as barcas. Evidentemente, esse contrato previa o funcionamento das barcas de madrugada. O que deixará de ocorrer a partir de 26 de abril.

E o que a população ganha com isso? Nada. Como a arrogante nota da empresa informa, o povão madrugador deve pegar a linha de ônibus.

E o dinheiro que a Barcas S.A. vai economizar ao deixar de prestar um serviço para o qual recebeu concessão vai pra onde?

A empresa deveria pelo menos oferecer o serviço gratuito de ônibus para os usuários. Ou então o governo do estado deveria renegociar a concessão.

O que não pode é a empresa anunciar que o serviço será "suprimido por determinação do Governo do Estado" e ainda lucrar com isso.

Ou pode?

Metrô e SuperVia eu sei que são defendidas pelo escritório de advocacia da esposa do governador Cabral. Barcas também?

Como disse Molon:

O Rio é o paraíso dos concessionários de transportes públicos e o inferno dos usuários. E isso com todo o apoio do governo do estado!!!

Primeiro, o governo prorrogou por 20 anos a concessão do metrô em troca de uma obra que piorou muito o sistema.

Depois, prorrogou o contrato da Supervia (trens) por 25 anos, depois de tanto sofrimento imposto aos usuários - chicotadas, entre outros.

Agora, isenta as barcas de ICMS e muda o contrato para permitir que não haja o serviço durante a noite. INACREDITÁVEL!  

quarta-feira, 30 de março de 2011

Infeliz Aniversário

Semana do Golpe de 64: Vladimir Herzog



Vlado Herzog (Osijek27 de junho de 1937 — São Paulo25 de outubro de 1975) foi um jornalistaprofessor e dramaturgo nascido na Croácia (à época ainda parte do Reino da Iugoslávia), mas naturalizado brasileiro. Vladimir também tinha paixão pela fotografia, atividade que exercia por conta de seus projetos com o cinema. Passou a assinar "Vladimir" por considerar seu nome muito exótico nos trópicos.

Vladimir tornou-se famoso pelas consequências que teve de assumir devido suas conexões com a luta comunista contra a ditadura militar, autodenominada movimento de resistência contra o regime do Brasil, e também pela sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Sua morte causou impacto na ditadura militar brasileira e na sociedade da época, marcando o início de um processo pela democratização do país. Segundo o jornalista Sérgio Gomes, Vladimir Herzog é um "símbolo da luta pela democracia, pela liberdade, pela justiça."

Primeiros anos


Herzog nasceu na cidade de Osijek, em 1937, na Iugoslávia (atual Croácia), filho de um casal Judeu: Zigmund e Zora Herzog. Com o intuito de escaparem do Estado Independente da Croácia (estado fantoche controlado pela Alemanha Nazista e pela Itália Fascista), o casal decidiu emigrar, com o filho, para o Brasil, na década de 1940.


Educação e carreira


Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1959. Depois de formado, trabalhou em importantes órgãos de imprensa no Brasil, notavelmente no O Estado de S. Paulo. Nessa época, resolveu passar a assinar "Vladimir" ao invés de "Vlado" pois acreditava que seu nome verdadeiro soava um tanto exótico no Brasil. Vladimir também trabalhou por três anos na BBC de Londres.

Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Também foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e, nessa época, também atuou como dramaturgo, envolvido com intelectuais de teatro. Em sua maturidade, Vladimir passou a atuar politicamente no movimento de resistência contra a ditadura militar no Brasil de 1964-1985, como também no Partido Comunista Brasileiro.


Prisão e morte

Em 24 de outubro de 1975 — época em que Herzog já era diretor de jornalismo da TV Cultura — agentes do II Exército convocaram Vladimir para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (que era proibido pela ditadura). No dia seguinte, Herzog compareceu ao pedido. O depoimento de Herzog era dado por meio de uma sessão de tortura. Ele estava preso com mais dois jornalistas, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, que confirmaram o espancamento.

No dia 25 de Outubro, Vladimir foi encontrado enforcado com a gravata de sua própria roupa. Embora a causa oficial do óbito, divulgada pelo governo ditatorial da época, seja suicídio por enforcamento, há consenso na sociedade brasileira de que ela resultou de tortura, com suspeição sobre servidores do DOI-CODI, que teriam posto o corpo na posição encontrada, pois as fotos exibidas mostram Vlado enforcado. Porém, nas fotos divulgadas há várias inverossimilhanças. Uma delas é o fato de que ele se enforcou com um cinto, coisa que os prisioneiros do DOI-CODI não possuíam. Além disso, suas pernas estão dobradas e no seu pescoço há duas marcas de enforcamento, o que mostra que supostamente sua morte foi feita por estrangulamento. Na época, era comum que o governo militar ditatorial divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam perecido por "suicídio", o que gerava comentários irônicos de que Herzog e outras vítimas haviam sido "suicidados pela ditadura".

Cotista de Medicina responde a Bolsonaro





e mail e fotomontagem da Maiara:

Sr. Bolsonaro,

 

Venho atraves deste e-mail exercer o meu Direito de Resposta relativo as suas afirmações no programa CQC.

 

Sou cotista de medicina com muito orgulho, graças ao presidente Lula.


Caso o senhor tenha o infortunio de sofrer um acidente algum dia e cair nas minhas mãos em um pronto socorro, terei o maior prazer em atendê-lo, pois só vendo o senhor viver é que terei a certeza de que continuará sofrendo ao ver a diversidade de raças e a prosperidade do povo mestiço brasileiro.

 

Vai um presente para o senhor. Imprima, coloque numa moldura e se delicie olhando para os seus herois, por que os nossos… os nossos são outros e o senhor sabe muito bem quem são.


Maiara Silva


Ps. “Favor não confundir com aquela Mayara das eleições, a afogadora de nordestinos.”


Matéria do Conversa Afiada

 

Mesmo condenada a pagar imposto no Brasil, Vale recorre ao tribunal de Gilmar Mendes para não pagar

A mineradora Vale está com sérios problemas de compatibilidade com os interesses da nação brasileira.

Primeiro está sendo cobrada em R$ 4 bilhões de Royalties de mineração pelo DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral), em favor dos estados de Minas Gerais e do Pará, e entra com recurso na justiça para não pagar.

Agora faz o mesmo para não pagar impostos sobre os lucoros ganhos a partir do dinheiro brasileiro, da matriz "brasileira", investido no exterior.

A própria Vale informou, com outras palavras:

- que havia entrado com mandado de segurança contra a tributação no Brasil dos lucros das filiais e subsidiárias no exterior.

- que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) julgou que a empresa tem que pagar o imposto no Brasil, sim.

- que recorrerá aos tribunais superiores (STJ e STF) para não pagar, alegando que no tribunal onde Gilmar Mendes dá batente, há julgamento de causa semelhante que permanece empatado.

A ação vem desde 2003, quando a Vale entrou com um processo questionando a validade do artigo 74 da Medida Provisória 2.158-34 de 2001, que determinava o pagamento do imposto de renda no Brasil sobre a receita líquida das subsidiárias estrangeiras.

A Vale alega "bitributação", dizendo que já paga impostos no estrangeiro.

Então cabe a pergunta: por que ela não entre na justiça estrangeira, alegando bitributação lá, dizendo que tem que pagar impostos aqui?

(Com informações do Valor)

A representação contra Bolsonaro



Entraram com representação contra o deputado Jair Bolsonaro, pelas ofensas de cunho racista que dirigiu à cantora e apresentadora Preta Gil e sua família no programa CQC, da Band:  Brizola Neto, Jean Willys, Manoela Pinho, Chico Alencar, Ivan Valente, Edson Santos, Perpétua Almeida, Erica Kokay,Emiliano José, Jandira Feghalli, Fernando Ferro, Domingos Dutra...


Representamos ao Conselho Nacional de Defesa da Pessoa Humana, à Procuradoria Geral da República – afinal, racismo não é crime? – e, no âmbito do Parlamento, ao Presidente Marco Maia, para que determine a competente investigação pela Corregedoria da Câmara.

Transcrevo o texto desta representação:

A SUA EXCELÊNCIA O SENHOR

DEPUTADO MARCO MAIA

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Os parlamentares infra-assinados vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência representar contra o deputado JAIR BOLSONARO pelas razões de fato e de direito na seguinte:
REPRESENTAÇÃO

DOS FATOS

Na noite de 28 de março de 2011 foi ao ar o programa da TV Bandeirantes entitulado CQC – Custe o Que Custar, no qual foi veiculada uma entrevista com o Deputado Jair Bolsonaro no quadro do CQC denominado “O povo quer saber”.  No decorrer da entrevista, o referido parlamentar, ao ser indagado pela artista e promotora Preta Gil “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?” Eis a resposta literal do entrevistado: “ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja, eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu” (!).

Esta resposta caracterizada por evidente cunho racista culminava uma série de afirmações em desapreço a diversos grupos sociais e em apologia a graves violações de direitos humanos, no decorrer de toda a referida entrevista.

Na realidade tem sido recorrentes as manifestações de cunho racista proferidas pelo Sr. Jair Bolsonaro nesta Casa e fora dela, contra diversos grupos sociais e organizações defensoras de direitos humanos, dentre as quais a própria Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da qual ele é membro suplente por designação do partido a que é filiado, o PP.

DO DIREITO

A difusão de conteúdos ideológicos por meio da mídia eletrônica é de conhecido poder de multiplicação, principalmente quando se trata de programa que conta com significativa audiência, como o CQC.  O Sr. Jair Bolsonaro ao utilizar-se de um espaço midiático para propagar atos que configuram crimes, extrapola a liberdade de expressão para ofender a dignidade, a autoestima e a imagem não só da pessoa que fez a pergunta naquele momento, mas de toda a sociedade, uma vez que os direitos e princípios constitucionais ofendidos pertencem à toda a sociedade.

A Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, inclui, no seu Art. 20, “que praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime passível de reclusão de um a três anos e multa.

Essa Lei decorre de tratados internacionais de que o Brasil é signatário. A Constituição Cidadã é explícita ao repudiar o racismo como prática social, considerando-o como crime imprescritível e inafiançável.  O Art. 1º da Carta Magna, que define como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil “III – a dignidade da pessoa humana.”

O Art. 3º, que enumera os objetivos fundamentais da República, contempla “IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Já o Art. 4º , que estabelece os princípios pelos quais se regem as relações internacionais do país, VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo (…).

O Art. 5º da Constituição Cidadã, por sua vez, define que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (…). O mesmo Artº 5º, em seu Inciso XLII, prevê que “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, com base no Recurso Especial 157805/DF, prevê que “Incitar, consoante a melhor doutrina é instigar, provocar ou estimular e o elemento subjetivo consubstancia-se em ter o agente vontade consciente dirigida a estimular a discriminação ou preconceito racial. Para a configuração do delito, sob esse prisma basta que o agente saiba que pode vir a causá-lo ou assumir o risco de produzi-lo (dolo direto ou eventual).”
Por sua vez, o Código Penal, define o crime de injúria no Art. 140, estabelecendo que se trata de injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. O § 3º da mesma lei,estabelece que “se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.

Ante o exposto, requerem os representantes se digne V. Excelência determinar, em respeito aos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Carta Magna de 1988 e da Lei vigente, a instauração do devido procedimento contra o Deputado JAIR BOLSONARO, para que seja:

1)    Avaliada se a conduta do Deputado Jair Bolsonaro configura efetivamente a prática do crime de racismo;

2)    Determinadas providências para requisição de vídeo tape do programa CQC à TV Bandeirantes exibido na noite de 28 de março de 2011 para melhor exame do caso;

3)    Determinadas providências para requisição de transcrições de discursos do referido deputado nos quais se demonstram as práticas recorrentes de injúrias, ofensas à dignidade e incitação da discriminação e preconceitos, inclusive contra a Comissão de Direitos Humanos e Minorias;

4)    Encaminhe à Corregedoria e, posteriormente, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar abertura de processo sobre eventual quebra de decoro parlamentar.

Quem quiser apoiar esta iniciativa ou dar sugestões, escreva, por favor, para o e-mail da Comissão de Direitos Humanos da Câmara: cdh@camara.gov.br


Blog Tijolaço

terça-feira, 29 de março de 2011

Valeu, Zé Alencar!

"Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele". (José Alencar, 1931 - 2011)

José Alencar: Descanse em PAZ!


Lutou, até quando Deus Permitiu!

Parabéns pelo exemplo de luta e determinação.



Na TV,deputado diz a Preta Gil que namoro com negra seria ‘promiscuidade’

Em entrevista na noite da segunda-feira, 28, ao programa CQC, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu declarações que tiveram grande repercussão nas mídias sociais e devem gerar reações de diversas entidades e militantes.



Se indignou, assim como eu, com os atos racistas e homofóbicos do Bolsonaro? Mande um e-mail exigindo a cassação dele para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados: cedpa@camara.gov.br

segunda-feira, 28 de março de 2011

Lula no Uruguai

Enquanto Dilma ocupa o centro, Lula entra de cabeça nas articulações da esquerda sul-americana.


"Hoje, há uma nova América do Sul. Um continente que ergueu a cabeça, libertou-se das tutelas internacionais e resgatou a sua soberania. Um continente que recuperou a autoestima e voltou a acreditar em si mesmo, em sua capacidade de tornar-se cada vez mais próspero e justo."


Aconteceu em 28 de março

1968

 O secundarista Édson Luís de Lima Souto é morto pela PM em passeata do restaurante Calabouço. O Brasil se comove com o lema "Mataram um estudante, podia ser seu filho"; 50 mil vão ao enterro, em impressionante passeata à luz de velas.

www.vermelho.org.br

Exposição registra os 47 anos da ditadura no País

O Arquivo Nacional promove a exposição Registros de uma Guerra Surda, que será inaugurada na próxima sexta-feira (1º) e aberta ao público a partir de segunda-feira (4), no Rio de Janeiro. A exposição é uma amostra da documentação oficial e do que foi produzido pelos órgãos de imprensa e organizações que se dedicavam a combater a ditadura militar no Brasil.

Arquivo Nacional
A ditadura no Brasil durou 21 anos - de 1964 a 1985.

Exposição registra os 47 anos da ditadura no PaísAntes da abertura da exposição será realizado, entre 30 de março e 1º de abril, o 2º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos – Memória e Resistência. Além da exposição e do seminário, o evento incluirá uma mostra paralela de filmes sobre o tema.

Registros de uma Guerra Surda apresenta documentos do Arquivo Nacional e de instituições parceiras do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, criado pelo governo federal, sob a coordenação do Arquivo Nacional, com o objetivo geral de ser um polo difusor de informações contidas nos registros documentais sobre as lutas políticas no Brasil nas décadas de 1960 a 1980.

Cerca de 400 mil registros documentais já estão disponíveis para consulta no Banco de Dados do Memórias Reveladas, no Portal do Memórias Reveladas.

Serviço:
A exposição está aberta ao público de 4 de abril a 26 de agosto de 2011, no Arquivo Nacional, com entrada franca, de 8h30m às 18h, de segunda a sexta-feira. Visitas guiadas serão oferecidas aos alunos das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro, com agendamento pelo e-mail: pi@arquivonacional.gov.br

Semana do Golpe de 64

 O Golpe Militar de 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e que culminaram no dia 1 de abril de 1964 em um golpe de estado. 


A Ditadura Militar foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil, entre os anos de 1964 e 1985. Essa época caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil vivia uma crise política. O vice de Jânio, João Goulart, assumiu a presidência num clima político tenso. Seu governo foi marcado pela abertura às organizações sociais.

Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço no cenário político brasileiro, preocupando as classes conservadoras, como empresários, banqueiros, a Igreja Católica, militares e a classe média. Em plena Guerra Fria, os EUA temiam que o Brasil se voltasse para o lado comunista.

Os partidos que se opunham a Jango (João Goulart), como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), o acusavam de estar planejando um golpe esquerdista e de ser o responsável pelos problemas que o Brasil enfrentava na época. No dia 13 de março de 1964, João Goulart realizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defendeu as Reformas de Base e prometeu mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.
Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizaram um protesto que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Evitando uma guerra civil, Jango deixou o país, refugiando-se no Uruguai. Os militares finalmente tomaram o poder.

Logo após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.

Durante o regime militar, houve um fortalecimento do poder central, especialmente do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram extintas ou sofreram intervenções do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram submetidos à censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo.

Por Tiago Dantas
Equipe Brasil Escola

CHOMSKY E AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA



O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”. 



8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Laranja de Obama azedou: Brasil vence EUA em batalha na OMC

O Brasil ganhou mais uma batalha comercial contra os Estados Unidos.

A OMC (Organização Mundial do Comércio) reconheceu que o governo estadunidense taxa ilegalmente as importações de suco de laranja daqui.

As cobranças foram criticadas pelos brasileiros em 2008, junto ao painel de resolução de disputas da OMC. Os EUA impuseram essas taxas por avaliar que os agricultores brasileiros praticavam dumping.

Na denúncia, os brasileiros afirmaram que era ilegal o método utilizado pelos estadunidenses para calcular o dumping de seu suco. Mas essas taxas foram consideradas ilegais porque a OMC não vê essa prática na exportação de suco brasileiro.

Na decisão, a OMC conclui que os EUA "agiram de maneira inconsistente" ao aplicar seu polêmico e complexo método de cálculo, chamado de "zeroing". A organização recomendou que Washington "adapte suas medidas de acordo com suas obrigações sob o Acordo Antidumping". (Do R7)

domingo, 27 de março de 2011

Programa Alaga São Paulo












São Pedro: Não Coloquem a culpa em mim!

Em homenagem a última semana de BBB


Sempre é bom repetir o que diz o artigo 221 de nossa Constituição:

A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

É por isso que quando a Globo fala em princípios, em educação, em trabalho honesto, em respeito ao ser humano, o cheiro da hipocrisia se espalha no ar.

sábado, 26 de março de 2011

Nos 20 anos de Mercosul, Lula diz que ALCA era submissão


Sábado (26), completa 20 anos da assinatura do Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul.

Lula, em visita ao Uruguai, disse que valeu a pena lutar pelo Mercosul, e contra a ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas), uma tentativa dos EUA anexar o Brasil e todo o continente americano, lançada por Bill Clinton, e que FHC, Alckmin e Serra caminhavam bovinamente para o matadouro.

Ainda bem que Lula foi eleito em 2002, reeleito em 2006, e passou a faixa para Dilma em 2011, senão era "bye, bye, BraSil".

E se a Vale comprasse aqui, como compra a Petrobras? O que Agnelli não fez, a Petrobras faz

 O que Agnelli não fez, a Petrobras faz

Ao contrário do que fez o agonizante reizinho da Vale, Roger Agnelli, a Petrobras continua comprando, a todo o vapor, os navios necessários á expansão de suas atividades com o pré-sal.
Como se sabe, Agnelli preferiu comprar na China os 12 grandes navios de transporte para exportar o ferro que extrai do Brasil.

A Petrobras, que lançou ao mar ano passado três superpetroleiros e ontem recebeu as propostas técnicas e comerciais para mais oito embarcações de de transporte de produtos derivados de petróleo. E, que bom, os concorrentes são dois estaleiros do meu Rio de Janeiro, o Eisa e o Mauá.

O programa de modernização e ampliação da Transpetro soma 49 navios e faz como que o Brasil já tenhahoje a quarta melhor posição entre as encomendas de  petroleiros. Já gerou 15 mil empregos diretos e, segundo a Petrobras, vai criar, ao final, 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos.

Tomara que a nova direção da Vale enxergue que o Brasil pode competir com qualquer país do mundo em matéria de construção naval. Pode e vai. Aliás, para a Vale, se ela investir também em siderurgia, até nisso pode ser vantajoso, fornecendo o aço necessário para as novas embarcações.
 
Basta seguir o exemplo da Petrobrás que, para baratear os custos, licitou as compra das 13 mil toneladas de chapas de aço destinadas à construção de navios modelo Panamax, que serão construídos na Ilha do Governador (RJ). E não foi de favor, não: da concorrência participaram nove siderúrgicas, do Brasil e de outros quatro países. Ganhou a Usiminas, daqui.

E se a Vale comprasse aqui, como compra a Petrobras?



Hoje comentei aqui que um dos principais desentendimentos entre o Presidente Lula e a atual direção da Vale era a política de compras da empresa, que não tinha uma orientação de preferir a produção nacional.

É o contrário do que faz a Petrobras.

Este ano, ela investirá R$ 84 bilhões em projetos no País, informou.  Nas compras e serviços contratados, a meta é que pelo menos 65% sejam de fornacedores brasileiros.

Hoje, a empresa divulgou uma lista de produtos e serviços que vai contratar e deseja que sejam fornecidos por pequenas e médias empresas brasileiras.

Para participar, as empresas interessadas devem verificar se possuem perfil para fornecer os itens apresentados pela Petrobras. A inscrição  pode ser feita até por telefone, até o dia 14 de abril.

É a ação da Petrobras queestá ressuscitando nossa indústria naval, quase morta e enterrada no Governo Fernando Henrique, quand tinha menos de dois mil empregados. Hoje, já são 56 mil empregados e, até 2014, deverá ter nada menos que 100 mil trabalhadores, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshores – Sinaval, em matéria publicada no Jornal do Commercio.

Agora, imaginem se fossem feitos aqui os 12 navios gigantes da Vale que, como este da foto, tem 330 metros de comprimento? Mas os empregos que o Agnelli cria na indústria naval, porém, são lá na China.




Brizola Neto - Tijolaço

O poder da imprensa e os abusos do poder

Reproduzo artigo de Bernardo Kucinski, publicado no Observatório da Imprensa:

Todos sabemos que a imprensa pode destruir reputações, derrubar ministros e às vezes um governo inteiro. Foi uma campanha de imprensa, liderada por um grande jornalista, Carlos Lacerda, que levou Getúlio ao suicídio em 1954. Vinte anos depois, nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciou por causa de denúncias da imprensa.

Nos dois episódios, o poder havia recorrido a métodos criminosos para eliminar ou intimidar oponentes políticos. Ao revelarem esses abusos, derrubando a parede de segredo que os protegia, jornalistas exerceram uma das funções sociais que legitimam a imprensa como ator importante numa democracia.

Mas no Chile, em 1973, a grande imprensa contribuiu não para aprimorar a democracia ou denunciar abusos do poder, ao contrário, para derrubar o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, abrindo caminho para a uma das mais abomináveis chacinas políticas da nossa história, sob a ditadura de Pinochet.

Esses três episódios comprovam o imenso poder da mídia tanto de fazer o bem – sob a ótica do aperfeiçoamento democrático – quanto de fazer o mal. E apontam para a questão crucial, objeto dos ensaios que compõem esta obra definitiva do professor Venício Lima: como regular o mercado da comunicação de massa numa sociedade em que a informação é uma mercadoria apropriada por empresas privadas portadoras de interesses políticos, de modo a preservar o potencial democrático da mídia e ao mesmo tempo impedir abusos de poder da própria mídia?

Critérios democráticos

Essa questão é ainda mais crucial em sociedades de cultura autoritária, como as latino-americanas, nas quais predomina um cenário de polarização da renda e concentração da propriedade e do poder econômico, inclusive o dos conglomerados da indústria da comunicação.

É um cenário propício à instrumentação da mídia nas disputas de poder. Basta lembrar como se deu a eleição do primeiro presidente civil, ao fim do regime militar. Inventado do nada, endeusado pela revista Veja como condutor de uma luta implacável contra a corrupção e com o apoio da Rede Globo, que falseou o debate final decisivo da campanha, Fernando Collor tornou-se o primeiro presidente eleito, após os 25 anos de ditadura.

Depois, a mesma mídia que inventara sua candidatura conduziu a campanha que levou ao seu impeachment. Mas o resultado duradouro e nefasto do episódio não foi a autocrítica. Ao contrário, foi a percepção pelos principais grupos de mídia de massa do país de seu poder de eleger ou derrubar presidentes. Desde então, nossa mídia de massa não se limita a reportar a nossa história – quer determinar os rumos de nossa história.

Nas democracias mais avançadas, ou sociedades de cultura menos autoritária, abusos e instrumentação da mídia são dirigidos principalmente para fora, para objetivos de dominação mundial. O ataque americano ao Iraque em 1991 foi precedido por uma operação de mídia que iludiu a opinião pública com a falsa noção dos bombardeios cirúrgicos, que atingiriam instalações com precisão milimétrica, sem matar ninguém. No segundo ataque ao Iraque, esse seguido da invasão e ocupação, dezenas de jornalistas foram "embutidos" nos diferentes batalhões, disseminando a cada dia uma nova falsa informação de que haviam sido encontrados indícios dos meios de destruição de massa – o pretexto da invasão.

Nas grandes democracias representativas, as democracias de massa, como Brasil, Estados Unidos e Índia, a mídia substituiu as praças públicas como o espaço em que se dá a disputa pelo voto. Obviamente, se o grosso dessa mídia se alinha a uma determinada corrente política, gera-se um desequilíbrio fundamental na disputa democrática. Como garantir ao mesmo tempo a mais ampla liberdade de alinhamento político dos meios de comunicação, e impedir esse desequilíbrio?

A resposta, de novo, está numa regulação de mercado formatada por critérios republicanos e democráticos. Daí a importância desta obra do professor Venício Lima, em especial as referências às experiências de regulação em outros países.

Unidade de propósitos

Estudos empíricos feitos em sua maioria nos Estados Unidos sugerem que os meios tradicionais de comunicação de massa conseguem determinar que temas serão objeto do debate público e que temas serão omitidos. No debate da regulação, vive-se no Brasil um paradoxo nefasto: os meios de comunicação de massa procuram excluir o debate da própria regulação, rotulando-o de ameaça à liberdade de imprensa. Assim, excluíram do debate público as propostas, apresentadas democraticamente pelo governo, de criação de um Conselho Federal de Jornalistas e a de criação de um novo sistema de estimulo ao audiovisual.

É na determinação da agenda pública de debates, de resultados seguros e duradouros, em especial na nomenclatura e forma de abordagem desses temas, que os grupos de interesses mais poderosos, como os bancos, por exemplo, concentram hoje seus esforços midiáticos.

Outro exemplo notável é a visibilidade dada às ocupações de terra do MST, retratando-o como organização violenta, nunca se referindo à Universidade dos Sem Terra, em Guararema (SP) ou às suas escolas primárias ou à escandalosa concentração da propriedade da terra no Brasil.

No plano internacional um bom exemplo de determinação da agenda é a insistência da mídia mundial em classificar certos países como "irresponsáveis", em cujas mãos nunca deveria estar a bomba atômica, quando o único país que ousou despejar bombas atômicas em cima de populações civis foram os Estados Unidos, e sem uma justificativa plausível, se é que poderia haver alguma.

Esses exemplos sugerem que ao agendar o que é discutido e o que é omitido, em especial a forma e a linguagem das discussões, os grandes jornais e redes de televisão, cada vez mais interligados e homogêneos, criam o ambiente em que se forma nossa visão de mundo.

Além disso, as simplificações inerentes à linguagem jornalística geram falsos consensos ou um senso comum simplificado ou grosseiro. Em alguns casos-limite, invertem sentidos e escamoteiam a realidade.

Os grandes jornais são também instituições da sociedade civil. A maioria deles foi criada em momentos cruciais da luta política em seus respectivos países. O Estado de S.Paulo, principal jornal brasileiro, foi lançado em 1875 manifestamente para defender a instauração de um regime republicano. O Le Monde nasceu da luta contra a ocupação alemã. O último desses grandes jornais, o espanhol El País, foi criado pela burguesia espanhola como parte do projeto de enterrar o vergonhoso passado do franquismo e levar a Espanha à União Europeia.

No Brasil, os três grandes jornais de referência nacional – Estadão, Folha de S.Paulo e O Globo, e mais alguns importantes diários regionais como o Correio Braziliense e o Zero Hora, de Porto Alegre, e ainda a revista Veja e os canais de televisão e rádio do grupo Globo – formam hoje um compacto político-ideológico em defesa dos fundamentos do modelo econômico chamado neoliberal: privatizações, terceirizações, flexibilização das leis trabalhistas e desrregulação do movimento de capitais. Também combatem em uníssono as principais políticas públicas do governo, como o Bolsa Família, o Plano Nacional de Direitos Humanos, as cotas nas universidades e a política externa. Tornaram-se assim substitutos de um grande partido político conservador e protagonistas centrais na cena político-eleitoral.

Não por coincidência essa unidade ideológica e de propósitos começou a tomar corpo com a fim da ditadura militar. É como se a grande mídia oligárquica tivesse assumido funções de controle social por meios ideológicos, em substituição ao exaurido controle social coercitivo.

Conceito de mercadoria

Felizmente, já se foram os tempos em que os grandes jornais combinavam de modo tão explosivo o poder econômico com o poder político que se autodenominavam "o quarto poder." O advento da internet como principal meio hoje de comunicação – tanto interpessoal, como intergrupal e de massa – destruiu o monopólio da fala detido pelos jornais, pelos jornalistas, e pela indústria capital intensiva da comunicação.

Hoje os três grandes jornais de referência nacional não chegam a vender, somados, 900 mil exemplares. No período de duas décadas em que nossa população cresceu uns 25%, esses jornais perderam 25% de leitores.

A internet nasceu com vocação libertária, tornando-se o meio principal de comunicação livre e barata entre as pessoas organizações e movimentos sociais. Além de ferramenta poderosa de pesquisa, registro, processamento e guarda do conhecimento, é ao mesmo tempo uma nova mídia, um novo meio de transmissão, de articulação e de mobilização.

Pela primeira vez, com as novas tecnologias, baratas e livres do controle do grande capital, qualquer ser humano razoavelmente inserido num meio social pode materializar o direito de informar como distinto do direito de ser informado.

A mediação exclusiva dos meios de comunicação foi substituída pela interatividade, pela capacidade de cada leitor modificar, questionar, desconstruir os conteúdos jornalísticos no momento mesmo de sua emissão. Trata-se de todo um novo processo de elaboração coletiva do discurso midiático, um processo tão rico e sedutor, que está cativando até mesmo os jornalistas, cada vez mais dedicados aos seus blogs e twitters do que às suas colunas opinativas nos grandes jornais.

Essa revolução da comunicação está ainda no seu início. Uma de suas conseqüências é o declínio acelerado dos grandes jornais como indústria capital intensiva, que se utiliza de rotativas gigantescas, processando volumes imensos de papel.

Embora o hábito de ler diários seja arraigado, a lógica de produzi-los já morreu. Não tem mais sentido econômico plantar uma floresta inteira de eucaliptos, produzir toneladas de polpa e depois bobinas imensas de papel jornal, transportá-las a grande distância, levá-las até uma rotativa central, imprimir meio milhão de exemplares de jornais e depois distribuí-los em caminhões por vastas distâncias, para nos trazer de manhã uma notícia que já está velha, que já foi superada pelo noticiário online da internet.

Esse "modelo de negócios", como se diz na linguagem neoliberal, está superado. E a indústria dos grandes jornais ainda não conseguiu encontrar uma saída. Os grandes jornais continuam sendo a principal fonte produtora das informações, inclusive as veiculadas pela internet, e todos eles têm hoje uma versão digital, mas não sabem como cobrar por essa leitura e perdem publicidade e leitores pagos na versão tradicional impressa.

O meio internet é infenso ao lucro e ao conceito de mercadoria, fundamental no capitalismo. Na internet é possível "consumir" a matéria jornalística ou de entretenimento sem que com isso ela acabe. Ao contrário, ao mesmo tempo que é consumida, pode ser multiplicada, ao ser reenviada, com um simples comando, a inúmeros outros destinos.

Interesses antagônicos

A maioria dos grandes jornais já reduziu suas redações à metade. Alguns já deixaram de circular e outros seguem o mesmo caminho. Embora mais lentamente, a revolução tecnologia está erodindo a indústria dos jornais da mesma forma como erodiu a indústria dos CDs.

Isso não significa que os jornais impressos deixarão de existir. Tanto jornais quanto revistas existirão para sempre, nas mais diversas formas. Mas não mais como uma poderosa indústria que comandava ao mesmo tempo lucros e poder político.

A revolução digital retirou dos jornais sua principal função, a noticiosa. Daí a exacerbação hoje da função ideológica que os marcou na era das revoluções republicanas, antes que a invenção das grandes rotativas fizesse deles também uma indústria de alto retorno.

Mas, sem poder econômico, os grandes jornais tendem a perder poder político. Na França já há subsídio estatal a alguns grandes jornais. As tevês, em ritmo mais lento, perdem poder pela força da fragmentação do meio e do rápido avanço da informação digital em outras plataformas, inclusive no celular.

O símbolo maior da nova era da comunicação é o celular, com o qual cada ser humano pode se comunicar com todos os demais, informar e ser informado. Vivemos hoje uma situação em que a comunicação como um todo assumiu estatuto antropológico nas nossas vidas, constituindo-se no ambiente no qual se formam as novas gerações, desde a infância.

Não há mais distinção nítida entre comunicação pública e privada, entre jornalistas e não jornalistas. O próprio jornalismo como um campo constituído de relações definidas, papéis pré-atribuídos, uma ética própria, foi destruído pela internet e ainda não sabe como se recompor.

O vazio jurídico provocado pelo advento da internet é imenso. Nos principais países, inclusive no Brasil, discutem-se novos marcos legais para a comunicação. Como preservar o direito autoral, se a cópia é tecnicamente acessível a todos e barata? Como preservar o direito à auto-imagem se uma matéria difamatória, mesmo se posteriormente corrigida, fica registrada para sempre nos arquivos digitais da internet? Deve haver direito de resposta na internet? Qualquer um tem o direito de enviar uma mensagem a outra pessoa? Com se define um atentado ao pudor pela internet? Como tipificar crimes de imprensa pela internet, se ela é ao mesmo tempo comunicação pública e privada? Como preservar a neutralidade da rede, ou seja, o princípio pelo qual nenhum acesso pode ser filtrado por interesses particulares?

Entre nós esse vazio jurídico agravou-se depois da extinção da Lei de Imprensa e da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo pelo Supremo Tribunal Federal. A Lei de Imprensa estabelecia mecanismos específicos para o exercício do direito de resposta, que não afetavam a liberdade de expressão, mas garantiam às pessoas ou instituições injustamente agredidas pela mídia o direito básico à retificação.

Além disso, até hoje não foram regulamentados os artigos da Constituição "cidadã" de 1988, que tentam colocar um pouco de ordem na casa. Ou acabar com ilegalidades flagrantes como é a posse direta ou disfarçada de concessões de rádio e televisão por políticos com mandato.

A regulação é em si mesmo um campo de disputa entre forças de interesses antagônicos. Daí o paradoxo de termos uma Constituição "cidadã", na esfera do direito à informação, mas uma realidade de mercado autoritária e, a rigor, prosperando na ilegalidade. A Constituinte refletia uma correlação de forças efêmera.

Linha de frente

Os proprietários da grande mídia identificam liberdade de expressão, um dos direitos humanos fundamentais, com liberdade da indústria de comunicação, que é um direito empresarial. Como se as empresas fossem as detentoras exclusivas do direito de expressão. Ou, em outras palavras, como se o direito de expressão só pudesse ser exercido na forma de uma mercadoria.
A liberdade de expressão tem como limites ou pontos de atrito o direito à auto-imagem e à privacidade, assim como a presunção da inocência. São conflitos delicados, em parte objeto de leis especificas de imprensa e em parte objeto de códigos de ética ou leis ordinárias. O espírito dessas leis em geral é o de não intimidar o jornalista ou o meio de comunicação a tal ponto que ele sinta inibição no seu trabalho, porque se reconhece o peso especial de uma imprensa livre na constituição da democracia. Mas, ao mesmo tempo, assegurar a imediata reparação de eventuais erros cometidos. Daí o direito de resposta.

O direito empresarial tem seus limites na formação de cartéis, oligopólios e monopólios – considerados crimes contra a livre concorrência. É nesse âmbito, principalmente, que incide a regulação nos países mais ricos, como mostra o professor Venício Lima neste livro. Além disso, a mercadoria comunicação tem dimensões próprias que exigem regulamentação específica, assim como a mercadoria medicamento tem regulamentação própria. Medicamento mexe com saúde. Tem faixa vermelha, tem faixa preta. Tem restrição de propaganda. Comunicação mexe com cultura, com educação, com interesse social e nacional. Com erotismo, com pornografia. Tem restrição de horário, faixa etária. Linguagem.

E há também que distinguir os meios oriundos de concessão pública, a partir de um espectro de freqüências necessariamente limitado, como rádio e tevê. Essas concessões devem ser regidas pelos princípios republicanos do serviço público e neutralidade política – além de critérios de regionalização, diversificação editorial, desconcentração do mercado e outras políticas públicas.

No nosso caso, predomina a desordem nas três esferas – na do direito de expressão em si, na do direito comercial e na das políticas públicas para a concessão de freqüências de rádio e tevê. Vivemos hoje no Brasil à mercê de uma grande mídia sofisticada e avançada em termos técnicos e estéticos, mas excessivamente concentrada, atrasada em relação aos direitos básicos da pessoa; que prospera na ilegalidade constitucional e ao mesmo tempo se insurge por antecipação à qualquer tentativa de regulação.

As empresas não querem que se legisle sobre das três esferas. É como se quisessem estender à indústria da comunicação todas as benesses da desrregulação neoliberal que a banca internacional conseguiu para o capital financeiro.

A batalha da regulação do mercado de comunicação no Brasil está hoje na linha de frente da luta pelo aperfeiçoamento democrático. Esta obra do professor Venício Lima é referência obrigatória nesse debate, que a despeito da resistência dos grandes meios de comunicação está destinado a ser um dos temas centrais da agenda pública deste início de um novo século [São Paulo, setembro de 2010].

* Prefácio do livro "Regulação das comunicações – História, poder e direitos", de Venício A. de Lima, Editora Paulus, São Paulo, 2011; intertítulos do OI.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O cinismo e a guerra


Até pouco tempo atrás,  Muammar Gaddafi era cortejado pelos governantes dos países que, agora, despejam bombas e misseis sobre a Líbia.

quinta-feira, 24 de março de 2011

AGNELLI: O HERÓI PRÓ-CÍCLICO

O conservadorismo brasileiro, é forçoso reconhecer, não abandona seus heróis e mitos. Roger Agnelli, colocado na presidência da Vale do Rio Doce pelo tucanato, em 2001, é um deles. A Vale foi privatizada por R$ 3,3 bilhões, em 1997. Atualizado, o valor corresponde ao lucro líquido da empresa obtida apenas em um trimestre  (o 3º) de 2010. Um negocião. Agnelli é o herói pró-cíclico desse épico neoliberal. Compõe a galeria dos executivos 'matadores' de um capitalismo reflexo, imediatista, em que as coisas dão certo quando tudo dá certo. Esses centuriões atingem seu apogeu no ciclo de alta da acumulação, quando euforia, especulação e irresponsabilidade se mesclam fornecendo o pavio para o estouro inevitável do paiol econômico na etapa seguinte, em que empregos e riquezas são dizimados para o 'ajuste responsável'. Nesse momento, as baterias midiáticas desviam o foco dos agnellis para martelarem 'o corte das despesas públicas' . O importante então é salvar a banca e as corporações e não desperdiçar recursos em programas,  projetos ou obras do interesse da sociedade que envolvam despesas e investimentos públicos e privados  prejudiciais aos retornos dos acionistas. Agnelli deu certo esburacando o país para saciar a fome das siderúrgicas chinesas e japonesas. Hoje o Brasil é um paradoxo mineral: exporta ferro e importa trilhos. Zero de agregação de valor. Enquanto o mundo mastigava avidamente o minério de teor de ferro mais elevado do planeta, Agnelli foi de vento em popa incensado pela mídia a cada balanço, seguido de robustas rodadas de distribuição de lucros aos acionistas. Bastou o primeiro soluço da crise mundial para que o herói pró-cíclico reagisse de forma reflexa e, como um réptil  invertesse o bote: a Vale foi a primeira grande empresa a cortar 1.300 trabalhadores em dezembro de 2008, quando o governo tomava medidas anti-cíclicas na frente do crédito, do consumo e do investimento. A Petrobrás não demitiu. Ao contrário, reafirmou seus investimentos no pré-sal, que hoje somam mais de US$ 200 bilhões até 2014. Se um herói pró-cíclico dirigisse a Petrobrás e um tucano ocupasse o Planalto, o óleo do pré-sal teria o mesmo destino do minério  da Vale: embarque imediato pelo portão do entreguismo; nenhuma preocupação em agregar valor local, impulsionar a industrialização brasileira ou criar um fundo para investir no futuro da sociedade. O mandato de Agnelli na presidência da Vale termina agora. O que está em jogo na sua sucessão é o confronto entre essas duas lógicas: a do interesse público brasileiro e a da coalizão mercadista. 

(Carta Maior; 6º feira, 25/03/2011)

PSDB, proibido para negros!

Pergunto,

A Cor da pele importa para esses partidos???
Onde estão os candidatos Tucanos e do DEM?!?!

Se não serve para ser candidato, não serve para ser eleitor também!

Ora! Sem contar que o PSDB tem na sua base aliada o DEM do Senador Demóstenes Torres, o mesmo que barrou o sistema de cotas pra negros e que afirmou que a miscigenação no Brasil não foi como os negros afirmam, e que não passou de "estupro consentido". Pra mim, partidos políticos que em pleno século XXI, com todas as revisões históricas já feitas, ainda defendem o racismo velado deveriam "evoluir" e dar voz a negros em seus partidos.

Também, partidos que nunca deram ouvidos a movimentos sociais. E ainda nos dias de hoje os tratão na base da pancada.

João Paulo Lamberg Mello

QUADRO I 
PARLAMENTARES NEGROS(AS) ELEITOS(AS) EM 3 DE OUTUBRO

Senadores
Lídice da Mata (PSB-BA) – 3.385.300 votos
Humberto Costa (PT-PE) – 3.059.818 votos
Paulo Paim (PT-RS) – 3.895.822
Total: 10.340.940

Deputados federais
Perpétua Alimeda (PCdoB-AC) – 33.235 votos
Sibá Machado (PT-AC) – 25.158 votos
Dalva Figueiredo (PT-AP) – 20.203 votos
Evandro Milhomen (PCdoB-AP) – 13.974 votos
Valmir Assunção (PT-BA) – 132.999 votos
Luiz Alberto (PT-BA) – 63.686 votos
Eudes Xavier (PT-CE) – 97.266 votos
Chico Lopes (PCdoB-CE) – 95.584
Domingos Dutra (PT-MA) – 81.101 votos
Gilmar Machado (PT-MG) – 192.657 votos
João Paulo (PT-PE) – 264.250 votos
Luciana Santos (PCdoB-PE) – 105.253 votos
Benedita da Silva (PT-RJ) – 71.036 votos
Edson Santos (PT-RJ) – 52.123 votos
Chico Alencar (Psol-RJ) – 240.724 votos
Jean Wyllys (Psol-RJ) – 13.018 votos
Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) – 146.260 votos
Romário (PSB-RJ) – 146.859 votos
Assis Melo (PCdoB-RS) – 47.141 votos
Janete Pietá (PT-SP) – 144.529 votos
Vicente Cândido (PT-SP) – 160.242 votos
Vicentinho (PT-SP) – 141.068 votos
Total: 2.288.366 votos

Deputados estaduais
Cristina Almeida (PSB-AP) – 4.421 votos
Bira Coroa (PT-BA) – 39.254 votos
Fátima Nunes (PT-BA) – 57.843 votos
Chico Vigilante (PT-DF) – 19.201 votos
Almir Paraca (PT-MG) – 40.521 votos
Isaltino (PT-PE) – 52.955 votos
Manoel Santos (PT-PE) – 42.347 votos
Gilberto Palmares (PT-RJ) – 36.519 votos
Alexandre Correa (PRB-RJ) – 112.676 votos
Rosângela Gomes (PRB-RJ) – 10.586 votos
Conceição Vieira (PT-SE) – 27.378 votos
Francisco Gualberto (PT-SE) – 22.220
Adelson Barreto (PSB-SE) – 61.598 votos
Leci Brandão (PCdoB-SP) – 86.298 votos
Telma de Souza (PT-SP) – 90.361 votos
Isac Reis (PT-SP) – 100.638 votos
Luiz Moura (PT-SP) – 104.705 votos
João Paulo Rillo (PT-SP) – 111.822 votos
Donisete Braga (PT-SP) – 105.436 votos
Luiz Marcolino (PT-SP) – 95.594 votos
José Cândido (PT-SP) – 68.202
Total: 1.291.575 votos
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

QUADRO II
CANDIDATOS(AS) NEGROS(AS) NÃO ELEITOS(AS) EM 3 DE OUTUBRO


Senadores
Edvaldo Brito (PTB-BA) – 810.261 votos
Fátima Cleide (PT-RO) – 225.300 votos
Netinho de Paula (PCdoB-SP) – 7.773.327 votos
Total: 8.808.888 votos

Deputados federais
Paulão (PT-AL) – 36.621 votos
Edmilson Valentin (PCdoB-RJ) – 44.476 votos
Carlos Santana (PT-RJ) – 42.327 votos
Total: 123.424 votos
Deputados estaduais
Olívia Santana (PcdoB-BA) – 30.466 votos
Gilmar Santiago (PT-BA) – 24.414 votos
Total: 54.880 votos
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reflexão



As guerras sempre foram parte integrante na afirmação da superioridade imperialista. Aproveitando-se da sua superioridade no plano militar, tratam de resolver os conflitos pela força, impõem-se a seus aliados valendo-se dessa superioridade militar. Assim os EUA se tornaram a potência mais bélica da história da humanidade, não apenas pelo seu poderio militar, mas também pela quantidade de invasões, agressões, desembarques, participações em golpes militares.

Mesmo com a economia em recessão, os EUA mantem sua capacidade de intervenção militar, de forma direta ou através de aliados, em quase todas as regiões do mundo, de que a Líbia agora é a confirmação. A luta pela democracia no mundo passa pela ruptura do mundo unipolar e a passagem a um mundo multipolar, em que o maior numero de vozes possíveis sejam ouvidas para decidir os destinos da humanidade, até aqui concentrados nas mãos do maior império e o mais agressivo que a história conheceu.


Emir Sader

terça-feira, 22 de março de 2011

Classe C chega a 101 milhões de brasileiros, diz pesquisa

53% da população está na classe C, diz estudo da Cetelem BGN.
Pirâmide social muda de formato e vira losango.

Cerca de 19 milhões de brasileiros migraram para a classe C em 2010, que chegou a 101,65 milhões de pessoas e já representa 53% da população total do país (191,79 milhões). Os dados são da pesquisa Observador 2011, encomendada pela Cetelem BGN à Ipsos Public O estudo mostra que a 'nova classe média' é a maior do país, mais ampla que as classes AB e DE juntas.

Segundo a pesquisa, 25% da população estava nas classes DE (47,94 milhões) em 2010 e outros 21% nas classes AB (42,19 milhões), que recebeu no ano passado um acréscimo de 12 milhões de brasileiros. Em 2009, a classe C reunia 92,85 milhões de brasileiros. Já as classes DE tinham 66,88 milhões e as AB, 30,21 milhões.

Para o estudo, foram feitas 1.500 entrevistas domiciliares em 70 cidades do país entre os dias 24 e 31 de dezembro.

A pesquisa, realizada desde 2005, faz uma radiografia do comportamento do consumidor brasileiro e mostra que a pirâmide social mudou de formato, se transformando em um losango, pois a classe C é a que conta com o maior número de pessoas.

Enquanto a população cresceu 5,35% de 2005 a 2010, a classe C cresceu 62,12% e as classes AB inflaram 59,70%. Já as classes DE tiveram redução de 48,41% no período, o que corresponde a quase 45 milhões de brasileiros. Em 2005, as classes AB e C juntas correspondiam a 49% da população; em 2010, elas somavam 74%.

"Existe uma grande transformação e ela pode se transformar em oportunidade se usarmos essas informações para fazer um planejamento estratégico de nossos negócios", afirma Marcos Etchegoyen, presidente da Cetelem. "Temos que criar a cultura de ofertar o crédito de maneira que a pessoa entenda o que está sendo ofertado, tire suas dúvidas e possa se manter adimplente, de modo a continuar usando o crédito no futuro".
 
Renda e gastos
De acordo com a pesquisa, houve aumento da renda média dos brasileiros de todas as classes e regiões. Alta que se mostrou mais acentuada nas classes DE, cuja renda familiar média declarada pelos pesquisados ficou em R$ 809 - 48,44% maior do que em 2005. Os brasileiros da classe AB tiveram renda média de R$ 2.983 e os da C de R$ 1.338.

No ano de 2010, os brasileiros gastaram em média, mensalmente, R$ 165,00 a mais que no ano de 2009. Os itens de destaque foram seguros, previdência privada, aluguel, vestuário e convênios médicos. Em 2010, 20% da população indicou já ter feito compras pela internet. Segundo o estudo, mais de 60% das compras dos itens de médio custo foram financiadas. Em todas as regiões, o gasto médio com telefone fixo foi superior ao do telefone celular.

A pesquisa indica também que o brasileiro está otimista. Cerca de 60% dos entrevistados espera mais crescimento em 2011, 53% mais consumo, 52% mais crédito e 39% acreditam que o PIB se mantenha em alta.

Segundo o levantamento, 79% dos pesquisados pretendem economizar mais em 2011, mas 48% também pretendem gastar mais neste ano, com destaque para itens como bens para casa, móveis, decoração e entretenimento. Por outro lado, apenas 26% dos entrevistados comparam as taxas de juros, antes de escolher aonde vão fazer compras financiada.

Segundo o estudo, as classes DE concentram os maiores crescimentos na intenção de compra para 2011, com destaque para eletrodomésticos, celulares, motos e carros.

Para Miltonleise Carreiro Filho, vice presidente da Cetelem, os números da pesquisa ainda não apresentam o efeito das medidas de restrição de crédito anunciadas pelo Banco Central no fim do ano passado , e nem as perspectivas de aumento de inflação em 2011.  “O que vem acontecendo nos meses de janeiro e fevereiro em termos reais é que nem a inadimplência vem subindo e nem o consumo caindo. Por enquanto não tivemos nenhum efeito que fosse contrário a essas manifestações”.

 

Fonte: G1

 

 

Executivos brasileiros leem mais blogs do que jornais e revistas online


Matéria: Aqui


Os executivos brasileiros preferem ler blogs a jornais e revistas na web, aponta a 4ª Pesquisa CDN de Credibilidade da Mídia (2010/2011), realizada no final do ano passado. Dos executivos entrevistados, 91% costumam acessar blogs, contra 53% que afirmam ler jornais e revistas na internet. No entanto, o número dos que leem jornais e revistas impressos é de 88% e 66%, respectivamente.



O estudo indica que os entrevistados gostam de acompanhar blogs de amigos (23%), notícias (18%), jornalistas (12%), famosos (12%) e pessoais (4%).

Dos portais de notícias acessados se destacam UOL (42%), Terra (36%), IG (19%), G1 (17%), Globo.com (9%), Folha Online (8%), R7 (3%), Agência Estado (2%), O Dia (2%), Google (2%) e Yahoo (2%).

A pesquisa também mostra que 84% dos executivos usam as redes sociais, como Orkut (53%), Facebook (18%), Twitter (16%), MSN (5%), MySpace (4%) e LinkedIn (2%).

Altamiro Borges: a força e os limites da blogosfera


 Em sua visita ao Brasil, o presidente do EUA, Barack Obama, havia programado um megaevento na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, palco de históricos protestos em defesa da democracia e a soberania nacional. Na última hora, o show de pirotecnia foi cancelado. Segundo a própria mídia hegemônica, a razão foi que o serviço de inteligência do império, a famigerada CIA, alertou a diplomacia ianque sobre os "protestos convocados pelas redes sociais". Obama ficou com medo!


Por Altamiro Borges

Este episódio, uma vitória dos internautas progressistas do Brasil, comprova a força da internet. Num meio ainda não totalmente controlado pelas corporações capitalistas é possível desencadear ações contra-hegemônicas e quebrar o “pensamento único” emburrecedor da velha mídia. Desde Seattle, quando manifestações contra a rapina imperial foram convocadas basicamente pela internet, este fenômeno chama a atenção dos atores sociais. De lá para cá, o acesso à rede só se ampliou – no mundo e no Brasil.

Uma arma poderosa

Nas recentes convulsões populares no mundo árabe, que derrubaram os ditadores da Tunísia e do Egito – sempre tratados como “amigos do Ocidente” pela mídia tradicional – a internet foi uma arma poderosa. Ela não produziu as “revoluções”, mas ajudou a detoná-las. Agora mesmo, na Líbia, há uma guerra de informações da globosfera, acompanhada da real e sangrenta guerra dos mísseis. A internet faz parte hoje da guerra, virtual e real, que se trava nas sociedades. Não dá para desconhecer esta nova realidade.

Os meios tradicionais de comunicação, hegemonizados por poucas corporações – no máximo 40, segundo recentes estudos sobre a crescente monopolização da mídia mundial –, não detêm mais o monopólio da informação. Os avanços tecnológicos abriram brechas, mesmo que temporárias, nesta frente estratégia da luta de idéias. Jornais e revistas da oligarquia estão falindo devido ao maior acesso à internet. Mesmo as redes televisão sofrem com a migração para este novo meio, principalmente da juventude.

A força da blogosfera

No Brasil, esta realidade é bem palpável. Nas eleições presidenciais de outubro passado, a chamada blogosfera progressista jogou papel de relevo na encarniçada disputa. As manipulações dos impérios midiáticos, que se transformaram em cabos eleitorais do candidato da direita, foram desmascaradas online pela internet. No auge da campanha fascistóide, de baixarias e de falsos moralismos, os blogs independentes atingiram mais de 40 milhões em audiência, segundo pesquisa recente.

O impacto foi devastador. José Serra, o candidato do Opus Dei e o preferido do império, conforme telegrama vazado pelo WikiLeaks, usou vários palanques para atacar o que ele chamou, pejorativamente, de “blogs sujos”. Já o presidente Lula, sofrendo violento cerco da ditadura midiática, produziu vídeo para estimular a produção independente dos blogueiros. Na guerra de informações, a internet foi decisiva para desmascarar a direita e para mostrar o real significado da candidatura lulista de Dilma Rousseff.

Passos na organização dos blogueiros

Neste intenso processo da luta de classes, com a centralidade a batalha eleitoral, a blogosfera progressista deu os primeiros passos para a sua organização no Brasil – de forma autônoma. Em agosto passado, mais de 330 blogueiros e twitteiros realizaram o seu primeiro encontro nacional, em São Paulo. Neste evento histórico, eles decidiram lutar pela democratização da comunicação, contra qualquer tipo de censura à internet, e por políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade informativas.

Fruto deste encontro histórico, os blogueiros progressistas quebraram a monopólio da mídia tradicional e realizaram a primeira entrevista coletiva com um presidente da República, Lula, em novembro passado. A velha mídia até tentou desqualificar o evento inédito, numa crise de “ciúme” ridícula. Na prática, ela sentiu o baque de uma mudança de paradigma que está em curso. Parafraseando o revolucionário italiano Antonio Gramsci, a coletiva com Lula evidenciou que “o velho está morrendo e o novo ainda não acabou de nascer”.

Os desafios do futuro

O segundo encontro nacional de blogueiros progressistas está agendado para junho próximo, em Brasília. Nele não haverá mais o fator galvanizador que estimulou o primeiro – a luta contra a mídia golpista, que se transformou no “partido do capital” durante o pleito presidencial. O desafio será encontrar novos pontos de unidade na enorme diversidade existente na rede. Sem verticalismo e estruturas hierarquizadas, este movimento amplo e plural tem muito a contribuir na luta pelo avanço da democracia no Brasil.

Os blogueiros progressistas, que hoje já constituem uma vasta e influente rede no país, podem amplificar a luta pela democratização dos meios de comunicação. Está na ordem do dia o debate sobre o novo marco regulatório da mídia, que garanta a verdadeira liberdade de expressão para os brasileiros – e que não se confunde com a “liberdade de empresa” dos monopólios midiáticos. Também está em curso a discussão sobre a liberdade na internet, com investidas da direita contra este direito libertário.

Além de interferir nestas batalhas estratégicas, os blogueiros precisam ampliar sua capacidade de interferir na luta de idéias contra-hegemônicas na sociedade. É preciso que “floresçam mil flores”, que surjam mais e melhores blogs independentes, garantindo maior diversidade e pluralidade informativas. É urgente também qualificar os nossos instrumentos, produzindo conteúdos jornalísticos de qualidade. Para isso, é preciso encontrar caminhos de sustentação financeira da blogosfera, que potencializem essa nova militância virtual.

Riscos de retrocesso

A internet abriu brechas para novas vozes se expressarem na sociedade. Mas ela não deve ser idealizada. Quem detém maior audiência são os portais de notícia e entretenimento dos mesmos grupos midiáticos. A publicidade, que cresce na rede (nos EUA, ela superou pela primeira vez na história os anúncios nos jornais impressos), é totalmente sugada pelos barões da mídia. Ou seja: a internet é um campo de disputa. Sem ampliar e qualificar sua produção, a blogosfera progressista será derrotada, falará para seus nichos.

Além disso, a tecnologia não é neutra. Os monopólios da comunicação, que tornam reféns vários governos, já estudam mecanismos para cercear a liberdade na rede. Barack Obama, que a cada dia se revela um falso democrata, já enviou ao Congresso dos EUA um projeto para “vigiar” a internet. No Brasil, um parlamentar do bloco neoliberal-conservador, Eduardo Azeredo (PSDB), também se apressou em copiar o império e já apresentou projeto para abortar a neutralidade na rede. Os embates neste campo tendem a crescer.