No penúltimo dia de viagens internacionais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o prêmio Lech Walesa, na cidade de Gdansk, na Polônia, nesta quinta-feira (29). Os US$ 100 mil recebidos como parte da homenagem serão encaminhados a um país africano escolhidos pelos diretores do Instituto Lula junto aos membros da fundação polonesa. Lula colocou a África como uma de suas prioridades pós-mandato.
A fundação que leva o nome do ex-presidente e ex-líder sindical polonês mantém o prêmio desde 2008. Ele é concedido a personalidades com forte vínculo com a luta por liberdade, democracia e cooperação internacional. No caso de Lula, a ação para fortalecer as relações entre países em desenvolvimento – chamadas de Sul-Sul – e a redução da desigualdade social em sua gestão motivaram a escolha.
Walesa lembrou que conheceu Lula em 1980, em Roma, na Itália, em um período em que viviam trajetórias opostas. Enquanto o polonês lutava contra o comunismo, o brasileiro mantinha uma defensa de ideias socialistas. "Parecia que estávamos em caminhos opostos, pois parecia não haver terceira via. O senhor não tinha razão há 30 anos, mas hoje mostrou que tinha razão”, admitiu Walesa.
Também proferiu elogios a Lula o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk. Para ele, o ex-presidente brasileiro ajudou a "tornar possível um sonho impossível", referindo-se a mudanças radicais produzidas sem caos, mas com crescimento econômico e bem estar para a população.
Antes do evento, Lula recebeu, na terça-feira (27), o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Conhecido como Science Po, a instituição concedeu a honraria a apenas 16 pessoas ao longo de seus 140 anos de história – o ex-presidente brasileiro foi o primeiro latino-americano a ser agraciado. A chegada à capital francesa ocorreu dois dias antes e, em sua agenda, foi incluída reunião com o presidente do país, Nicolas Sarkozy.
Nesta sexta-feira (30), Lula vai a Londres para uma palestra a convite da revista britânica The Economist. O tema será a ação comandada pelo Brasil para ampliar a cooperação Sul-Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário