quinta-feira, 26 de abril de 2012

A função das cotas é tornar toda a pirâmide social acinzentada, em vez do topo ser branco e a base ser preta.



Quantas vezes vamos a um médico e somos atendidos por um negro? São poucas. O número de médicos negros é muito inferior à proporção da população negra.

Será que é normal um Brasil onde só há um negro entre os 11 ministros do STF? Talvez o primeiro da história. Numa reunião de empresários, quantos negros estão presentes? Quantos barões da mídia negros existem no Brasil? Quantos negros tem na diretoria das Organizações Globo? Quantos apresentadores negros tem a Globo? Vamos ver: Faustão não é, nem Jô Soares, Xuxa, Luciano Huck, Pedro Bial, Zeca Camargo, Galvão Bueno ... me ajudem a achar um gente... Ah, tinha a Glória Maria, que não é mais. Nos telejornais tem o Heraldo Pereira. Mas é muito pouco.

Quantas vezes um recrutador de uma empresa, ao entrevistar candidatos a gerente de vendas, receia contratar um negro, mesmo que mais qualificado, até recorrendo à lógica racista "dos outros", se justificando: "Eu não sou racista, mas como vou saber se os clientes que ele vai atender, não é? Pelo sim, pelo não, acho mais seguro contratar um branco".

Tudo isso acontece porque negros com acesso ao curso superior foram minoria esmagadora em relação à brancos. E as raízes do problema são facilmente explicadas num país capitalista, com o passado do Brasil. Foi construído por oligarquias cuja herança das riquezas e do que há de melhor, inclusive em educação, sempre esteve nas mãos dos descendentes de europeus brancos, passando de geração a geração. Se uma das regras para subir na vida no Brasil é através do curso superior, o mínimo que se pode fazer é uma política pública para inserir nas universidade um número de negros mais próximo à proporção que representam na população.

Daí a razão de reservar uma quantidade de vagas específica para a população negra pobre nas universidades.

Enquanto o Brasil todo não se acostumar a ver com naturalidade negros tão presentes quanto os brancos em cargos de chefia e em altas posições da sociedade, as cotas se justificam.

É para acabar de vez com esse resquício racista que existe na segregação da pirâmide social, que são necessárias as cotas. Aliás, não são exclusivas para afro-descendentes, existem também para índios.


Cuidado com a manipulação de informações e lutas inglórias

Os do contra falam que seria injusto o filho de alguém como o Pelé ter direito a cotas. É contra-informação vagabunda. Cotas raciais devem existir dentro das cotas sociais. Obviamente que devem ser para negros que não são filhos de ricos, e sim para estudantes de menor renda que estudaram o ensino médio em escola pública. Quem já está no topo da pirâmide social faz parte de uma minoria que venceu as adversidades, tem acesso às melhores escolas privadas desde à creche e, independente de etnia, não devem ter direito a cotas.

Cotas não eliminam a meritocracia. Os cotistas também disputam vagas entre si por concurso e passam os melhores alunos. É como se os cotistas se inscrevessem num vestibular (ou no ENEM) e os não cotistas em outro.

Dizer que a solução definitiva é a melhoria do ensino fundamental e médio na escola pública é óbvio e ululante, mas todo mundo sabe que isso leva tempo, por maior que sejam os esforços de um governo popular, combatido por uma elite perversa que luta incansavelmente para tirar casquinha nos impostos que sustentam a educação e a saúde pública. Diante disso, nada justifica fazer a população mais pobre (em grande parte afro-descendente), ter que esperar mais do que já esperou para ter o mesmo lugar na sociedade que qualquer outro brasileiro mais rico tem direito. Enquanto melhora o ensino de base, corrige-se as distorções sociais com as cotas. Uma coisa não é conflitante com a outra, pelo contrário, é complementar.

Não há como tapar o sol com a peneira, querendo esconder o racismo escancarado na pirâmide social brasileira. Se há uma clara divisão racial estampada na pirâmide social, não há como contestar as cotas como corretivo.

Não devemos aceitar a provocação e incitação de que as cotas raciais tiram vagas de estudantes brancos, inclusive os pobres. Como já foi dito, devem existir também cotas sociais, independente de etnia, enquanto forem necessárias, mas o mais importante é que a boa luta política deve ser canalizada pela ampliação de vagas no ensino superior, que atenderá a todos os brasileiros de todas as etnias, e não ficar brigando pela continuidade de um ensino superior restrito e elitista onde quase não se via negros. Chega de aceitar viver num país desigual e injusto, chega da separação entre casa grande e senzala.




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Go Brazil Go!




Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff encontrou-se hoje (25) com o cineasta norte-americano Spike Lee, que está no Brasil para fazer um documentário sobre o país.

Na rápida conversa com a presidenta, o diretor convidou Dilma Rousseff para dar um depoimento ao filme Go Brazil Go, sua nova produção, ainda sem data oficial de lançamento. Segundo Lee, a presidenta respondeu que irá buscar uma brecha na agenda para participar do documentário.

A lista de Lee inclui personalidades brasileiras do esporte, artes e política. No entanto, o diretor evitou revelar os nomes aos jornalistas. Cogita-se participações dos jogadores de futebol Neymar e Ronaldo no documentário, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Lee revelou que o filme vai tratar das transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil nos últimos anos. “É sobre o novo Brasil, como o Brasil emergiu como uma potência. Como um documentarista, o meu trabalho é achar a história, mostrar o que aconteceu para o Brasil se tornar uma potência”, disse.

O diretor retorna ao Brasil após 16 anos. Sua última visita foi em 1996, quando dirigiu o clipe They Don't Care About Us do cantor Michael Jackson, gravado na comunidade Dona Marta, no Rio de Janeiro.

Pedro Cardoso fala sobre cotas raciais



terça-feira, 24 de abril de 2012

As vitórias do Banco Central



por Luis Nassif*

Ontem os dois maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú, aderiram ao movimento de redução de juros. Foi um movimento previsível, para quem acompanha a coluna. Em poucos dias de redução de juros, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil conseguiram substancial aumento na sua carteira de crédito – parte dele com a atração de clientes de concorrentes.

A nota do Bradesco deixou claros os benefícios que esse movimento traz para a economia e para o próprio sistema bancário.


A redução dos juros aumenta a base de clientes, permitindo o ingresso no sistema dos desbancarizados – classes D e C ascendentes que ainda não tiveram acesso a crédito bancário.

Amplia a base de clientes e, ao mesmo tempo, reduz o risco de crédito – pela diversificação da base e pela própria redução dos juros.

Além da redução dos juros, o Bradesco disponibilizou recursos para parceiros, entre os quais bancos ligados a montadoras.

Tudo isso ocorreu em um quadro de terrorismo amplo, praticado por comentaristas econômicos, que garantiam ser insustentável o movimento de redução das taxas, que inviabilizaria os bancos públicos, que jogaria a economia em um caos.

É uma retórica insuportavelmente hipócrita, desmascarada pelos próprios supostos beneficiários desse lobby: os bancos comerciais.

De agosto para cá, o Banco Central e a Fazenda conseguiram vitórias históricas sobre esse ideologismo imobilizador, terrorista, do mercado e seus porta-vozes. O BC derrubou a taxa Selic e a inflação continuou caindo. Antes, recorreu a um conjunto expressivo de instrumentos monetários para conter os preços, sem precisar apelar para elevação de taxas de juros. Agora, completa-se o ciclo com os bancos públicos devolvendo a competição ao sistema.

Mantidas as condições de voo da economia, nos próximos anos haverá uma revolução no sistema de crédito e nas perspectivas da economia brasileira. A mera redução de taxas ao consumidor de 4% para 2% ao mês, em um financiamento de 12 meses, significa um aumento de poder aquisitivo da ordem de 13%. Para prazos de 24 meses, aumento de 24%. Para 36 meses, aumento de 35% – ou seja, com o mesmo valor de prestação se conseguirá adquirir um bem 35% mais caro.

Mas a grande batalha final ainda não foi empreendida. Trata-se da questão cambial.

Já passou muito da hora de se resolver essa questão. Há anos analistas mais consistentes vêm alertando para os problemas que a moeda apreciada trouxe para a malha industrial brasileira – ainda mais em um período em que a China emerge como potência oferecendo produtos baratos em todo espectro industrial.

O receio da volta da inflação fez com que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciasse uma espécie de meta de dólar a R$ 1,80. É claramente insuficiente. Sabendo disso, recorre-se a um conjunto enorme de gambiarras – desonerações de folha, incentivos fiscais – que, além de setorizadas, não compensam minimamente os impactos do câmbio apreciado.

Até agora o governo vem acumulando vitórias na frente econômica e política. É um reforço a mais para a batalha final, de mudança do patamar do câmbio. Ou, em caso de receio em mexer na moeda, uma mera vitória de Pirro.

* Luis Nassif é jornalista econômico e editor do site www.advivo.com.br/luisnassif – lnassif2011@bol.com.br.

** Publicado originalmente no site Carta Capital.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Veja no banco dos Réus


Todos têm muito claro que uma imprensa que se alia a determinado grupo político e usa seu poder e até concessões e dinheiro público para fazer luta política, é uma imprensa que não serve a ninguém além de seus proprietários e aos políticos amigos deles.

A CPMI aprovada pela esmagadora maioria do Congresso terá um viés inédito na história da República. Será a primeira vez que o país irá esmiuçar o comportamento do dito “quarto Poder”. E já fará isso tarde. Depois dessa investigação, o Brasil nunca mais será o mesmo.

Do Blog da Cidadania

O bicheiro, o senador e a revista Veja


As relações entre Veja e o contraventor: (Brasil de Fato)



Operação da Polícia Federal revela padrão do relacionamento entre o editor da revista Policarpo Junior e sua fonte, o bicheiro Carlinhos Cachoeira  

 18/04/2012

Aline Scarso

da Redação  


A operação Monte Carlo, recentemente realizada pela Polícia Federal, foi responsável por trazer à tona evidências consistentes sobre como a revista Veja conseguiu organizar nos últimos anos um modus operandi eficiente, mas nada ético, que lhe rendeu uma série de furos jornalísticos.        


                                             O bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos,


                                                    o Carlinhos Cachoeira - Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Duzentas ligações telefônicas, legalmente gravadas pela PF, mostram uma relação tortuosa, baseada em interesses de cunho político, econômico e editorial, entre o editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da Veja, Policarpo Junior – com a suposta anuência de Roberto Civita, dono da publicação e presidente do grupo Abril – e o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro deste ano sob a acusação de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos com máquinas caça-níqueis no estado de Goiás.        

Mirando o PT e os partidos aliados, a publicação sempre foi ferrenha opositora à chefia do governo federal e revelou casos e mais casos de corrupção, incluindo o esquema conhecido como “Mensalão”. Nem todos, diga-se de passagem, foram baseados em provas contundentes, mas reverberam no mundo jornalístico e tiveram um forte apelo eleitoral entre setores da classe média brasileira, leitora do semanário.                

A Operação Monte Carlo, para além de elucidar a proximidade do senador Demóstenes Torres, trouxe também outras indagações, jogando luz a outros atores de Brasília. Indicam que por trás de diversos furos da revista Veja está o bicheiro Carlinhos Cachoeira.    

Relação antiga

O contraventor teve notabilidade por encomendar a gravação em que aparece pagando propina a Waldomiro Diniz em 2002, quando este era presidente da Loterj, estatal de loterias do estado do Rio de Janeiro. Waldomiro era subchefe de gabinete da Casa Civil em 2004, quando a negociata veio à tona, e respondia pela acusação de propiciar vantagens na renovação de contrato entre a Caixa Econômica Federal e a transnacional de processamentos de loteria Gtech.  

Auxiliado por braços-direitos como o ex-funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Jairo Martins, Cachoeira prestava uma ajuda fundamental a Veja, ao solicitar gravações que comprometiam adversários e repassá-las para Policarpo com exclusividade. “A gente tem que trabalhar com ele [o Policarpo] em grupo. Porque os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”, revela o próprio bicheiro durante uma conversa com Jairo gravada pela Polícia Federal.            

“Policarpo mantinha uma relação promíscua com Cachoeira, uma fonte claramente não confiável, interessada em usar a revista para os seus interesses pessoais”, analisa o especialista em mídia e professor de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Laurindo Leal Filho. “Essa relação permitia benefícios dos dois lados: de um lado, Cachoeira querendo através da Veja atacar os seus inimigos. Do outro, a revista, por meio dele, atacava setores do governo do qual fazia oposição”, complementa.          

Demóstenes

Um forte interlocutor entre os dois grupos era o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO, atualmente sem partido) que, conforme revelou a PF, mantinha relações próximas com Cachoeira, e é acusado de usar o mandato para favorecer os interesses do bicheiro. Demóstenes, que ficou conhecido como um defensor da moral na política e foi o relator do projeto de lei Ficha Limpa, era fonte importante semanário.    

Desde que os conteúdos das gravações foram divulgados e revelado o esquema de vantagens de Cachoeira com Demóstenes e o governo de Goiás, a revista Veja dedicou poucas linhas para tratar do assunto, em clara contraposição ao posicionamento adotado em outros casos de corrupção. Nas últimas seis edições da revista, nenhuma capa tratou do tema. Assuntos como o mistério do Santo Sudário, jovens inovadores do mercado e as leis da atração amorosa, por exemplo, foram considerados mais importantes.                

Para o deputado federal Chico Alencar (Psol/RJ), uma CPI no Congresso Nacional que investigue as relações entre mídia e poder pode ser muito pedagógica à população. “O Demóstenes era uma grande fonte da mídia, ele foi preservado até quando foi possível. O próprio Cachoeira conhecia muito bem esse mundo da política, engabelava com uns, negociava com outros, e informava terceiros. Então ele era também uma fonte importante de uma imprensa que jogava com as notícias de acordo com o seu interesse. Uma CPI pode desvendar todas essas relações e como há vínculos entre a política dominante e mídia dominante”, afirma Alencar. O partido dele já protocolou um pedido de abertura de processo no Conselho de Ética do Senado para investigar a possível quebra de decoro parlamentar pelo senador Demóstenes.

Encomenda

A relação entre Policarpo e Cachoeira data de pelo menos 2004, quando o contraventor era investigado pela prática do jogo ilegal pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, por meio de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Na época, Policarpo assinou a matéria Sujeira para todo lado, em que repercutia a proposta de compra de votos de parlamentares da CPI por meio de propinas oferecidas por auxiliares de Cachoeira. Detalhe importante é que as gravações das propostas foram feitas pelos próprios auxiliares do bicheiro e entregues à revista. Serviram fundamentalmente para desmoralizar a investigação.      

Em 2005, Jairo foi responsável por entregar a Policarpo a fita que mostrava o então diretor da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), Maurício Marinho, recebendo uma propina de R$ 3 mil e cujo fato foi o primeiro do escândalo Mensalão. Segundo o jornalista Luis Nassif, a ação foi encomendada pelo lobbista Arthur Wascheck, apresentado a Jairo por Cachoeira.            

Com a queda de Marinho, Wascheck assumiu o controle da corrupção nos Correios. A máfia foi responsável por fraudes que resultaram no desvio de dezenas de milhões de reais e foi desvelada a partir da Operação Selo da Polícia Federal em 2007. Cinco pessoas foram presas: os funcionários dos Correios, Sérgio Dias e Luiz Carlos de Oliveira Garritano, e os empresários Antônio Félix Teixeira, Marco Antônio Bulhões e Arthur Wascheck, considerado o líder do esquema.                

Em entrevista dada ao jornal Correio Braziliense, o delegado Daniel França, que fazia parte do grupo de investigação, resumiu assim o esquema de corrupção mantido nos Correios: “Havia uma quadrilha na ECT, que foi desbaratada e afastada. A outra organização tomou o lugar dela. Assim como os traficantes fazem, quando saem, morrem ou são presos, acontece a mesma coisa no serviço público. Quando uma quadrilha sai, entra outra e começa a praticar atos ilícitos”.        

Parceria

Sobretudo no caso de agora o posicionamento da Veja chamou a atenção para uma questão fundamental no que se refere ao exercício do jornalismo: o padrão do relacionamento entre o jornalista e sua fonte. O próprio Cachoeira avaliou a relação mantida com Policarpo como uma troca de interesses. Na mesma conversa com Jairo ele diz: “O Policarpo não faz favor pra ninguém e muito menos pra você. Não se iluda, não. (...) Com ele tem que ser uma troca. Não pode dar as coisas pra ele, igual você sai correndo pra fazer um favor pra ele, pega e dá de graça (...) E eu também não trabalho pro Policarpo. Eu já ajudei ele demais da conta. Entendeu? Demais da conta! Então, quando eu falo pra você é porque tem que trabalhar em grupo. Tudo o que for, se ele pedir alguma informação, você tem que passar pra mim as informações, uai”.            

De acordo com o professor Laurindo Leal, não há nessa relação um compromisso primordial com o interesse público, como deveria ser. “A Veja não tem muito escrúpulo de buscar qualquer tipo de fonte que se alinhe ao objetivo dela, há uma linha editorial que vai buscar em evidências frágeis informações que sustentem essa linha política”, avalia.              

O jornalista da revista Carta Capital Leandro Fortes também critica o posicionamento da Veja na relação mantida com Carlos Cachoeira e nos furos que deu. “Uma coisa é pegar grampo da PF e divulgar. Outra coisa é você utilizar produto de um crime, que é grampo ilegal feito por arapongas clandestinos, que é o caso do esquema do Cachoeira. Há um descolamento da ética na imprensa, virou um vale-tudo”, destaca.      

Por uma situação inescrupulosa entre jornalista e fonte, o centenário tablóide inglês News of the World, de Rupert Murdoch, foi fechado no ano passado depois de ser revelada uma associação direta entre jornalistas e a polícia investigativa da Inglaterra – a Scotland Yard, que dava informações exclusivas ao periódico em troca de dinheiro. No caso brasileiro, segundo Laurindo Leal, a concentração dos meios de comunicação e a falta de órgãos reguladores são entraves para que uma investigação mais séria nesse sentido possa acontecer.  

terça-feira, 10 de abril de 2012

Bancos Públicos mostrando como é possível reduzir os juros

O Governo, através dos Bancos Públicos, mostrou que é possível reduzir os juros obrigando os demais bancos a tomarem situação semelhante ou correrem o risco de perderem clientes.


Caixa desmascara lobby dos bancos privados: Tinha muita "gordura" nas taxas de juros.




A Caixa Econômica Federal anunciou programa com corte histórico nas taxas de juros.

O presidente da instituição, Jorge Hereda, disse que não há populismo, nem politização na instituição.

O que há é decisão de saltar na frente e ganhar mercado dentro de uma nova realidade de juros mais baixos que vai imperar no Brasil.

Disse que a Caixa continuará lucrativa e que os cortes foram todos feitos com amplos estudos técnicos, e que onde cortou é porque havia gordura que podia ser cortada, desmascarando o lobby dos bancos privados.

Ele também desmontou o argumento do "Estadão" de que a qualidade do crédito é pior nos bancos públicos. Os índices de inadimplência da Caixa são bem menores do que a média do setor bancário.

A Veja "inundada" por Carlinhos Cachoeira e respingando em seu editor-chefe

Conversa Afiada



Desde que Carlinhos Cachoeira foi preso, no dia 29 de fevereiro de 2012, na operação Monte Carlo da Polícia Federal, a revista Veja já soltou 6 edições, e nenhuma capa é dedicada a denúncias de corrupção.

Mas há uma pauta abundante neste período envolvendo o senador Demóstenes Torres e o governador Marconi Perillo, tratada, sobretudo, pela revista Carta Capital, mas não só por ela. Até o Jornal Nacional tem se dedicado ao tema.

Parece que a revista Veja ficou acéfala no que entende ser “jornalismo investigativo”, depois da prisão de Cachoeira e dos arapongas Jairo Martins e Dadá.

Mais do que acéfala, está dando uma enorme bandeira de que tem muito a esconder sobre as relações entre seu editor-chefe Policarpo Júnior e Carlinhos Cachoeira. Segundo Luis Nassif, Policarpo teria trocado em torno de 200 telefonemas com Cachoeira, no período investigado.

A revista já admitiu, defensivamente, que Policarpo e Cachoeira trocavam figurinhas. A revista diz que seriam relações legítimas entre jornalista e fonte. Mas como explicar a notória má vontade da revista em noticiar o caso, tendo um jornalista tão íntimo com os intestinos da organização criminosa (segundo o Ministério Público)?

A revista Veja, pródiga em divulgar até grampos ilegais, não revela um único diálogo entre o bicheiro e seu editor-chefe.


E ainda...

Um exemplo de capa da veja para "queimar" a imagem de alguma pessoa



domingo, 8 de abril de 2012

Pesquisa mostra que Bolsa Família diminui o abandono escolar

Rede Brasil Atual


Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP constatou que alunos beneficiados pelo Programa Bolsa Família abandonam menos os estudos. O resultado foi obtido através do cruzamento de dados do Censo Escolar de 2008, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais (INEP), com os beneficiários do programa Bolsa Família.

O responsável pela pesquisa, Pedro Camargo, considera que o programa de distribuição de renda criado durante o governo Lula (2003-10) está sendo muito bem sucedido. "Exigir a frequência escolar das crianças é uma forma de acabar com o famoso discípulo da pobreza, que é a situação em que o pai analfabeto ganha pouco e precisa que o filho abandone os estudos para ajudá-lo a aumentar a renda da família", diz. Ele alerta, porém, que a qualidade do aprendizado das crianças beneficiárias ainda é mais baixo que a média nacional, o que exige atenção especial dos educadores.

Confira a seguir trechos da entrevista com o pesquisador de "Uma análise do efeito do Programa Bolsa Família sobre o desempenho das escolas brasileiras".

O que o motivou a realizar essa pesquisa?

Desde a época da graduação eu gostava muito do tema educação no Brasil e vi em minha pesquisa de mestrado uma motivação para estudar de modo mais profundo o assunto. Analisando dados do setor, percebi que seria uma oportunidade para estudar mais profundamente o programa Bolsa Família e sua relação com a educação. Como esse era um assunto pouquíssimo abordado em artigos científicos, identifiquei nele uma oportunidade de fazer algo relevante e que se enquadrava perfeitamente dentro do setor da educação, que é algo que sempre gostei.

Qual a sua visão do programa Bolsa Família?

O programa é muito importante para o país. O objetivo principal do Bolsa Família é diminuir a desigualdade social e combater a pobreza, e nesse sentido ele está sendo muito bem sucedido. O Bolsa Família é muito benéfico, justamente por conseguir tirar uma parcela da população da pobreza. O programa contribui muito para que a próxima geração tenha melhores oportunidades de desenvolvimento econômico e social de que seus pais.

De que forma o programa contribui na criação de oportunidades para as famílias beneficiadas?

Para a família receber o beneficio do programa é necessário que os filhos frequentem o colégio, isso faz com que haja uma diminuição do número de crianças que abandonam os estudos. A ideia é manter as crianças nas escolas de modo que elas consigam terminar seus estudos e ter melhores oportunidades de emprego na vida adulta. Porém, em contrapartida, embora as crianças tenham uma frequência escolar maior do que as demais, elas não têm o mesmo desempenho escolar. As crianças que possuem o auxilio do Bolsa Família terminam o ano sabendo bem menos que as demais, não por uma conseqüência do programa, mas justamente pela realidade em que ela está inserida, onde muitas vezes as crianças que provêm de famílias muito pobres possuem pais com pouca ou nenhuma escolaridade.

Quais foram os principais fatores que você identificou durante a sua pesquisa?

A taxa de abandono reduziu por conta do Bolsa Família, mas as escolas com o maior número de alunos beneficiados pelo programa geralmente têm taxa de aprovação menor. Isso pode ser notado na questão de desempenho e proficiência através da Prova Brasil que é aplicada pelo INEP. Analisando dados desse exame, encontrei evidências de correlação negativa, ou seja, quanto maior o número de alunos beneficiados pelo programa, menor a média da escola na Prova Brasil. Esses dados demonstram que o Bolsa Família necessita de uma atenção especial por parte dos gestores de políticas públicas.

Como você avalia a influência do Bolsa Família na educação?

A influência do Bolsa Família é pouca. Reduzir abandono é inerente, o próprio beneficio do programa é ligado a isso, se o pai não matricular o filho na escola e não garantir a presença da criança, ele não recebe os benefícios do programa. A relação entre o Bolsa Família e a educação é de causa e efeito. O problema da educação não é culpa do desenho do programa. Exigir a frequência escolar das crianças é uma forma de acabar com o famoso discípulo da pobreza, que é a situação em que o pai analfabeto ganha pouco e precisa que o filho abandone os estudos para ajudá-lo a aumentar a renda da família. A ideia do programa em incentivar o estudo é boa, o problema é que não possuímos um ensino de qualidade. A grande vilã do ensino brasileiro é a progressão continuada que faz com alunos cheguem a oitava série sem saber nada. É necessário nivelar o ensino para que se possa garantir uma educação de qualidade de forma que todos consigam acompanhar e ter perspectivas melhores para o futuro.

Tendo em vista tudo o que foi dito, o Bolsa Família é um programa economicamente viável, compensa ser realizado?

Se formos pensar o governo gasta pouco com o programa, ele gasta pouco menos de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) com ¼ da população. Do ponto de vista social a porcentagem gasta do PIB com a educação deveria ser bem maior, tendo em mente que ela ajuda a retificar a miséria. Do ponto de vista econômico, o Bolsa Família é muito interessante para o Brasil justamente por impactar de uma forma positiva no crescimento econômico. Outro fator positivo é que o Programa Bolsa Família é barato no que diz respeito ao PIB brasileiro e causa um grande crescimento econômico aliado ao combate a pobreza.

sábado, 7 de abril de 2012

Olha só quem lidera o ranking da corrupção comprovada no Brasil...



Balanço do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral baseado em dados do Tribunal Superior Eleitoral sobre os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde 2000. Portanto, você babaca papagaio da direita e do PiG, pense duas vezes antes de vir aqui dizer que a esquerda é corrupta...

Extraído do Blog Tudo em Cima

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Jair Bolsonaro agride servidor e tenta impedir trabalhos da Comissão da Verdade

Para Chico Alencar (PSOL-RJ), Bolsonaro atingiu não só o trabalho da subcomissão, mas também o Código de Ética que diz ser grave falha ao decoro interromper uma sessão “da forma como ele fez”


Deputados da Comissão de Direitos Humanos e da Subcomissão da Verdade protocolaram hoje (4) na presidência da Câmara representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Os deputados alegam que Bolsonaro tentou impedir a realização da primeira sessão da subcomissão e ofendeu um servidor da Casa.

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Domingos Dutra (PT-MA), que também é membro da subcomissão, Bolsonaro quebrou o decoro parlamentar ao impedir a realização da reunião. A audiência, fechada à imprensa, estava marcada para ouvir os depoimentos de dois camponeses e dois militares que tiveram participação na Guerrilha do Araguaia. Bolsonaro, segundo Dutra, também tirou foto dos depoentes para tentar constrangê-los.


“O deputado Jair Bolsonaro, que está acostumado a agredir as pessoas e tentar obstruir os trabalhos do Legislativo e, apesar de não fazer parte da subcomissão, tentou obstruir os trabalhos. Ele agrediu um servidor da comissão, o secretário Marcio Araujo, ameaçou os depoentes, tentou paralisar as atividades da comissão. Como ele não conseguiu, ficou no corredor aos berros ameaçando todo mundo”, contou Dutra.

Para Chico Alencar (PSOL-RJ), Bolsonaro atingiu não só o trabalho da subcomissão, mas também o Código de Ética que diz ser grave falha ao decoro interromper uma sessão “da forma como ele fez”. “Ele também ofendeu um servidor. Isso não pode ficar apenas no folclore do Bolsonaro para satisfazer o nicho fascista dele”, acrescentou o líder da legenda.

Por outro lado, Bolsonaro disse que a confusão começou quando o servidor o impediu de ter acesso à lista com o nome das pessoas que estavam depondo. Segundo ele, uma secretária iria lhe passar o documento e o servidor Marcio Araujo “tomou o papel” da mão dela.

“Estava ouvindo o depoimento e fui pegar a relação dos nomes dos depoentes. Mas um assessor não me deixou ter acesso ao papel. Tomou o papel e correu para um canto. Peguei minha máquina fotográfica e tirei uma foto dele e ele veio atrás de mim para tirar satisfação”, contou Bolsonaro à Agência Brasil.

“Todo os deputados tomaram as dores do servidor e houve bate-boca lá dentro. Não houve xingamento, mas uma discussão pesada. Falei lá dentro que o depoimento teria que ser aberto [à imprensa]”, acrescentou Bolsonaro.

Para o parlamentar que defende os temas de interesse dos militares no Congresso, a representação é uma forma de tentar impedi-lo de participar das reuniões da subcomissão. “Essa é uma comissão da mentira. Eles estão revoltados porque eu falei que vou participar de toda e qualquer sessão da comissão que for dentro da Câmara. Eles querem que eu não adentre a subcomissão, mas se essa for a intenção deles, vão dar com os burros n’água”, provocou Bolsonaro.

A representação foi entregue ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que irá encaminhar o documento à Corregedoria da Casa. Lá, o corregedor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), terá prazo de 45 dias para apresentar parecer sobre o caso. Caso considere que houve quebra de decoro, enviará o documento à Comissão de Ética para abertura de processo, que pode resultar na cassação de Bolsonaro.

Agência Brasil

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ex-presidente Lula recebe Prêmio Internacional da Catalunha 2012 pelo combate à pobreza e à desigualdade

O presidente do governo autônomo da Catalunha, Artur Mas, anunciou nesta segunda-feira (2) que Luiz Inácio Lula da Silva foi o vencedor do 24º Prêmio Internacional Catalunha 2012. O prêmio é destinado a pessoas que tenham contribuído com o desenvolvimento de valores culturais, científicos ou humanos.

Lula venceu por unanimidade uma eleição que contou com 177 nomes, de 57 países. Durante o anúncio do prêmio, Artur Mas destacou o caráter do ex-presidente brasileiro, “que o permitiu enfrentar, com criatividade e coragem, a pobreza e a desigualdade”. O catalão disse ainda que a escolha de Lula foi motivada pela luta que travou durante seus dois mandatos pelo crescimento econômico do Brasil e para “erradicar a pobreza e a miséria”.

Artur Mas, presidente da Catalunha, anuncia premiação de Lula. Foto: Jordi Bedmar


O júri, presidido pelo escritor e filósofo Xavier Rubert de Ventós, elogiou a política adotada por Lula “a serviço de um crescimento econômico justo, que colocou seu país à frente da globalização e favoreceu uma divisão mais justa da riqueza e das oportunidades”.
O presidente catalão Artur Mas também leu uma carta de Lula na qual o ex-presidente declara sua “alegria e orgulho” pelo prêmio, “uma conquista que reforça a minha convicção na importância de se lutar por uma sociedade mais justa e democrática, sem fome e sem miséria”. Lula termina a mensagem dizendo que a decisão do júri “reforça a amizade e a solidariedade entre nossos povos”.

Sobre o Prêmio

O Premi Internacional Catalunya  é concedido anualmente desde 1989 a personalidades internacionais dos meios político, econômico e cultural. Homenageados anteriores incluem os ex-presidentes ou primeiros-ministros Jimmy Carter (EUA, 2010), Vaclav Havel e Richard von Weizsacker (Rep. Tcheca e Alemanha, compartido em 1995), Jacques Delors (França e União Européia, 1998); os intelectuais Edgar Morin (1994), Karl Popper (1989) e Claude Lévi-Strauss (2005); e os ganhadores do Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi (Myanmar, 2008) e Amartya Sen (Índia, 1997). Também recebeu o prêmio o brasileiro de origem catalã Pedro Casaldáliga, ex-Bispo de Conceição do Araguaia (2006).

Instituto Cidadania

Fascistas comemoram censura, torturas e assassinatos

Esquerdopata

Cerca de 80 militares da reserva e familiares se reuniram neste sábado em um quiosque na praia da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) para assistira a um salto de paraquedas em comemoração aos 48 anos do golpe de 1964.

Quatro coronéis pularam do avião carregando bandeiras do Brasil.

Ao contrário dos atos que aconteceram durante a semana no Rio, não houve manifestações contrárias.

Mais cedo, um avião sobrevoou toda a orla da zona sul carioca com uma faixa escrita "parabéns Brasil, 31 do 3 de 64".

"Sou macho, mas estou arrepiado", disse o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Foi ele quem pagou R$ 2.000 pela faixa e voo. Ele deve pagar mais R$ 1.500 para um segundo voo no domingo.