A Carta Capital registrou em seu site. “Grotesco” foi o termo utilizado pelo deputado Sarney Filho (PV-MA) para se referir às vaias que recebeu da claque ruralista quando anunciava na tribuna o assassinato de dois ambientalistas do Pará.
Em média, pelo menos um líder sindical ou militante de movimento social é assassinado a cada semana no Brasil.
O número resulta de fatos completamente ignorados ou minorizados pelos grandes meios de comunicação. Neste caso, pode-se dizer que a mídia comercial é o pano que limpa as impressões digitais (dos jagunços do agronegócio) na arma do crime.
Na história recente, os dois únicos casos que tiveram a devida repercussão — isso apenas porque geraram reações internacionais — foram os assassinatos do seringueiro Chico Mendes e da missionária estadunidense Dorothy Stang. A esses somam-se o Massacre de Eldorado dos Carajás e as chacinas de Unaí e Felisburgo.
A repercussão midiática nestes poucos casos, porém, não foi suficiente para garantir a Justiça. Outra matéria da Carta Capital traz números sobre a impunidade da turma dos barões do latifúndio:
“Nos últimos 25 anos, 1.614 pessoas foram assassinadas no Brasil em decorrência de conflitos no campo. Até hoje, apenas 91 casos foram julgados - e resultaram na condenação de 21 mandantes e 72 executores. Isso significa que a Justiça no Brasil levou às grades um criminoso para cada 17 pessoas assassinadas em todos esses anos.”Clique aqui para ler a materia na íntegra (destaque meu)
Tão acostumados à impunidade e à baixa repercussão de seus atos criminosos, os ruralistas banalizaram a violência e o anúncio do assassinato de ambientalistas foi motivo para deboche.
A vaia não era apenas para o deputado e o anúncio que este fazia. Era, sobretudo, para a luta que movimentos sociais e entidades da sociedade civil travam no dia a dia contra a razão das armas e do dinheiro (que compra até comunista).
O caso me faz pensar em uma pergunta para a qual é difícil encontrar resposta racional: que tipo de pessoa é capaz de se comprazer com o assassinato covarde de alguém.
Não basta matar, tem que vaiar. |
João Paulo, só há uma palavra - indignação. Fim à impunidade e reorganização da cidade no apoio à luta ecológica e dos povos da floresta.
ResponderExcluirAbraços com carinho, Jorge bichuetti
www.jorgebichuetti.blogspot.com