sábado, 1 de fevereiro de 2014
Outras características da direita Miami
Correio do Povo
A direita Miami, integrada por lacerdinhas de todos os tipos, é engraçada. Parece um roteiro humorístico de programa de tevê, um misto de piada pobre de duplo sentido com reality show pragmático e cínico.
Adora rotular, mas quando rotulada reage com um clichê:
– Cuidado com os rótulos. Eles simplificam.
Uau!
Rotular não é o problema. Viva o rótulo. Faz parte do jogo. O problema é conseguir afirmar a pertinência dos rótulos. O resto é malandragem ilógica ou joguinho de cena para tentar impressionar os que se assustam com palavrório fácil. A direita Miami parece adolescente emburrado.
– Não generaliza, tá!
Só ela pode generalizar. Lê “todos” onde essa palavra não aparece. O máximo de artimanha “lógica” da direita Miami é fingir ponderação:
– Não se pode corrigir erro com erro. Assim você faz como os que critica.
Tudo para tentar não ser criticada e ficar com a exclusividade do ataque.
– Malandrinhos, né?
A direita Miami acha que tem o monopólio do rótulo e do insulto. Ultimamente, ela se delicia com um quase plágio: esquerda caviar. Trata-se de um rótulo usado pela extrema-direita francesa há mais de 30 anos. Um brasileiro com cérebro de ervilha e falta de criatividade chupou a expressão. A direita Miami, que lê pouco, salvo as opiniões altamente ideologizadas e anacrônicas da Veja, acha que é uma ideia muito original.
Caviar é de direita. Só certa direita tem bala para comer caviar.
A velha direita, pois a nova só chega ao nível do sushi. Esta prefere mesmo é comer um hambúrguer na Flórida ou, quando é metida a andar na linha, tomates secos com folhas verdes num shopping “bacana” de Miami.
A direita Miami tem seus intelectuais orgânicos. Uma turminha paquidérmica contratada pelos jornalões para escrever com as ferraduras. Destrói um teclado a cada semana. Mas fabrica a realidade desejada pelos consumidores. Nela, estamos às portas do comunismo soviético.
Só escaparemos dele se Joaquim Barbosa nos salvar.
A direita Miami se lixa para a corrupção. Fica feliz mesmo é em ver petista na cadeia, pois para ela todo petista é comunista e merece prisão.
Alguns são comunistas. Outros, merecem prisão.
Cadeia não pelo mensalão, mas pelos programas “assistencialistas”, que tiram dos pobres ricos para dar aos pobres pobres, quando, no entender da direita Miami, deveriam continuar a fazer o contrário como incentivo ao ócio produtivo das classes abastadas e abastardadas desde o escravismo.
Em 2012, os gastos com a dívida pública consumiam R$ 2,52 bilhões por dia, alimentando a preguiça especulativa. Maria Lucia Fattorelli faz uma comparação interessante a esse respeito: o gasto com o Bolsa-Família, no mesmo período, “correspondeu a apenas oito dias do Bolsa Rico”. A direita sushi, do capitalismo à brasileira, não vive sem as tetas do Estado. Quando ganha, o mérito é dela, embora amparada em benefícios públicos como juros camaradas do BNDES e isenções. Quando perde, quer socializar os prejuízos.
Na direita Miami, não há comunistas, mas não faltam merecedores de prisão. A Alstom que o diga. A cobrança de propina é suprapartidária.
A turma da direita Miami tem problemas cerebrais de conexão com a realidade. Alguém diz que é contra o comunismo, mas, ao mesmo tempo, critica o capitalismo do século XIX praticado no Brasil, a resposta do perfeito cérebro de ervilha lacerdinha de shopping center não se faz esperar. Vem prontinha como um combo do “maravilhoso” Mc Donald’s:
– Bom mesmo é o modelo cubano, né?
Uau!
A direita Miami ainda está nos anos 1950. Teme a ameaça vermelha. Critica o gosto da esquerda pelas tetas do Estado, mas adora essas boquinhas citadas, que vão da isenção fiscal a empréstimos baratinhos do BNDES terminando na Bolsa-Rico, um esquema para ganhar dinheiro em cima de papéis do governo, que gasta mal, por vários caminhos, enchendo os bolsos de banqueiros, especuladores, espertalhões, empreiteiras, etc. Os lacerdinhas da direita Miami defendem o capitalismo sem riscos.
Para eles.
A classe A da direita Miami é a classe C com silicone comprado em Orlando.
Os intelectuais da direita Miami tem a profundidade de um pires de cafezinho. Apanham todo dia de economistas como Paul Krugman e Stiglitz. Não se dão por vencidos. São pagos para estar errados.
Na internet, a direita Miami tem seus trolladores. É um bando com tendência psicopata e total falta do que fazer. São aqueles que espalham falsas capas da Forbes dizendo que Lula é bilionário. Fazem um bullying primário. Quando cortados, só para vê-los desesperados e ainda mais divertidos, ficam amuados e fazem beicinho e chantagem barata:
– Estão me censurando.
Chega a dar pena. O trollador lacerdinha, representante da direita Miami, volta sempre, ora com o rabo entre as pernas, lambendo o chão para tentar furar o bloqueio, ora rosnando para impressionar, ora se humilhando ainda mais, pedindo desculpas e apresentando justificativas, lambendo as mãos do inimigo, ora bancando o pitbull comedor de criancinhas, ora com uma dezenas de fakes idiotas para não ficar fora da brincadeira. Patético.
Os “pensadores” da direita Miami são os mais que perfeitos indigentes intelectuais lacerdinhas de shopping center da esquina sonhando com um JK nos States. Melancólico mesmo é vê-los ofegantes, à beira da ejaculação precoce, tentando copiar e colar artigos e comentários feitos com 50 anos de atraso por seus ídolos esquálidos, risíveis e oportunistas, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Merval Pereira, Lobão, Raquel Sherazade, qualquer um que os tranquilize com um discurso de extremo direita contra cotas, bolsa-família, programas sociais, Cuba, Venezuela, Cristina Kirchner e outras misturas esotéricas feita para assustar e confundir.
A direita Miami precisa de um novo imaginário. Vive na Guerra Fria. Como se ampara em velhos espíritos, padece com a maldição da múmia: alimenta-se de uma ideologia retrógrada achando que é neutra. O lacerdinha é um crente ideológico xiita, fundamentalista, extremista, terrorista mental, que não tem a menor consciência do seu estado de submissão. Acha que é livre e que só expõe a verdade, mas reza por uma cartilha ideológica disseminada pela mídia, especialmente a Veja, e reproduzida fartamente.
A bibliografia da direita Miami inclui a Caras e a Contigo. As estrelas de referência são a Ana Maria Brega, a Xuxa e a Fátima Bernardes.
A direita Miami é um remake indigente de si mesma.
É um pessoal especulativo: quer ganhar muito e trabalhar pouco.
Direita Miami, direita sushi, direita Barra da Tijuca, direita shopping center, direita siliconada ou direita Mc Donald’s. É só escolher, leitor.
Chora, Lacerdinha.
Tua fúria e tua baba me fazem rir.
Que comédia pastelão!
Pastelão, não, hambúrguer.
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