terça-feira, 8 de outubro de 2013

O que levou dois ministros de Lula a liderar oposição


Balaio do Kotscho

Com um discurso enfezado, que fez lembrar o de José Serra em 2010, quando foi derrotado por Dilma, Marina mudou de personagem: da sonhática, aquela figura que queria lançar os fundamentos da "Nova Política" com o ar de santidade de uma Madre Tereza de Calcutá, ela rapidamente aderiu ao figurino pragmático e buscou abrigo no PSB, aceitando até ser vice de Eduardo, sem se importar em ter agora a companhia da fina flor da modernidade de aliados como a família Bornhausen e Ronaldo Caiado, o ex-líder da UDR, sem abrir mão, é claro, do apoio dos grupos Itaú e Natura, seus tradicionais sponsors, nesta cruzada na defesa das matas e dos bichos em nome da sustentabilidade.

Marina deixou o PT ao perder a batalha para os "desenvolvimentistas" liderados por Dilma, que queriam investir em hidroelétricas, indústrias e infraestrutura, sem se importar muito com os bagres e as tartarugas, o mesmo discurso que Eduardo Campos vem fazendo agora para conquistar o apoio dos empresários paulistas.

Como os seguidores sonháticos de Marina Silva e os políticos pragmáticos de Eduardo Campos, que aceitam o apoio de qualquer um, vão se entender na hora de definir um programa de governo, e mesmo quem vai ser o cabeça de chapa, a depender dos números das pesquisas no ano que vem, é problema deles, mas o fato concreto é que esta inesperada aliança dos dois ex-ministros de Lula muda todo o cenário da campanha de 2014, tirando do PSDB o papel de principal liderança da oposição desempenhado nas últimas três eleições.

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