O escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna morreu nesta quarta-feira (23), aos 87 anos, no Real Hospital Português no Recife, Pernambuco. Suassuna sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital na noite de segunda-feira (21). O escritor já havia sido internado duas vezes no ano passado, quando sofreu um aneurisma cerebral.
Ariano Suassuna nasceu em 1927, em João Pessoa, na Paraíba, filho de um político paraibano assassinado por motivos políticos. Ele passou a infância no Sertão e se mudou para o Recife na década de 1940, quando estudou direito e escreveu suas primeiras peças de teatro.
Grande defensor da cultura popular e nordestina e crítico da cultura pop, Suassuna criou o Movimento Armorial na década de 1970, com o objetivo de elaborar uma arte erudita usando elementos da cultura nordestina. Por sua rica e extensa obra, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1990.
Sua obra mais famosa é auto da compadecida, escrita em 1955. Ela usa elementos da tradição popular do Nordeste, da religiosidade e da literatura de cordel. É um dos mais importantes textos do teatro moderno brasileiro. Em 1999, ela foi adaptada para a televisão, em uma minissérie estrelada por Matheus Nachtergaele, Selton Mello e Fernanda Montenegro. Em 2000, a obra foi adaptada também para o cinema.
Na literatura, Suassuna escreveu poesia e romances. Em entrevista a ÉPOCA quando completou 80 anos, ele revelou que a obra que mais gostou de escrever foi O Romance d'a pedra do reino e o Príncipe do sangue do vai-e-volta, de 1971. A obra foi adaptada pela TV Globo em 2007, com o título de A pedra do reino.
Ariano Suassuna também se engajou em questões políticas. Apoiou a eleição de Lula e era amigo pessoal de Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República. No governo Campos, Suassuna foi secretário de Cultura.
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