terça-feira, 28 de agosto de 2012

Outro olhar sobre a corrupção: Existe corruptos, pois há CORRUPTORES (Causa e Efeito)




Só se acaba com a corrupção acabando com os corruptores,e quem são os corruptores??Grandes empresários ,que compram os políticos,juízes,e uma mídia que encobre a podridão de velhos e novos lobos,esses são a causa da corrupção,não se engane,seja como um bom médico,acabe com a causa da doença e não com os efeitos .


A Mídia além de omissa , quando a corrupção é feita pelo seu grupo de apoio e pensamento único , assim como é corruptora quando através da chantagem pressiona políticos (de baixa índole moral) a fazer o que beneficia a eles donos de empresa... de mídia , ou seja, se o político for bonzinho está livre das linguas afiadas do PIG (Partido da Imprensa Golpista) e se lutar contra o pensamento único sofrerá campanhas difamatórias e também a Mídia é Corrupta Passiva quando se vende para expressar não os fatos e sim aquilo que um grupo A ou B deseja.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

“Por que defendemos o Wikileaks e Assange”


Outras Palavras


Michael Moore e Oliver Stone desmontam argumentos da Suécia e alertam: extradição para os EUA representaria derrota global da liberdade de expressão

Por Michael Moore e Oliver Stone | Tradução: Daniela Frabasile

Passamos nossas carreiras de cineastas sustentando que a mídia norte-americana é frequentemente incapaz de informar os cidadãos sobre as piores ações de nosso governo. Portanto, ficamos profundamente gratos pelas realizações do WikiLeaks, e aplaudimos a decisão do Equador de garantir asilo diplomático a seu fundador, Julian Assange – que agora vive na embaixada equatoriana em Londres.

O Equador agiu de acordo com importantes princípios dos direitos humanos internacionais. E nada poderia demonstrar quão apropriada foi sua ação quanto a ameaça do governo britânico, de violar um princípio sagrado das relações diplomáticas e invadir a embaixada para prender Assange.

Desde sua fundação, o WikiLeaks revelou documentos como o filme “Assassinato Colateral”, que mostra a matança aparentemente indiscriminada de civis de Bagdá por um helicóptero Apache, dos Estados Unidos; além de detalhes minuciosos sobre a face verdadeira das guerras contra o Iraque e Afeganistão; a conspiração entre os Estados Unidos e a ditadura do Yemen, para esconder nossa responsabilidade sobre os bombardeios no país; a pressão do governo Obama para que outras nações não processem, por tortura, oficiais da era-Bush; e muito mais.

Como era de prever, foi feroz a resposta daqueles que preferem que os norte-americanos não saibam dessas coisas. Líderes dos dois partidos chamaram Assange de “terrorista tecnológico”. E a senadora Dianne Feinstein, democrata da Califórnia que lidera o Comite do Senado sobre Inteligência, exigiu que ele fosse processado pela Lei de Espionagem. A maioria dos norte-americanos, britânicos e suecos não sabe que a Suécia não acusou formalmente Assange por nenhum crime. Ao invés disso, emitiu um mandado de prisão para interrogá-lo sobre as acusações de agressão sexual em 2010.

Todas essas acusações devem ser cuidadosamente investigadas antes que Assange vá para um país que o tire do alcance do sistema judiciário sueco. Mas são os governos britânico e sueco que atrapalham a investigação, não Assange.

Autoridades suecas sempre viajaram para outros países para fazer interrogatórios quando necessário, e o fundador do WikiLeaks deixou clara sua disposição de ser interrogado em Londres. Além disso, o governo equatoriano fez uma oferta direta à Suécia, permitindo que Assange seja interrogado dentro de sua embaixada em Londres. Estocolmo recusou as duas propostas.

Assange também comprometeu-se a  viajar para a Suécia imediatamente, caso o governo sueco garanta que não irá extraditá-lo para os Estados Unidos. Autoridades suecas não mostraram interesse em explorar essa proposta, e o ministro de Relações Exteriores, Carl Bildt, declarou inequivocamente a um consultor jurídico de Assange e do WikiLeaks que a Suécia não vai oferecer essa garantia. O governo britânico também teria, de acordo com tratados internacionais, o direito de prevenir a reextradição de Assange da Suécia para os Estados Unidos, mas recusou-se igualmente a garantir que usaria esse poder. As tentativas do Equador para facilitar esse acordo entre os dois governos foram rejeitadas.

Em conjunto, as ações dos governos britânico e sueco sugerem que sua agenda real é levar Assange à Suécia. Por conta de tratados e outras considerações, ele provavelmente poderia ser mais facilmente extraditado de lá para os Estados Unidos. Assange tem todas as razões para temer esses desdobramentos. O Departamento de Justiça recentemente confirmou que continua a investigar o WikiLeaks, e os documentos do governo australiano de fevereiro passado, recém-divulgados afirmam que “a investigação dos Estados Unidos sobre a possível conduta criminal de Assange está em curso há mais de um ano”. O próprio WikiLeaks publicou emails da Stratfor, uma corporação privada de inteligência, segundo os quais um júri já ouviu uma acusação sigilosa contra Assange. E a história indica que a Suécia iria ceder a qualquer pressão dos Estados Unidos para entregar Assange. Em 2001, o governo sueco entregou à CIA dois egípcios que pediam asilo. A agência norte-americana entregou-os ao regime de Mubarak, que os torturou.

Se Assange for extraditado para os Estados Unidos, as consequência repercutirão por anos, em todo o mundo. Assange não é cidadão estadunidense, e nenhuma de suas ações aconteceu em solo norte-americano. Se Washington puder processar um jornalista nessas circunstâncias, os governos da Rússia ou da China poderão, pela mesma lógica, exigir que repórteres estrangeiros em qualquer lugar do mundo sejam extraditados por violar suas leis. Criar esse precedente deveria preocupar profundamente a todos, admiradores do WikiLeaks ou não.

Conclamamos os povos britânico e sueco a exigir que seus governos respondam algumas questões básicas. Por que as autoridades suecas recusam-se a interrogar Assange em Londres? E por que nenhum dos dois governos pode prometer que Assange não será extraditado para os Estados Unidos? Os cidadãos britânicos e suecos têm uma rara oportunidade de tomar uma posição pela liberdade de expressão, em nome de todo o mundo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Receita cobra R$ 2,1 bilhões da Globo


Brasil247
TEVÊ DA FAMÍLIA MARINHO É ACUSADA DE RECOLHER MENOS IMPOSTOS DO QUE DEVERIA; AINDA CABE RECURSO

Uma nota publicada na coluna Radar, do jornalista Lauro Jardim, revela um pepinaço para a Rede Globo, da Família Marinho:


Nas garras do Leão
Depois de uma longa discussão jurídica, o Leão rugiu mais alto: a Globo perdeu e terá que pagar 2,1 bilhões de reais à Receita Federal por operações que resultaram em um recolhimento menor de impostos. Das setenta grandes empresas autuadas em procedimentos semelhantes, a Globo foi a única cujos argumentos não foram aceitos. Cabe, no entanto, recurso.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O julgamento do "mensalão": a farsa e os farsantes




- Por Bob Fernandes

Há quem diga ser uma farsa o julgamento do chamado "mensalão". Não, o julgamento não é uma farsa. É fruto de fatos. Ou era mesada, o tal "mensalão", ou era caixa dois; essa que (quase) todo mundo faz e usa. Mas não há como dizer que há uma farsa. E quem fez, que pague o que fez. A farsa existe, mas não está nestes fatos.

Farsa é, 14 anos depois, admitir a compra de votos para se provar a reeleição-Fernando Henrique Cardoso, mas dizer que não sabe quem comprou. Isso enquanto aponta o dedo e o verbo para as compras que agora estão em julgamento. A compra de votos existiu em 97. Mas não deu em CPI, não deu em nada.

Farsa é fazer de conta que em 1998 não existiram as fitas e os fatos da privatização da Telebras. É fazer de conta que a cúpula do governo de então não foi gravada em tramoias e conversas escandalosas num negócio de R$22 bilhões. Aquilo derrubou um pedaço do governo tucano. Mas não deu em CPI. Ninguém foi preso. Deu em nada.

Farsa é esquecer que nos anos PC Farias se falava em corrupção na casa do bilhão. Isso no governo Collor; eleito, nos lembremos, com decisivo apoio da chamada "grande mídia".

À época, a Polícia Federal indiciou mais de 400 empresas e 110 grandes empresários. A justiça e a mídia deixaram pra lá o inquérito de 100 mil páginas, com os corruptos e os corruptores. Tudo prescreveu. Fora PC Farias, ninguém pagou. Isso, aquilo, foi uma farsa.

Farsa foi, é, o silêncio estrondoso diante do livro "A Privataria Tucana'. Livro que, em 115 páginas de documentos de uma CPI e de investigação em paraísos fiscais, expõe bastidores da privatização da telefonia. Farsa é buscar desqualificar o autor e fazer de conta que os documentos não existem ou "são velhos". Como se novas fossem as denúncias agora repisadas nas manchetes na busca de condenações a qualquer custo.

Farsa é continuar se investigando os investigadores e se esquecer dos fatos que levaram à operação Satiagraha. Operação desmontada a partir de uma fita que não existiu. Fita fantasma que numa ponta tinha Demóstenes Torres e a turma do Cachoeira. E que, na outra ponta da conversa que ninguém ouviu, teve (ou melhor, teria tido) o ministro Gilmar Mendes.

Farsa é, anos depois de enterrada a Satiagraha, o silêncio em relação a 550 milhões de dólares. Sim, por não terem origem comprovada, US$ 500 milhões continuaram retidos pelos governos dos EUA e da Inglaterra. E o que se ouve, se lê ou se investiga ? Nada. Tudo segue enterrado. Em silêncio.

O julgamento do chamado "mensalão" não é uma farsa. Farsa é, isso sim, isolá-lo desses outros fatos todos e torná-lo único. Farsa é politizá-lo ainda mais. Farsesco é magnificá-lo, chamá-lo de "o maior julgamento na história do Brasil".

Farsa não porque esse não seja o maior julgamento da história. Farsa porque se esquecem de dizer que esse é o maior porque NÃO EXISTIRAM outros julgamentos na história do Brasil em relação a todos estes casos e tantos outros. Por isso, esse é o "maior".

Existiram, isso sempre e a cada escândalo, alianças ideológicas e empresariais na luta pelo poder. Farsa, porque ao final prevaleceu sempre, até que visse o "mensalão", o estrondoso silêncio cúmplice.



Equador e Assange Venceram: Porque representam a liberdade de expressão, as formas alternativas de mídia, a ruptura de mecanismos de de diplomacia secreta.


  Emir Sader em   Carta Maior

A crise diplomática gerada pela aceitação do asilo de Julian Assange pelo Equador reflete as novas condições do mundo contemporâneo. Em primeiro lugar, porque as mídias alternativas conseguiram grande vitória sobre o segredo diplomático das grandes potências, logrando colocar à disposição da opinião pública mundial mais de 5 mil documentos até ali considerados secretos.

Em segundo lugar, porque ao tentar fazer recair sobre o principal responsável por essa divulgação, Julian Assange, o peso da repressão e da censura, se viram às voltas com a solidariedade do governo do Equador, dos governos latino-americanos e de várias outras forças da própria Europa. Não puderam evitar, apesar das bravatas do governo britânico, o asilo de Assange na Embaixada do Equador e ainda tem que sofrer a campanha de protestos pela sua atitude e a favor do salvo-conduto que Assange necessita para seguir para o Equador.

Em terceiro lugar, um país progressista latinoamericano não apenas peitou o governo britânico, como aparece como território de abrigo de alguém que passou a representar a liberdade de expressão no mundo, enquanto que a Grã Bretanha aparece como seu perseguidor.

Em quarto lugar, a Grã Bretanha, com a atitude do seu governo, já é e continuará sendo objeto de campanhas no seu próprio país e em vários outros países do mundo, pela liberdade de Assange e contra a atitude do governo britânico.

Ao tomar a atitude que toma, o governo da Grã Bretanha faz uma aposta muito perigosa: a de ter que suportar, por tanto tempo quanto pretenda retardar o salvo-conduto para Assange, campanhas mundiais contra sua posição e a favor de Assange.

Se juridicamente o governo britânico pode retardar por um tempo indefinido a saída de Assange da embaixada equatoriano na direção do país que lhe concedeu asilo, a questão será decidida pelo grau de desgaste que a Grã Bretanha está disposta a sofrer por essas campanhas. Ela pode sustá-las concedendo de imediato o salvo-conduto a Assange ou ter que finalmente concedê-lo, quando esse desgaste já tenha se dado por um tempo mais ou menos longo.

Seja qual for o desfecho da situação, a Grã Bretanha – e, com ela, os EUA - saem perdedores, enquanto o Equador, a América Latina e Assange, sairão vencedores. Porque representam a liberdade de expressão, as formas alternativas de mídia, a ruptura de mecanismos de de diplomacia secreta.


Sinais de que os tempos mudaram no mundo. E, neste caso, para melhor.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Romário ataca revista Veja em seu Twitter



Depois de utilizar o Twitter para criticar e pedir a saída do técnico Mano Menezes da seleção brasileira, o deputado federal e ex-jogador Romário voltou a causar polêmica na rede social. Por conta de uma matéria do colunista Lauro Jardim, da revista Veja, o Baixinho se revoltou e começou a atacar a publicação, utilizando inclusive alguns palavrões.

Romário faz críticas à Veja

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Rio 2016 e os do "contra"...O mesmo Complexo de Vira-Latas de sempre!




Um brasileiro que diz que "o Brasil nunca chegará aos pés da Inglaterra em talento artístico" é provavelmente uma pessoa tão deslumbrada, tão ignorante e tão desprovida de sentido estético e conhecimento sobre arte, que não deve nem ser gente. Eu quero manifestar aqui o meu desprezo por essa gente com alma de tapete. Gente que gosta de ser pisada por sapato gringo. Vocês não merecem o país maravilhoso que vocês têm!!!! E saibam: vocês são infinitamente inferiores aos brasileiros de verdade que amam e constróem esse país com amor e dignidade. Mas o que esperar dessa turma não é? Foram eles que sempre fizeram de tudo para manter a submissão do Brasil perante o mundo, deram até golpe de Estado contra um presidente nacionalista e instauraram uma ditadura que produziu injustiça social, endividamento externo e subdesenvolvimento para o país. Foram eles que apoiaram o presidente que deixou o munto se sentar nos nosso lombo durante oito anos e que chamou os brasileiros de caipiras. Certamente é um presidente assim que os representa devidamente. Seus espíritos de inferioridade não são capazes de assimilar um Brasil que encanta o mundo, e que faz aqueles que essa gentinha vira-lata considera superiores nos aplaudir. Pois engulam esse complexo, suas pulgas indecentes, porque na Terra da Rainha o Brasil teve o seu instante de realeza.

O meu país não é mais aquele que era visto pelo mundo como um eterno pedinte. O meu país não é mais aquele dos engravatados que conspiravam contra a pátria. Nem meu presidente é aquele idiota que falava inglês mas não falava a língua do seu povo, não se comunicava com a sua gente. O meu país é esse que surpreende o mundo porque não se abala com a crise que está arruinando metade do planeta. O meu país é esse do sorriso genuíno de sua gente simples e autêntica. E o meu presidente é ele mesmo: O CARA!!!! O grande responsável por tudo isso estar acontecendo. O responsável por ter nos colocado ontem no centro do mundo, dentro de uma cerimônia de encerramento de uma edição de Jogos Olímpicos, COMO NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O BRASIL EM LONDRES E AS AVES DE RAPINA NA INTERNET

Por Walter Falceta Jr.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O problema da mídia no Brasil



NSTITUIÇÃO MAIS PODEROSA DO PAÍS, A MÍDIA FAZ A MANUTENÇÃO DE UM BRASIL ACORRENTADO AO PASSADO E APROVEITA-SE DA APATIA POLÍTICA DO BRASILEIRO PARA AUMENTAR SUA INFLUÊNCIA E, CLARO, LUCRAR



Por Rafael Querrer em Brasil 247

As cicatrizes provocadas pelas injustiças, covardias e tragédias com as quais se escreveram a história do Brasil permanecem ávidas, eternizando o terror da violência que deformou, e deforma, diariamente, o país. As feridas provocadas pelo ódio intolerante e fascista, instaurado por colonos, ditadores e impérios ao longo do processo de construção do Brasil persistem abertas na medida em que a sociedade é imersa, a todo o momento, em conceitos ultrapassados que reforçam o teor discriminatório e preconceituoso implícito na cultura nacional. Os cidadãos, cobaias dessa tortura durante mais de 500 anos, aprenderam a reproduzir o horror de períodos insanos da história do Brasil em comportamentos retrógados e prejudiciais a qualquer país, comunidade ou grupo que precise desenvolver-se socialmente de acordo com padrões democráticos, justos e igualitários.

Nascido e educado sob a influência de padrões sociais, políticos e culturais repressivos e arcaicos, o brasileiro edificou parte de suas instituições com as mesmas características retrógradas que se arrastaram do período colonial até o século 21. Isso sem perceber a necessidade de reformas e adaptações para evitar que tais instituições reproduzissem, em abundância, produtos já ultrapassados. São polícias, escolas, governos e até entidades organizadas pela sociedade civil recriando e promovendo antigas posturas adotadas pela estupidez de recentes administrações sedentas por poder, com explícitas intenções mercadológicas e alfabetizadas pela violência. Hoje, devido à amplitude e eficiência da força comunicativa da velha mídia tupiniquim, a televisão, o rádio, os jornais, as revistas e até mesmo os portais de internet uniram-se e consolidaram a instituição com a maior capacidade impulsionadora de valores "comuns" em períodos menos esclarecidos da humanidade: a mídia  do alto da pirâmide, as poucas famílias que detêm o poder de se comunicar unilateralmente (e exclusivamente) com uma quantidade enorme de pessoas, as donas das empresas de comunicação, remontam a realidade buscando a manutenção de um Brasil colônia.

Os meios de comunicação aproveitam-se da apatia política do brasileiro, de sua ignorância quanto à própria história, de seu pouco entusiasmo para refletir sobre questões políticas, sociais e midiáticas e de sua postura conservadora, egoísta e excludente para aumentar sua influência e, claro, lucrar. A mídia reforça o que foi doutrinado pela violência dos anos de chumbo ou do período escravagista, por exemplo, e ainda concebe noções e representações moldadas com as péssimas experiências desse período. E tudo isso serve para conduzir aumentar uma audiência composta por pessoas acostumadas e dependentes das truculências sociais que ampliam  a possibilidade de eventos racistas, machistas e homofóbicos e etc. . As empresas de comunicação, em muitos dos casos, ganham dinheiro em cima de conceitos equivocados que a sociedade incorporou, conservou, aprendeu a gostar e agora reproduz por pensar ser coerente e correto. Aliás, reproduz por não conseguir, ainda, fazer uma leitura ou interpretação adequada do que representa 80% da programação a qual é submetida. Isso não é novidade para um país repleto de "letrados" que mal conseguem ler um livro.

Com as portas, pernas e mentes abertas, os espectadores, ouvintes e navegantes são invadidos pela influência midiática, que aproveita para plantar opiniões, pontos de vista deturpados e linhas editoriais que dividem a cama com a parte comercial das corporações. Os receptores reagem, cada um à sua maneira, mas não conseguem fugir do tsunami provocado pela indústria da comunicação para, muitas vezes, impedir as mudanças que o país precisa. Não aparentam capacidade intelectual, não têm unidade (força) e nem representantes políticos competentes para caminhar de encontro à vontade dos grupos de comunicação e romper laços com a falta de respeito que é propagada por muitos deles. Basta abrir uma revista ou ligar a televisão para entrar em choque com verdades desenvolvidas para moldar um país sem espaço para a diversidade/diferença, sem lugar para o pobre e sem respeito pela mulher. E por mais incrível que isso possa parecer, esses são os fatos criados para vender, mas que também acabam ensinando.

Um dos motivos que leva jornais, programas de televisão, propagandas e até mesmo portais da internet a promover esse tipo de desagravo são as regras impostas pelo jogo capitalista do mercado, aonde o lucro sobrepõe o respeito, ou a recuperação de um país desigual e injusto. Além desse item há também o conservadorismo preconceituoso e letal do brasileiro aliado uma base educacional ainda deficiente e sem "prestígio" (estudar pra que?). A televisão roubou o papel da escola, mas leciona sem ética ou cuidados. Hoje, por exemplo, estupros e outras violências contra a mulher tornam-se piada em um país com altos índices dessas barbáries. Enquanto isso, do outro lado, um empresário ri e enche os bolsos de dinheiro.

As propagandas têm sido cada vez mais propulsoras de perspectivas ultrapassadas, inadequadas e desrespeitosas, principalmente com as mulheres. De acordo com boa parte das campanhas publicitárias que são veiculadas, hoje, as mulheres tornaram-se um produto a ser consumido ou manipulado por bens que não definem personalidade ou caráter, como carros e latas de cerveja. Além disso, as propagandas brincam com realidades historicamente perversas, envolvendo situações que terminam em casos de violência doméstica, na vida real. Outras campanhas, disputando o troféu da falta de noção, desenvolvem trabalhos visualmente perfeitos, mas com valores no mínimo imbecis. Sem avaliação alguma sobre o contexto social e econômico do país, eu imagino, essas propagandas atribuem novos valores ao humano, que agora é o carro que tem ou o lugar aonde mora, e lhe ensinam novas perspectivas: "jogue bola para melhorar a sua vida e confie no nosso banco". E não para por aí, há propagandas que mantém a "ordem" das coisas, mostrando que as "famílias felizes" e bem sucedidas são sempre compostas por pessoas de pele branca (e com a mãe cozinhando ou limpando a casa), enquanto os negros são utilizados exclusivamente para apresentar a "pluralidade racial" mentirosa de instituições de ensino superior ou para dizer que "os pobres terão acesso a uma nova política pública" (porque para a mídia "preto e pobre são palavras iguais"). E por fim (dos meus exemplos) as propagandas que querem também determinar como devem ser corpos, cabelos e roupas, pregando uma velha ditadura que nunca deixou de existir.

Essas e muitas outras (propagandas) estão preocupadas apenas em atingir a lucratividade com a venda dos seus produtos e se apoiam não só no afastamento do brasileiro quanto às questões sociais e políticas do país, como também na tendência conservadora e preconceituosa de muitos cidadãos em reproduzir comportamentos tenebrosos, ultrapassados e até criminosos. É a brutalidade da ignorância em favor de uma das máquinas mais atuais de sustentação do nosso falido sistema político e econômico vigente: a mídia.

Não bastassem as ridículas e pobres alusões racistas e discriminatórias nas propagandas, ainda temos os programas de televisão, incluindo novelas e quadros de comédia, que insistem em estar sempre renovando o desrespeito. São as histórias de sempre, que sustentam e mantém negros, mulheres, gays e nordestino em situações que já não compõem o nosso contexto atual, principalmente por constituírem crimes contra os direito humanos. As minorias se tornam caricaturas para divertir e distrair, promovendo  discriminação e exclusão. Estão dentro de uma programação que não respeita e não está preocupada com os valores seculares enfrentados por essas pessoas, mas sim em entupir outros cidadãos com uma "ração audiovisual" de baixa qualidade para a obtenção de poder e dinheiro.

E a imprensa não fica atrás, principalmente os setores que atuam para ganhar mais espaço no mercado ao invés de suprir a necessidade da sociedade brasileira por uma informação de qualidade, sem entrelinhas. São os lucros da publicidade sobre as dificuldades da população. E para alcançar seus objetivos esses "jornalões" jogam sujo. Escondem informações, invadem as vidas alheias e deturpam realidades para que elas pareçam menos complexas e mais "rentáveis". Quantos jornalistas nunca tiveram que apagar essa ou aquela frase, parágrafo ou palavra em função de acordos e anúncios publicitários? Quantos jornais não produzem suas manchetes "para vender jornal" e não para informar o público? Quantos jornais se desvinculam de políticos para se vincular ao leitor/espectador/ouvinte? Quantos jornais não pertencem a um político "bem conectado" no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal? Aliás, no Brasil, além de perpetuar moldes oligárquicos, a imprensa também julga pela justiça, legisla pelos parlamentares e senadores e executa pela presidente da República. Por aqui, os jornais se tornam até partidos políticos. Porém, é preciso levar em conta que ninguém sabe ao certo qual é o papel ou a função da mídia nacional e nativa.

No Brasil, a mídia ajuda a manter um país que não deveria existir para um povo que não o conhece. São poucas famílias formatando o Brasil a bel prazer, para que políticos e empresários se eternizem na direção de uma República que escondeu corpos estigmatizados pelas truculências da história. Tudo para privilegiar os grupos que "presidem" o país desde a época em que uma das principais propulsoras da nossa economia era a chibata.

O impressionante é que apesar dos mais de 500 anos de experiência, a população ainda não despertou por inteiro para fazer sumir alguns dos muros impostos, quando coroas e impérios nos presentearam com mordaças, coleiras e ignorância. A luta não é fácil, principalmente para quem nas estatísticas atua pelo time dos excluídos, marginalizados e "diferentes". Ou melhor, a parte da população prejudicada diretamente pelos tropeços do país e que não consegue se recuperar por inteiro. Também não é fácil para aqueles que saíram da caverna e encontraram outra luz, além da emitida pela televisão. É óbvio que apenas uma regulamentação da mídia não seria o suficiente para mudar o país, até porque os meios de comunicação são apenas parte de um problema muito maior. Seria necessária uma verdadeira revolução social, cultural, política e econômica. Mas vai ficando difícil acreditar em mudanças dentro de um país com pessoas não sabem falar a própria língua, não conhecem a própria história e estão muito distantes da vontade real de querer um país diferente.

Rafael Querrer é jornalista e repórter de política e economia

Sujeira que não sai da TV