quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lula oferece US$ 100 mil de prêmio recebido na Polônia à África

No penúltimo dia de viagens internacionais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o prêmio Lech Walesa, na cidade de Gdansk, na Polônia, nesta quinta-feira (29). Os US$ 100 mil recebidos como parte da homenagem serão encaminhados a um país africano escolhidos pelos diretores do Instituto Lula junto aos membros da fundação polonesa. Lula colocou a África como uma de suas prioridades pós-mandato.

A fundação que leva o nome do ex-presidente e ex-líder sindical polonês mantém o prêmio desde 2008. Ele é concedido a personalidades com forte vínculo com a luta por liberdade, democracia e cooperação internacional. No caso de Lula, a ação para fortalecer as relações entre países em desenvolvimento – chamadas de Sul-Sul – e a redução da desigualdade social em sua gestão motivaram a escolha.

Walesa lembrou que conheceu Lula em 1980, em Roma, na Itália, em um período em que viviam trajetórias opostas. Enquanto o polonês lutava contra o comunismo, o brasileiro mantinha uma defensa de ideias socialistas. "Parecia que estávamos em caminhos opostos, pois parecia não haver terceira via. O senhor não tinha razão há 30 anos, mas hoje mostrou que tinha razão”, admitiu Walesa.

Também proferiu elogios a Lula o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk. Para ele, o ex-presidente brasileiro ajudou a "tornar possível um sonho impossível", referindo-se a mudanças radicais produzidas sem caos, mas com crescimento econômico e bem estar para a população.

Antes do evento, Lula recebeu, na terça-feira (27), o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Conhecido como Science Po, a instituição concedeu a honraria a apenas 16 pessoas ao longo de seus 140 anos de história – o ex-presidente brasileiro foi o primeiro latino-americano a ser agraciado. A chegada à capital francesa ocorreu dois dias antes e, em sua agenda, foi incluída reunião com o presidente do país, Nicolas Sarkozy.

Nesta sexta-feira (30), Lula vai a Londres para uma palestra a convite da revista britânica The Economist. O tema será a ação comandada pelo Brasil para ampliar a cooperação Sul-Sul.

México: Sobrevivência e morte nas redes sociais


Matéria completa em: observatorio da imprensa

“A mídia social está preenchendo uma lacuna deixada pela imprensa”, diz Andrés Monroy-Hernández, aluno de doutorado no M.I.T. Media Lab. “Em diferentes regiões do México, tanto o estado quanto a imprensa são fracos, enquanto o crime organizado se torna mais forte e, em alguns lugares, substitui o estado”. Hoje, o México é um país extremamente perigoso. Nos últimos cinco anos, cerca de 40 mil pessoas foram mortas na guerra do narcotráfico. Ao mesmo tempo, o país observa o crescimento da classe média, acuada pela violência e “armada” com computadores e telefones celulares. Há mais de 30 milhões de internautas (com acesso regular à web) no México – 95% destas pessoas têm perfil no Facebook. O Twitter tem mais de quatro milhões de usuários. Há ainda diversos blogs e sites dedicados a cobrir, com a colaboração de leitores, a violência espalhada pelo país.


Mas a situação não é tão simples. À medida que passaram a prestar um serviço de utilidade pública, os internautas também se expuseram àqueles que mais temem. Há pouco mais de duas semanas, um homem e uma mulher na faixa dos 20 anos foram encontrados mortos, pendurados em uma ponte na cidade de Nuevo Laredo, com um aviso preso a seus corpos: “Isso vai acontecer a todos os traidores da internet”. Uma terceira pessoa foi encontrada dias depois com uma nota que afirmava que havia sido morta por causa de postagens nas redes sociais.

E assim, os carteis de drogas, que tanto intimidaram e silenciaram a imprensa e a polícia, agora ameaçam a liberdade na internet. Diante do novo risco que correm, estes internautas já começaram a tomar cuidados. “As pessoas estão se unindo e expondo a verdade”, diz um deles. “Uns cuidam dos outros”.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Reportagem mostra como a Revista Veja fabrica suas REPORCAGENS


Veja como a Veja não dá pra ler . Em denúncia feita pelo jornalista Rodrigo Vianna da Rede Record , a revista dos "Civita" é irresponsável e caluniosa . Segundo Laurindo Leal Filho (professor de jornalismo da USP) , a revista se tornou um planfeto a serviço dos setores mais conservadores da sociedade brasileira .


Reportagem da Record News sobre as Malandragens da Revista Veja:

Excelente reportagem, que mostra, entre outras barbaridades, a associação da editora Abril com um grupo financeiro ligado à manutenção do regime racista do Aparthaid na África do Sul.


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Em Paris, Lula recebe o título de doutor Honoris Causa

correiodobrasil
lulaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu terça-feira o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris, a Sciences Po. Lula é o primeiro latino-americano a receber a homenagem e o segundo chefe de Estado, depois do ex-presidente tcheco Vaclav Havel.

O diretor da Sciences Po, Richard Descoings, disse que o ex-presidente “mudou a imagem do Brasil”. Segundo ele, foram levados em consideração para a concessão do título os programas sociais promovidos durante o governo Lula.

Lula chegou segunda a Paris onde se reuniu com o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Nas conversas, Sarkozy convidou o ex-presidente para participar de uma série de debates sobre o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de propostas sobre educação. O evento será promovido por organizações não governamentais no próximo dia 21.

Ele foi entregue em homenagem à sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social de seu País. "É para mim uma grande honra recebê-lo, e ainda maior porque sou o primeiro latino-americano", declarou Lula na cerimônia, referindo-se ao fato de que o instituto premiou pouqu[issimas personalidades.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cuidado que a “Vejite” pega

O Provocador
frameCivita Cuidado que a “Vejite” pega

Existe uma patologia no jornalismo que se chama Vejite. Essa nomenclatura foi criada especificamente para definir o que a revista Veja faz. É um caso único. E sem cura.

A anomalia consiste em interpretar a realidade de forma distorcida, sem nenhum constrangimento. Mesmo que todas as evidências comprovem o contrário, o "vejismo" repete compulsivamente as mentiras que lhe convém.

Em seres humanos, a psiquiatria considera esse tipo de atitude um desvio de caráter. Mas como a Veja há tempos abdicou de qualquer resquício ético, essa comparação não procede. Não há caráter, todas as maldades que ela pratica são deliberadas e conscientes.

Em rigorosos intervalos de uma semana, ocorrem surtos que se caracterizam por uma patética tentativa de proteger aliados e perseguir desafetos. É muito fácil diagnosticar essa doença terrível.

Nas páginas da última edição, por exemplo, num claro sintoma de bipolaridade, a Veja, em sua coluninha Sobe e Desce,  inventa números e delira em praça pública, como um cão danado espumando sobre uma calculadora quebrada.

Do nada, diz que a Rede Globo “fechou agosto com 30,8 pontos de Ibope no horário nobre na Grande SP, um crescimento de 12% em relação a 2010”.

Ao lado, manda uma mensagem cifrada, comum em dementes e alucinados: “O diabo esbraveja e espuma de raiva, mas os espetáculos televisivos protagonizados pelo canhoto e seus possuídos não estão colando – e rendendo – como antes”. Hã?

Não é o caso de internar? Os dados não correspondem à verdade, estão inflados, absurdos, nunca houve esse percentual de audiência.

O correto seria 28,5 pontos. Parece pouco, mas considerando só a Grande São Paulo, trata-se de 138 mil residências a mais na contabilidade doentia. É um delírio.

Quanto à frase indecifrável, mal escrita e desengonçada, cabe solicitar providências na esfera do exorcismo, já que nada tem a ver com um texto jornalístico. É possessão, estágio final desse tipo de loucura. Vade retro.

É muito desagradável ficar observando esse tipo de decomposição. Cheira mal, ofende os sentidos e não desperta compaixão. É cruel falar assim, mas é caso de isolamento. A sociedade não pode conviver com isso.

DEM entra na Justiça contra aumento do IPI aos Importados

humorpolitico

DEM entra na justiça contra mais empregos no Brasil, e na defesa de seus carrões importados com menos impostos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

El Orden Criminal Del Mundo / A Ordem Criminosa do Mundo (2007)



(Espanha, 2007, 44min. - Direção: Juan Antonio Sacaluga)

Excelente!

Documentário exibido pela TVE espanhola, que aborda a visão de dois grandes humanistas contemporâneos sobre o mundo atual: Eduardo Galeano e Jean Ziegler.
Pode se dizer que há algo de profético em seus depoimentos, pois o documentário foi feito antes da crise que assolou os países periféricos da Europa, como a Espanha.

A Ordem Criminal do Mundo, o cinismo assassino que a cada dia enriquece uma pequena oligarquia mundial em detrimento da miséria de cada vez mais pessoas pelo mundo. O poder se concentrando cada vez mais nas mãos de poucos, os direitos das pessoas cada vez mais restritos. As corporações controlando os governos de quase todo o planeta, dispondo também de instituições como FMI, OMC e Banco Mundial para defender seus interesses. Hoje 500 empresas detém mais de 50% do PIB Mundial, muitas delas pertencentes a um mesmo grupo. (Docverdade)


Recomendo também a leitura do livro:


Best-seller nos Estados Unidos e na Europa - que coloca o dedo nas feridas que o imperialismo norte-americano abrem no restante do mundo.
 

Como o próprio título do livro sugere, em tom confessional, o autor revela os mecanismos secretos do controle do imperialismo norte-americano nos países pobres estrategicamente importantes. A história do próprio autor se mescla à história contemporânea de países onde esteve, como Indonésia, Panamá, Colômbia, Arábia Saudita, Equador e Irã.
 

Já de início John Perkins relata como, ainda jovem, foi recrutado secretamente pela Agência de Segurança Nacional americana e incluído na folha de pagamento da empresa internacional de consultoria chamada Chas. T. Main, empresa pela qual conheceu esses países. Sua função nesses gigantescos bolsões de miséria era maquiar os números, servindo exclusivamente aos interesses da corporatocracia norte-americana, ou seja, uma coalizão entre governo, bancos e corporações.
 

Autodenominados "Assassinos Econômicos" ou simplesmente AEs, John Perkins e seus colegas eram instruídos a sair desses países com algum "projeto mirabolante", como a construção de redes elétricas por exemplo. O objetivo era deixar esses países cada vez mais endividados. "Assassinos econômicos são profissionais altamente remunerados cujo trabalho é lesar países ao redor do mundo. Entre seus instrumentos de trabalho, incluem-se relatórios adulterados, pleitos eleitorais fraudulentos, subornos, extorsões, sexo e assassinato", afirmou.
 

Decidido a mudar o curso de sua vida e motivado pelos acontecimentos da história recente como o 11 de Setembro, o autor levou adiante o seu plano de revelar os bastidores do imperialismo norte-americano. "Por várias vezes fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante vinte anos. Na época, as ameaças e os subornos sempre me convenciam a parar", disse. 




"Liberdade, essa palavra" - O cerceamento do Governo de Minas a imprensa local (Gagged In Brazil - Amordaçado no Brasil)



Vídeo produzido para a Current TV e exibido nos EUA e Inglaterra mostra as relações viscerais entre os meios de comunicação e o ex-Governador de Minas, Aécio Neves.
Uma boa chance dos brasileiros se conscientizarem sobre como influência política resulta em fabricação de consenso e notícias distorcidas na mídia oligárquica. Uma oportunidade de pelo menos começar a desconfiar do que se fala nos principais canais de TV.

"A imprensa Mineira e Nacional não quer o debate político"



"Liberdade, essa palavra", sobre o mesmo tema, dirigido por Marcelo Baeta.





sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Como se constrói um monopólio

Império da Rede Globo teve como um de seus alicerces o modelo de concessões públicas de radiodifusão. Entidades se mobilizaram para tentar mudar as regras.
Por Bia Barbosa [16.09.2011 15h45]


 

 (A matéria foi publicada na edição 54, de setembro de 2007 na revista forum)

No próximo dia 5 de outubro, vencem as concessões das principais emissoras de TV brasileiras. Entre elas, estão cinco concessões da Rede Globo – em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Minas Gerais. Neste dia, caberá ao Executivo federal, por meio do Ministério das Comunicações e da Casa Civil, aceitar ou não os pedidos de renovação, por mais 15 anos, e submeter sua decisão do Congresso Nacional, que tem a palavra final no processo.

O que pouca gente sabe é que tal procedimento, de tamanha importância para o país – é redundante afirmar o papel político, econômico e social que os meios de comunicação, sobretudo a TV, desempenham em nossa sociedade – será nada mais do que um rito burocrático. Mas, para evitar que a data passe em branco, movimentos sociais e entidades ligadas à luta pela democratização da comunicação planejam promover manifestações e chamar a sociedade para debater o modelo das concessões públicas de radiodifusão. Um modelo que contribuiu de forma decisiva para fazer da Globo o império que ela é hoje.

“O mercado de televisão no Brasil, especificamente, não era oligopolizado até a década de 1970. Chateaubriand tentou até monopolizar, mas a Globo, durante a ditadura militar, atualiza o projeto das elites do setor e do governo no período anterior. Dadas as condições técnicas, ela pôde ocupar um espaço que os Diários Associados do Chatô não podiam sequer sonhar”, esclarece a cientista social da Universidade Federal de Pernambuco Maria Eduarda Rocha. Ela atribui a concentração de capital e produção da Rede Globo à própria construção da indústria cultural no Brasil, que pressupõe centros produzindo para um vasto território.

Maria Eduarda cita ainda como fatores que foram fundamentais para a estruturação da Globo na década de 1960 o famoso acordo com a Time-Life, realizado em 1962, responsável por injetar capital estrangeiro na emissora, algo que ia contra a legislação vigente. “Há um fator mais forte que é a relação entre o empresariado da cultura e governo militar, que era muito orgânica. O governo permaneceu como maior anunciante, o que era um grande instrumento de controle, sendo que a Globo foi a grande captadora de verba publicitária do regime”, sustenta.

Mas não foi só à época da ditadura que o regime de concessões e o Estado favoreceram a Globo. Durante o governo Sarney (1985-1989), o ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães promoveu uma verdadeira farra de distribuição de concessões na área de radiodifusão. Paulino Motter, doutor em Ciências Políticas, na dissertação de mestrado A batalha invisível da Constituinte, mostra que em três anos e meio Sarney distribuiu 1.028 outorgas, aproximadamente 25% delas no mês de setembro de 1988, que antecedeu a promulgação da Constituição. Quase todos os beneficiados foram parlamentares que, direta ou indiretamente, receberam as outorgas em troca de apoio político aos cinco anos de mandato e o regime presidencialista. Motter mostra que, dos 91 constituintes que receberam ao menos uma concessão de rádio ou de televisão, 82 (90,1%) votaram a favor do mandato de cinco anos.

Além de beneficiar a Globo e Sarney, ACM também aproveitou sua estada no governo federal para incrementar sua influência na área da comunicação na Bahia. A maior parte das concessões das emissoras que integram a Rede Bahia são dessa época. Antônio Carlos Magalhães Júnior é o presidente da Rede Bahia. Em 1987, a TV Bahia, do grupo, se tornou afiliada da Rede Globo, desbancando a TV Aratu, que retransmitia o sinal da emissora da família Marinho havia 18 anos.

Perpetuação do oligopólio
O processo constituinte não foi somente um palco generoso onde parlamentares receberam concessões para apoiar Sarney. O lobby pesado dos radiodifusores garantiu condições bastante especiais aos prestadores de serviço no rádio e na TV. A Constituição Federal estabelece que, para uma concessão não ser renovada, é necessária a deliberação de dois quintos do Congresso Nacional em votação nominal. E, para ser cancelada, requer decisão judicial, contrariando assim a regra geral da prestação de serviço público.

Mas foi durante o regime militar, que regulamentou o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) promulgado em 1962, que foram definidas as primeiras regras para outorgas e instalação de emissoras. O CBT, em geral, buscava facilitar ao máximo a ocupação de todas as freqüências disponíveis e abria com isso um flanco para a expansão do setor privado, sem garantias ao interesse público.

Em seu livro A história secreta da Rede Globo, o jornalista Daniel Herz escreveu que a legislação brasileira para a radiodifusão “é carente de definições de princípios” e prende-se “quase que exclusivamente a definições técnicas e a tributações de competência”. “O Código omite-se na definição de princípios que orientem o uso privado desse recurso (...) de domínio público”, afirma.

Em 1979, ao apresentar as diretrizes para a radiodifusão, o presidente João Figueiredo reforçou ainda mais o caráter privatista do serviço, determinando que a radiodifusão é uma atividade eminentemente privada, que o papel do Estado é “meramente supletivo” e que a concessão de canais de radiodifusão deve levar em conta, além dos critérios técnicos e legais, a viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos.

A Constituição de 1988 tentou restabelecer o caráter público da comunicação. O artigo nº 221, por exemplo, diz que a produção e programação das emissoras de rádio e TV devem atender preferencialmente a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas – princípios estes definidos desde o CBT; devem promover a cultura nacional e regional e o estímulo à produção independente; e respeitar os valores éticos e sociais das pessoas e da família. Apesar disso, o caminho para o descumprimento de tais normas foi deixado totalmente aberto, dependendo de regulamentação posterior, e por isso os artigos da Constituição referentes à comunicação seguem ignorados pelos concessionários e pelo Poder Executivo.

Ausência de critérios
Se os princípios constitucionais para a operação das emissoras de rádio e TV são ignorados no dia-a-dia, a situação para a escolha das empresas que poderão explorar o serviço de radiodifusão não é nada melhor. Segundo a legislação, a concessionária deve ser escolhida mediante processo de licitação – o que, em sua origem, pretendia garantir tratamento isonômico aos participantes.

Ao longo dos anos, no entanto, ficou claro, pelos sucessivos decretos que alteraram os dispositivos do CBT que o foco para a escolha dos concessionários era meramente econômico. Em 1996, o decreto nº 2.108 estabeleceu para o critério de pontuação que 40% dos pontos da licitação vêm do prazo para iniciar a execução do serviço em caráter definitivo – enquanto 30% vêm do tempo destinado a programas culturais, artísticos e jornalísticos gerados na localidade; 15% do tempo destinado a programas jornalísticos, educativos e informativos e 15% do tempo destinado a serviço noticioso.

A lei também exige dos interessados documentação relativa à sua qualificação econômico-financeira, incluindo balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social que comprovem a boa situação financeira da empresa. Ou seja, os critérios favorecem o poder econômico e as empresas grandes e já estruturadas, em detrimento da diversidade e pluralidade de vozes.

“Ao introduzir a licitação para a concessão de outorgas, privilegiando o aspecto econômico, do ponto de vista contratual, e abandonando outros critérios, o mais importante ficou esquecido”, acredita Venício Lima, pesquisador e professor da Universidade de Brasília. “E assim a comunicação comercial se consolidou: sem nunca obedecer às prioridades para a radiodifusão definidas na própria lei”, completa.

Aliado à ausência de mecanismos claros que impeçam o monopólio dos meios de comunicação – também proibido pela Constituição –, o privilégio ao aspecto econômico das empresas resultou num quadro de elevada concentração da propriedade dos meios no país.

Dados do estudo Os Donos da Mídia, do Instituto de Estudos e Pesquisa em Comunicação, mostram que somente seis redes privadas nacionais de televisão aberta e seus 138 grupos regionais afiliados detêm a propriedade de 667 veículos de comunicação, entre emissoras de TV, rádios e jornais. O campo de influência dessas redes privadas se capilariza por 294 emissoras de televisão VHF que abrangem mais de 90% das emissoras nacionais. Somam-se a elas mais 15 emissoras UHF, 122 emissoras de rádio AM, 184 emissoras FM e 50 jornais diários. Somente as Organizações Globo detêm 32 concessões de TV e possuem 113 afiliadas no país, obtendo 54% da audiência.

A ausência de critérios se estende após a obtenção da concessão. A venda de outorgas, por exemplo, permitida por lei, é quase um processo de transferência privada. “Nas transferências, não há nenhum tipo de fiscalização da autoridade pública. Eu sou concessionário, você tem interesse, eu vendo minha outorga pra você ou para qualquer empresa ou pessoa, de acordo com o meu interesse”, explica Lima.

Pior na renovação
Na avaliação do professor da UnB, a situação é pior nos processos de renovação das concessões. Além da não-renovação precisar da votação nominal de dois quintos do Congresso, Lima faz duas observações. “Em primeiro lugar, mesmo se as concessionárias ignoraram ao longo dos anos os princípios que regem a radiodifusão, previstos no artigo nº 221, isso não aparece como critério. Em segundo, embora haja uma série de exigências formais e técnicas, de comprovação fiscal da empresa para a renovação, o processo demora tanto que as comprovações perdem a validade. Na prática, as concessões acabam se transformando em propriedade permanente e as renovações são pró-forma”, avalia.

A obrigação das concessionárias que desejarem a renovação dos prazos é dirigir requerimento ao Ministério das Comunicações no período entre 180 e 120 dias antes do término do prazo. Mas há casos de processos de renovação que saem do Executivo 14 anos depois de abertos, ou seja, 4 anos depois de vencido o prazo que deveria ter sido renovado. Segundo relatório da subcomissão de concessões da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI), o tempo total médio de tramitação no Poder Executivo é de 6,5 anos – sendo que o prazo de validade da outorga, no caso do rádio, é de dez anos. “Assim, na média, cabe ao Congresso Nacional apreciar apenas 3,5 anos das outorgas, visto que os 6,5 anos restantes já decorreram quando o processo fica finalmente disponível para apreciação pela Câmara”, diz o relatório.

Para seguir funcionando, as empresas refugiam-se nos decretos que regem os processos de renovação, todos anteriores à Constituinte. Um deles diz que, “caso expire a concessão ou permissão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço poderá ser mantido em funcionamento, em caráter precário”. A previsão da precariedade, sem qualquer prazo ou limite, conflita com o CBT, que afirma que “expirado o prazo de concessão ou autorização, perde, automaticamente, a sua validade a licença para o funcionamento da estação”.

“Se, para seguir funcionando, uma emissora não precisa que o processo previsto na Constituição chegue ao fim, o que vale na prática é o simples ato de protocolar um documento em que solicita a renovação. E, se o Ministério das Comunicações, por sua morosidade ou incompetência, não dá seguimento aos processos de renovação das outorgas, ele passa, na prática, a invadir a competência do Congresso Nacional, possibilitando às emissoras funcionarem sem terem a sua concessão renovada”, acredita a jornalista Cristina Charão, integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, organização da sociedade civil que luta pelo direito à comunicação.

Fórum solicitou ao ministério a informação de se as emissoras que terão sua concessão vencida no dia 5 de outubro haviam encaminhado este pedido. Mas não obteve resposta.

Às escuras
Como já dito, não bastasse a falta de transparência nos processos de concessão e renovação das outorgas, os 15 anos que as emissoras de TV e os dez anos que as de rádio exploram o serviço de radiodifusão são de total “rédeas soltas”. Não há nenhum tipo de fiscalização, por exemplo, se as emissoras destinam o mínimo de 5% obrigatório do horário de sua programação diária à transmissão de serviço noticioso. Ou se respeitam o limite máximo de 25% de seu horário à publicidade comercial. Menos ainda se reservam cinco horas semanais para a transmissão de programas educacionais. Acredite ou não, o decreto que regulamenta o CBT impede que rádios e TVs transmitam programas que atentem “contra o sentimento público, expondo pessoas a situações que, de alguma forma, redundem em constrangimento” e veiculem espetáculos, trechos musicais cantados, quadros, anedotas ou palavras contrárias “à moral familiar e aos bons costumes”. Mais distante da realidade da nossa TV aberta impossível.

Outra norma que passa ao largo da fiscalização do governo é o artigo nº 54 da Constituição, que proíbe aos parlamentares do Congresso Nacional “ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada”. O Regimento Interno da Câmara também proíbe a votação dos parlamentares em assuntos que sejam de seu próprio interesse.

Um estudo de Venício Lima acerca da última legislatura, no entanto, apontou que 10% dos deputados federais eram controladores de empresas de radiodifusão. No ano de 2004, a Comissão da Câmara com atribuição para examinar as outorgas e renovações do serviço era composta por 33 deputados, dois quais 15 figuravam na lista do Ministério das Comunicações como concessionários de 36 emissoras de rádio e três canais de televisão.

“Isso cria um problema gigante”, afirma Lima. “Há uma contaminação do processo, pelo fato de, tradicionalmente, haver vários parlamentares com interesse direto em jogo, para aprovar ou prorrogar concessões, compondo a CCTCI”, diz. A própria subcomissão de concessões da CCTCI admitiu que, até agora, as renovações eram aprovadas em bloco sem obedecer a nenhum critério. Alguns parlamentares pegos votando em suas concessões alegaram justamente a votação em bloco como defesa.

Recentemente, o ministro das Comunicações Hélio Costa – que já foi proprietário de uma emissora no interior de Minas Gerais – garantiu que não há parlamentares ocupando cargos de direção em emissoras de rádio e TV. “Mas a questão de ser membro da diretoria ou apenas sócio da emissora é uma filigrana. Se é parlamentar, se transforma em poder concedente. Então há um impedimento ético se participa de decisões que lhe interessam”, acredita Lima.

Apesar da garantia de Costa, no início de agosto o MiniCom anunciou um recadastramento de todas as concessionárias de radiodifusão. As empresas terão 60 dias para enviar informações sobre composição do capital, quadro de diretores, procuradores com poder de gerência, endereço e nome fantasia. O último recadastramento foi em 1973. Não é demais lembrar que, por lei, qualquer mudança no quadro societário e contrato social da empresa deveria ser solicitada previamente ao Ministério. Sinal de que não foram.

Colaborou Glauco Faria

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ipea aponta redução da pobreza e aumento de renda das famílias

As principais mudanças no perfil da pobreza brasileira no período 2004-2009 estão relacionadas com a política social, que teve papel central nessas mudanças, por meio dos aumentos reais do salário mínimo e da expansão da cobertura e do valor das transferências de renda (Bolsa-Família). A avaliação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que divulgou, nesta quinta-feira (15), em Brasília, o Comunicado Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira. 

 vermelho.org

Ipea mostra que política social contribui para reduzir pobreza

O Bolsa Família vinculados à presença de crianças e jovens foi a razão para que as família escapassem da extrema pobreza.
O comunicado mostra as transformações sociais causadas pela redução na desigualdade de renda nos últimos anos (2004-2009) e traça um panorama de como as políticas sociais e a valorização do salário mínimo influenciaram os rendimentos dos extratos mais pobres da população.

A aposentadoria atrelado ao salário mínimo tornou-se, para os idosos e suas famílias, um seguro contra a pobreza. E os benefícios do Bolsa Família vinculados à presença de crianças e jovens foram, para várias famílias, a complementação para que escapassem da extrema pobreza ou da pobreza, situações nas quais permaneceriam se tivessem que contar apenas com a renda de seus membros produtivos.

O Ipea apurou que embora relativamente mais famílias com crianças tenham passado para o estrato acima, as crianças continuam a ser o grupo etário mais representado na pobreza e na pobreza extrema.

O comunicado destaca ainda que o aumento do salário mínimo não seria motivo suficiente para melhoria financeira das famílias, se, junto com ele não houvesse o crescimento e a geração recorde de empregos formais.

“No período 2004-2009, a mudança estrutural na distribuição da renda que provocou a melhoria global de bem-estar foi o crescimento com distribuição via inclusão no mercado de trabalho. Por meio dos empregos formais criados no período, conjugados ao aumento do salário mínimo e à melhor remuneração de todos os ocupados, é que a pobreza extrema e a pobreza decresceram”, diz o comunicado do Ipea.

E aponta como segundo lugar em importância na redução da pobreza “as transferências da previdência e da assistência social – mais especificamente, do Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social (BPC)”. O Ipea destaca que o Bolsa Família só pôde tirar dos estratos mais baixos famílias que tinham algum membro conectado ao mercado de trabalho, à Previdência ou beneficiário do BPC.

No período 2004-2009, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros, medida pelo coeficiente de Gini, diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28%. Segundo Comunicado do Ipea, também contribuíram para isso as mudanças demográficas e o lento aumento da escolaridade da população adulta.

Nesse intervalo de tempo, a parcela da população brasileira vivendo em famílias com renda mensal igual ou maior do que um salário mínimo per capita subiu de 29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas. Em 2009, a despeito do ganho de bem-estar do período, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$465 per capita mensais.

Usando os valores que definiam os beneficiários do Bolsa Família ao ser criado, essas pessoas podem ser divididas em três estratos de renda: os extremamente pobres, que, em 2009, tinham renda até R$67 mensais; os pobres, com renda entre R$67 e R$134; e os vulneráveis, com renda entre R$134 e R$465.


 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Denúncias de corrupção bilionária no Governo do PSDB paulista

Movimentos lançam consulta pública sobre novo marco regulatório



Enquanto o Governo Federal não torna pública sua proposta de revisão geral da legislação sobre a comunicação eletrônica no país, a sociedade civil vai aumentando sua mobilização para o embate que está por vir. Para isso, um grupo de oito organizações nacionais lançou nesta segunda-feira (12) uma consulta pública na internet com o objetivo de criar uma plataforma da sociedade para o novo marco regulatório.

A plataforma proposta possui onze princípios e objetivos e 20 diretrizes, que vão desde regulamentação de infraestrutura dos sinais, garantia de acesso aos serviços e questões referentes aos conteúdos veiculados. Temas como direitos autorais, direitos e deveres dos usuários na internet e nova lei de imprensa não entraram no documento porque já estão sendo tratados por mecanismos específicos. A consulta fica aberta até 7 de outubro e qualquer pessoa pode dar suas contribuições sem necessidade de cadastro prévio.

A construção do documento tem três objetivos centrais, segundo explica João Brant, integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social. O primeiro deles é qualificar as propostas da sociedade civil sobre os temas. O segundo é criar mais articulação e unidade nos movimentos que atuam na área e o terceiro, agitar a discussão nos estados.

Mesmo não tendo esse como objetivo central, a consulta não deixa de ser um instrumento de pressão no governo, que está jogando pra frente o início do processo de revisão do marco regulatório. “O governo parece pouco empenhado em fazer o projeto sair”, critica João Brant. Caso a promessa do Ministério das Comunicações (Minicom) se cumpra, deve haver uma consulta pública até dezembro sobre o assunto. Um dos problemas desse cronograma é começar o debate do tema em ano eleitoral. O governo também já sinalizou que a consulta deste ano pode ser apenas para definir os temas mais gerais que devem ser inseridos no projeto de lei.

Os argumentos do governo para não ter publicizado o projeto preparado ainda no governo Lula, não tem convencido as organizações que vêm travando essa batalha desde a Conferência Nacional de Comunicação, em 2009. “Esse marco regulatório foi para a gaveta. A sociedade tem que se manifestar e nós estamos fazendo o que o governo não fez”, endurece a psicóloga Roseli Goffman, representante do Conselho Federal de Psicologia no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Plataforma

Uma das discussões que deve esquentar os debates é o modelo de organização do sistema de comunicação no país. As entidades defendem na plataforma que seja criado um Conselho Nacional de Comunicação – já aprovado na Confecom inclusive – e dois órgãos reguladores subordinados a ele (um para área de conteúdo e outro para distribuição e infraestrutura). Sugere ainda que sejam criados conselhos locais para acompanhar e opinar sobre temas específicos. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ultimamente tem afirmado preferir apenas uma.

Em várias diretrizes, a plataforma propõe que sejam regulamentados artigos da Constituição Federal. Um deles, o 220, proíbe o oligopólio e o monopólio nos meios eletrônicos. “É preciso estabelecer regras que inibam qualquer forma de concentração vertical (entre diferentes atividades no mesmo serviço), horizontal (entre empresas que oferecem o mesmo serviço) e cruzada (entre diferentes meios de comunicação)”, defende o documento, que também pede a proibição de outorgas para políticos, a criação de cotas para conteúdos regionais nos meios e reserva de 33% dos canais para as emissoras públicas, entre outras propostas.

Processo

Segundo as entidades que organizaram a plataforma, há pelo menos quatro razões que justificam um novo marco regulatório para as comunicações. Uma delas é a ausência de pluralidade e diversidade na mídia atual. Outra é que a legislação brasileira no setor é arcaica e defasada. “Além disso, a legislação é fragmentada, multifacetada, composta por várias leis que não dialogam umas com as outras e não guardam coerência entre elas. Por fim, a Constituição Federal de 1988 continua carecendo da regulamentação da maioria dos artigos dedicados à comunicação (220, 221 e 223), deixando temas importantes como a restrição aos monopólios e oligopólios e a regionalização da produção sem nenhuma referência legal, mesmo após 23 anos de aprovação”, expõe o documento.

O texto da plataforma é fruto de debates acumulados ao longo das últimas décadas, em especial da Confecom, sistematizados no seminário Marco Regulatório – Propostas para uma Comunicação Democrática, realizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e demais entidades nacionais, em 20 e 21 de maio de 2011, no Rio de Janeiro. A versão consolidada deve ser lançada no dia 18 de outubro, Dia Mundial da Democratização da Comunicação.

Além de Intervozes, FNDC e CFP, construíram o processo de consulta a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil), Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub), Campanha pela Ética na TV, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura – Capítulo Brasi (Ulepicc).



Observatório do Direito à Comunicação

domingo, 11 de setembro de 2011

O 11 de Setembro no Chile e nos EUA

EUA usaram o 11 de Setembro como desculpa para atacar o Afeganistão


Talebans afegãos divulgaram neste sábado (10) uma nota em que voltam a negar participação nos ataques terroristas de 11 de Setembro. "- Os afegãos lembram todos os anos de um incidente no qual não tiveram nada a ver, mas que serviu de pretexto para que os Estados Unidos imperialistas derramassem o sangue de dezenas de milhares de inocentes afegãos". Na nota, os talebans pedem uma “investigação imparcial” sobre os fatos, que possa pôr fim a “longa guerra” no país. " - Pedimos ao mundo que pressione os dirigentes colonialistas americanos para que desistam de engolir nossa terra. - por Dave Granlund (EUA)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Havelange acusa Globo de manipular o noticiário

Emissora só veiculou denúncias contra Ricardo Teixeira devido a novo horário dos jogos


r7
O presidente de honra da Fifa, João Havelange, criticou em entrevista à revista Poder a postura da Rede Globo ao veicular as denúncias contra o ex-genro dele, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, logo após ele não ter feito a "vontade da emissora".

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo, as acusações contra Teixeira só foram noticiadas após o dirigente da CBF decidir mudar o horário dos jogos, que são transmitidos pela Globo.

- Por que isso? Porque mudou horário de jogo [transmitido por canais da Globo]. O Ricardo só não serve na hora que não faz as vontades. Enquanto interessou à Globo, era um gênio. No dia em que ele quis tomar uma medida que poderia ferir a emissora, ela se volta contra ele.

A CBF divulgou no dia 19 de agosto um "pacote" de mudanças na tabela e no horário das partidas do Brasileirão, com diversos jogos marcados para às 18h após o amistoso entre Brasil e Gana. O horário afeta a grade da Globo e seus anúncios publicitários.

Uma reportagem publicada recentemente pela revista Piauí e que expõe a personalidade de Ricardo Teixeira mostrou um pouco da relação do mandatário com a imprensa, especialmente quando sua gestão é atacada.

À publicação, Teixeira disse que não se importa com notícias sobre enriquecimento ilícito e debochou dos meios de comunicação, como a Rede Record, entre outros, que insistem em levar a público as denúncias que são feitas contra o dirigente.

- Não me importo com nada que falam porque daqui a alguns anos não estarei mais aqui. A imprensa brasileira é muito vagabunda.

Em resposta à coluna da Folha de S. Paulo, a Central Globo de Comunicação disse que nunca deixou de noticiar os fatos relevantes que envolvem a CBF.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O outro 11 de setembro

11 de Setembro de 2001, EUA, Torres Gémeas, imagens ao vivo à escala planetária, aviões,... Bush...
.
Mas houve outro 11 de Setembro, com mais mortes, mais esquecidos, porque os terroristas aqui foram os EUA....

Foto de autor desconhecido. O bombardeio do Palácio de La Moneda, apoiado pelo EUA, através da CIA, 11 de Setembro de 1973.

No dia 11 de setembro de 1973 um golpe militar derrubou no Chile o governo do socialista Salvador Allende. Com o apoio intenso dos EUA, o general Augusto Pinochet comandou um golpe militar sangrento, com milhares de mortos e desaparecidos.

Famílias inteiras, foram dizimadas pela ditadura de Pinochet, com a conivência dos EUA,incluíndo também o assassínato do legítimo representante do Chile, o presidente Salvador Allende.


"Não tenho condições de ser um mártir, sou um lutador social que cumpre uma tarefa dada pelo povo. Entendam, porém, aqueles que querem fazer a história retroceder e desconhecer a vontade da maioria do Chile: sem ter carne de mártir, não darei nenhum passo atrás...Somente à balaços é que poderão impedir a vontade que é fazer cumprir o programa do povo."

Salvado Allende, alocução das 8:45 h., da manhã de 11 de setembro de 1973

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mídia: regulamentação não é censura


A regulação dos meios de comunicação não é censura, mas instrumento fundamental para o exercício democrático do direito constitucional que assegura a liberdade de pensamento e de expressão.

Nas condições atuais brasileiras o monopólio da mídia, concentrado nas mãos de seis ou sete famílias, é agravado pela propriedade cruzada onde uma mesma empresa pode ser dona de jornais diários, revistas e emissoras de rádio e televisão. Esta é a maior e mais concreta ameaça contra o pleno exercício daquelas liberdades constitucionais e que permite o exercício de uma verdadeira censura privada contra notícias e opiniões que não agradem aos donos da mídia.

No Brasil de hoje, liberdade de imprensa é, na verdade, liberdade de empresa, que assegura à mídia hegemônica a difusão de um pensamento único que não admite contraditório. E cuja característica é estar voltado para a defesa de privilégios conservadores e da elite, e pela rejeição aos interesses do povo, da nação e da democracia.

A inexistência de um marco regulatório, exigido pela Constituição de 1988 e ainda à espera de uma legislação específica, permite o exercício irresponsável daquela “liberdade de empresa” que difunde notícias sem base real além dos interesses e preconceitos dos editores, proprietários e setores conservadores. Notícias que muitas vezes arruínam reputações e deixam os cidadãos indefesos e à mercê da arbitrariedade daqueles que comandam a mídia.

Democratizar os meios de comunicação não é censura, como acusam interessadamente os monopolistas da mídia. Significa a criação de critérios de responsabilidade cívica, legal e social que cabe a todos os que atuam neste setor. Significa também fortalecer a mídia alternativa, contra-hegemônica, popular – seja qual for o nome que se dê a ela – assegurando a plena multiplicidade de pontos de vista que expressem a riqueza de opiniões existente na sociedade e que, nas condições atuais, encontra enormes dificuldades para se manifestar, em contraste com o direito assegurado pela Constituição.

Atendimento médico infantil no mundo: Cuba tem o 8º melhor sistema, EUA o 15º e Brasil, o 35º

cartamaior

Ranking da ONG Save the Children mensura número de profissionais da área da saúde disponíveis, alcance de sistema de vacinação pública e atendimento a gestantes e parturientes em 161 países. Estudo foi entregue à ONU para pressionar por execução do projeto “Toda Mulher, Toda Criança”. A cada ano, 8,1 milhões de crianças morrem por falta de atendimento.
SÃO PAULO – A ONG Save the Children, organização internacional com sede nos EUA que luta pelos direitos das crianças, divulgou nesta semana um novo estudo em que mensura o grau de qualidade dos países no atendimento médico infantil.

De acordo com o ranking produzido pela entidade, entre os 161 países avaliados, Chade e Somália ocupam as duas últimas posições e Suíça e Finlândia, as duas primeiras. Cuba foi a primeira nação latino-americana listada, na 8ª posição, à frente de Alemanha (10ª), França (12ª), Reino Unido (14ª) e Estados Unidos (15ª).

Entre os latino-americanos, o Uruguai ocupa a segunda colocação, na 31ª posição geral, seguido pelo Brasil, na 35ª. O México alcançou apenas o 65º lugar no ranking, e a Argentina, o 77º.

A lista da Save the Children mensura o número de profissionais da área da saúde disponíveis em um país, o alcance de sistema de vacinação pública e o atendimento a gestantes e parturientes. De acordo com os cálculos da organização, a Suíça, no primeiro posto, atingiu índice 0,983, enquanto o Chade, último colocado, não passou de 0,130.

Os países mais mal avaliados não possuem mais do que sete médicos e enfermeiros para cada dez mil habitantes, enquanto a mínimo adequado sugerido pela Organização Mundial de Saúde é de 23 profissionais.

“A crise de profissionais da saúde no mundo está custando a vida de crianças todos os dias. Programas de vacinação, medicamentos e cuidados preventivos dão em nada se não houver profissionais capacitados para oferecê-los a quem mais precisa”, disse Mary Beth Powers, uma das coordenadoras da Save the Children, em comunicado divulgado pela organização na última terça-feira (6).

O estudo foi encaminhado para a Assembléia Geral das Nações Unidas. O objetivo é pressionar os líderes mundiais para que assumam novos compromissos dentro da campanha “Toda Mulher, Toda Criança”, lançada pela própria ONU em 2010. O objetivo da ação é reduzir a morte de crianças e mães no mundo, que anualmente atingem 8,1 milhões e 358 mil por ano, respectivamente.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Necessidade de Regular a Mídia: A Regulamentação da Mídia NÃO é Censura

redebrasilatual

Em todos os jornais desta segunda-feira (5) e do domingo anterior, o assunto principal é a  'censura' quando  tratam  do assunto "regulação de mídias".

E novamente  os  donos da imprensa alimentam fantasmas que não existem: associam qualquer tipo de regulamentação como ameaça à liberdade de expressão. "Esquecem" que em todas as democracias ocidentais tem órgãos reguladores de estado, cuja função não é censurar, mas fiscalizar o cumprimento das obrigações das empresas com seus consumidores de informação

Não se trata de nenhum tipo de censura à informação, pelo contrário, trata-se de eliminar os cerceamentos que existem atualmente, cujo único controle é o exercido pelos donos da imprensa, que formam um verdadeiro oligopólio - e as notícias que não agradam aos donos não chegam ao público, pelo menos de forma íntegra.

A regra para um novo marco regulatório é mais vozes falando, mais informação, mais liberdade de expressão e de imprensa.

Uma curiosidade a respeito disso é que a mídia, eletrônica ou escrita, é o único setor econômico que faz sua própria regulação. Os jornais tem seus manuais da redação, as organizações Globo tem seus "princípios jornalísticos", com um ponto em comum: eles não seguem a própria regulação. Talvez aí esteja o principal argumento para que haja regulação através de lei.

O direito ao contraditório, ouvir o outro lado em uma matéria, buscar confirmar adequadamente uma informação antes de sua publicação, são princípios que ficam apenas nos manuais. Na prática, matérias são publicadas com informações atribuídas a fontes anônimas que muitas vezes não se confirmam.

Ainda há o tom editorializado das matérias, onde mistura-se informações objetivas com opiniões e avaliações subjetivas e polêmicas dos jornalistas. E o direito de resposta não existe na prática: geralmente os protestos são confinados às famosas colunas erramos, onde o jornalista tem ainda a palavra final.

Outra questão importante é que os meios de comunicação agem na prática como entidades políticas. Valendo-se de sua grande influência e capacidade de formar opinião (tem diminuído, ultimamente, graças à maior diversidade de meios, principalmente às redes sociais), trabalham a favor ou contra governos ou, em épocas eleitorais, candidatos. Aliás, em períodos eleitorais o desequilíbrio da cobertura nos grandes veículos fica muito claro. Em alguns casos, o veículo declara apoio a um candidato (fica mais transparente), mas a maioria faz campanha de forma descarada, tentando passar um verniz de imparcialidade.

E finalmente, não se pode esquecer a defesa que a grande mídia faz do poder econômico e de interesses anti-populares. É cada vez mais comum que se misturem e se infiltrem os interesses particulares dos veículos de comunicação aos de seus departamentos de jornalismo.

Liberdade de imprensa é indispensável. Mas é preciso tratar algumas questões para que a liberdade de expressão seja exercida, de fato. A política é pautada pela opinião pública e há problemas graves aos quais ninguém apresentou solução. Os meios de comunicações nas mãos de políticos ou seus laranjas formando opinião conforme seus interesses. As religiões tomaram conta do que sobrou. As empresas de comunicação sérias e os bons profissionais da área passam a ter dificuldade de acesso aos caríssimos leilões, além de a concessão ainda ter de ser referendada pelo Congresso. Tem saída?

Tem. A regulamentação da mídia é a solução. Prevista na Constituição, deve se feita de modo a garantir a liberdade de expressão e estabelecer os limites para cada empresa atuar na área.

Mas para isso acontecer teria que haver uma mobilização geral da sociedade porque, se for depender de que o nossos parlamentares no Congresso a aprovem, ela nunca vai acontecer.

Os principais prejudicados seriam, só para citar alguns exemplos: Sarney, que é dono da retransmissora da globo no Maranhão; Edison Lobão, dono da retransmissora do SBT no Maranhão; Collor, proprietário da concessão que retransmite a programação da Globo em Alagoas... E também, entre os que se colocam visceralmente contra a regulação, os grandes grupos de comunicação, que pretendem continuar tentando manipular e (de)formar a opinião pública.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mídia versus cotas nas universidades




O papel da mídia na construção da democracia é vital, ninguém questiona. Cabe a ela organizar e promover um debate amplo e transparente, onde todas as vozes contrárias ou a favor sejam ouvidas. Acima de tudo a mídia precisa ser honesta.

Na questão das cotas universitárias o tema está ligado principalmente às questões étnicas (negros e índios) e periféricas, mas estamos assistindo um debate desigual. Somente um grupo privilegiado, que justamente é contrário às cotas, tem voz e esse desequilíbrio não faz bem para quem durante anos lutou a favor da liberdade de expressão nos meios de comunicação. Claro que o outro lado tem todo o direito de ser contra, mas aonde entra o outro lado da moeda, a opinião para equilibrar o debate?

Para citar um exemplo, um famoso sociólogo muito apreciado pela direita conservadora e a burguesia apareceu divulgando o seu livro na mesma emissora de ampla cobertura nacional mais de dez vezes num período de uma semana. Independente do livro ser bom ou não, um outro sociólogo não teve o mesmo tratamento que deveria ser dado. Uma pena, quem perde é a própria democracia.

Numa democracia toda a mídia burguesa e corporativista precisa ter seu conteúdo diversificado, mesmo tendo uma opinião contrária a determinados assuntos, como por exemplo as cotas raciais,  deve dar vez também aos grupos favoráveis. Mas a tendência geralmente é defender seus interesses, que vão contra às cotas e as políticas afirmativas como um todo.

Cabe a mídia divulgar o assunto e levar adiante, para deixar o público entender melhor o tema e assim chegarmos a um denominador comum sobre a situação. Quem está bem informado sabe muito bem que o sistema de cotas é um mecanismo que pode muito bem se ampliar e abrir várias oportunidades para aqueles que sempre foram marginalizados. Este, infelizmente, é o cenário que por séculos numa sociedade sustentada pelo poder econômico, machista, racista e patriarcal, dominou e ainda manda nesse país.

O Estado brasileiro é perverso por si só, a luta pelas cotas é um esforço de toda uma sociedade que quer dar um basta nas injustiças tão gritantes da nossa história. A democratização do ensino, nesse sentido, é fundamental. Falar em cotas ou ações afirmativas é lutar por um país mais igual, ninguém em sã consciência quer transformar o Brasil numa nação binária ou dividida (apesar de já nascermos sob uma divisão). E não vai ser a grande mídia burguesa que irá dizer qual será o nosso rumo, pautando o que devemos fazer ou não.

É muito importante nossa participação em todos os debates, botando a nossa cara a tapa, e não se amedrontar pelas notícias de um futuro tenebroso por causa das cotas. Vamos à luta por um país onde as vozes minoritárias sejam ouvidas, e se transformem em protagonistas de suas histórias.

(*) Fábio Nogueira é coordenador de pré-vestibular comunitário na Vila Aliança, no Rio de Janeiro, e militante da Educafro.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Congresso convoca Folha de São Paulo para explicar censura

Foi aprovada na Comissão de Legislação Participativa a realização de Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre a ação da Folha de São Paulo de processar o blog Falha de S.Paulo. Nenhum deputado federal se manifestou contra a iniciativa. (pulsar)








A informação foi divulgada no blog Desculpe a Nossa Falha, criado para acompanhar o caso. O blog Falha de São Paulo foi processado pelo jornal Folha de São de Paulo há quase um ano. A página fazia paródias, fotomontagens e críticas ao impresso.

O requerimento do deputado federal Paulo Pimenta (PT) prevê convites para representantes dos dois veículos de comunicação envolvidos. Ele considera o caso grave, já que "além da censura o jornal pede dinheiro" ao blog Falha de São Paulo.  

Da parte do impresso, Otavio Frias Filho, dono do jornal, Sérgio Dávila, editor-executivo, Taís Gasparian, advogada da Folha, e Vinícius Mota, secretário de Redação, serão chamados para explicar publicamente no Congresso Nacional o caso. Da Falha, serão convidados os irmão Mário e Lino Ito Bocchini, criadores do blog. 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entre outras entidades, também vão participar da audiência, que ainda não tem data marcada no Congresso Nacional.